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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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Em suas incursões pela Matemática, Descartes viu-se no <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>levar avante a tarefa <strong>de</strong> Pitágoras: <strong>de</strong>scobrir a estrutura numérica que seoculta na essência <strong>da</strong>s coisas. É Descartes o responsável pela criação <strong>da</strong>Geometria Analítica, instrumental que tinha por finali<strong>da</strong><strong>de</strong> superar ocálculo abstrato tanto <strong>da</strong> análise geométrica dos gregos quanto <strong>da</strong> álgebracontemporânea. A primeira estava restrita à imaginação <strong>de</strong> figuras e, asegun<strong>da</strong>, ao entendimento puramente numérico ("confuso" e "obscuro")<strong>da</strong>s coisas.Descartes supera a intuição matemática <strong>de</strong> Arquime<strong>de</strong>s nãopropriamente rompendo com ela, mas <strong>de</strong>svelando os próprios recursosutilizados na Grécia, <strong>de</strong>sconhecidos ou conhecidos apenas intuitivamentepelos gregos. A filosofia cartesiana continua se valendo <strong>da</strong>s formasgeométricas, mas passa a vê-las como uma forma figura<strong>da</strong> <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>zasnuméricas. É essa a idéia do Plano Cartesiano: as figuras são suportesdos cálculos. Daí porque Descartes prossegue (e aprofun<strong>da</strong>) a tradiçãoPitagórica, e faz questão <strong>de</strong> não se atribuir o mérito <strong>da</strong> GeometriaAnalítica, cuja criação teria cabido em ver<strong>da</strong><strong>de</strong> aos gregos. Descartes só ateria revelado e aos procedimentos utilizados em sua criação.Também o mo<strong>de</strong>rno princípio <strong>de</strong> conservação encontra emDescartes um <strong>de</strong> seus precursores. Ele postulou a in<strong>de</strong>strutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> domovimento, mas apenas sob o aspecto puramente quantitativo. Oprincípio <strong>de</strong> conservação enunciado em 1842 é qualitativo.O experimentalismo <strong>de</strong> Descartes, não obstante caminhasse emaliança com seu racionalismo, situa-se no quadro <strong>de</strong> uma mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>científica mecânica que, bem ou mal, marcou profun<strong>da</strong>mente o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Ciência nesse período. Descartes po<strong>de</strong> ser inserido noquadro mais geral do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s formulações <strong>da</strong> chama<strong>da</strong>"Escola <strong>de</strong> Oxford", que, conforme vimos, irrompe do seio <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Médiacom concepções gnoseológicas experimentalistas.A filosofia cartesiana é em essência, po<strong>de</strong>mos assim dizer, ummaterialismo com peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s francesas. Enquanto que naInglaterra o materialismo <strong>de</strong>senvolve-se colado ao empirismo, na França,pelo menos até às vésperas <strong>da</strong> Revolução Francesa, o materialismo__157__

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