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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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Se levada ao extr<strong>em</strong>o, essa preocupação <strong>com</strong> o diagnóstico po<strong>de</strong> resultar numa<br />

seleção dos alunos passíveis ou não <strong>de</strong> inclusão, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do nível <strong>de</strong><br />

<strong>com</strong>prometimento intelectual. Por ex<strong>em</strong>plo, uma participante se mostrou preocupada<br />

diante da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma aluna fazer as ativida<strong>de</strong>s pedagógicas propostas,<br />

chegando a ponto <strong>de</strong> questionar se a escola ou ela própria, <strong>com</strong>o professora, estavam<br />

contribuindo para o seu <strong>de</strong>senvolvimento. Os avanços da socialização, ainda que<br />

mencionados, pareciam por si só, não justificar o acolhimento <strong>de</strong>ssa criança na<br />

escola. Ou ainda, mesmo não tendo sido predominante, o diagnóstico foi pensando<br />

<strong>com</strong>o sendo um critério para a escola <strong>de</strong>cidir a respeito da matrícula <strong>de</strong> uma dada<br />

criança.<br />

Mas t<strong>em</strong> que se vê alguns tipos <strong>de</strong> criança, eu acho que não t<strong>em</strong><br />

condições <strong>de</strong> certo tipo <strong>de</strong> criança ser incluída. Eu acho que a escola<br />

t<strong>em</strong> que ter mais exigência na questão do diagnóstico (…) quando for<br />

matricular essa criança…<br />

Enfim, o apelo ao diagnóstico médico e/ou psicológico atesta que a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aprendizag<strong>em</strong> é da criança, isto é, não está relacionada <strong>com</strong> uma possível<br />

“<strong>de</strong>ficiência” na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “ensinag<strong>em</strong>” do professor. T<strong>em</strong>os aqui b<strong>em</strong> claro a<br />

manifestação do mo<strong>de</strong>lo médico da <strong>de</strong>ficiência, que focaliza o déficit orgânico,<br />

dissociando-a <strong>de</strong> fatores sócio culturais.<br />

Porém, ainda que este seja o discurso mais <strong>com</strong>um sobre o diagnóstico, também<br />

encontramos análises lúcidas sobre os seus efeitos rotuladores que interfer<strong>em</strong> na<br />

relação professor-aluno. Essas e outras falas das participantes que <strong>de</strong>monstram a<br />

viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se adotar práticas pedagógicas inclusivas foram agrupadas na<br />

categoria seguinte, enquanto que outras contradições e dificulda<strong>de</strong>s apontadas pelas<br />

entrevistadas serão analisadas mais adiante.

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