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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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estatística cega não o é ... Calculamos apenas a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> algo queacontecerá, mas não a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> algo que já aconteceu. Isso éreconhecido hoje como uma condição inicial (a priori) assimétrica impostapelos físicos estatísticos nas equações simétricas <strong>de</strong> evoluçãomacroscópica.Tal condição correspon<strong>de</strong>ria ao princípio <strong>de</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Para a escola astrofísica, essa condição inicial assimétrica origina-se<strong>da</strong> expansão unidirecional do universo – a qual foi, afinal, origina<strong>da</strong> poruma condição inicial, não por uma condição final. Nesse sentido, adinâmica unidirecional do universo dita a natureza irreversível <strong>da</strong>sobservações, o que remete a idéias <strong>de</strong> conexão causal entre eventos. Nessaperspectiva, o tempo adquire caráter objetivo na dinâmica <strong>de</strong> tais eventos,pois processos irreversíveis <strong>de</strong>sdobram-se preditível e <strong>de</strong>terministicamentepara o equilíbrio em um sistema termodinâmico isolado, e não po<strong>de</strong>mosretrodizer do estado <strong>de</strong> equilíbrio a seqüência singular <strong>de</strong> estados que oprece<strong>de</strong>ram. O passado parece carecer <strong>de</strong> singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> ou necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>quando visto do presente. O futuro, ao contrário, parece estruturado porleis causais que operam no presente. Essa visão <strong>da</strong> escola astrofísica é,porém, <strong>de</strong> um realismo excessivamente puro e otimista.Mas após essas afirmações é já do problema <strong>da</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong> queestamos tratando.O paradigma mecânico <strong>de</strong> causação tem dominado o pensamentocientífico há muitos séculos. Apesar <strong>de</strong> ter sido expandido pela MecânicaQuântica, o conceito <strong>de</strong> ‘mecanismo’ segue ocupando terreno causalsingular.Como nos reporta J. WICKEN (1987: p. 56), o conceito <strong>de</strong> entropiaintroduz, porém, idéias novas com relação ao conceito <strong>de</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Aocontrário do paradigma causal clássico, <strong>de</strong> tipo predominantementemecanístico, a Termodinâmica <strong>de</strong>fine <strong>de</strong> forma cientificamente rigorosa aexistência <strong>de</strong> uma hierarquia causal <strong>de</strong> dupla cama<strong>da</strong>: uma mecanísticocontingente;a outra estatístico-necessária.Como vimos anteriormente, a Termodinâmica, em particular emseus primórdios, é uma ciência bastante empírica. Sua estrutura formalconsiste <strong>de</strong> relações algébricas entre os chamados ‘parâmetros <strong>de</strong> estado’,__121__

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