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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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Esse segundo caminho, <strong>de</strong> cunho racional-<strong>de</strong>dutivo, tem no nome<strong>de</strong> Descartes seu maior ponto no<strong>da</strong>l. Vejamos como se <strong>de</strong>senvolveu, no<strong>de</strong>bate com o empirismo britânico, essa segun<strong>da</strong> tradição materialista, afrancesa.Vimos acima que o século XVI foi profun<strong>da</strong>mente marcado pela crisedo edifício político, científico e filosófico <strong>da</strong> Igreja, crise esta manifesta<strong>da</strong>em acontecimentos como a Reforma Religiosa, os quais atestam a agonia<strong>de</strong>finitiva do modo <strong>de</strong> produção feu<strong>da</strong>l e <strong>da</strong> direção política <strong>da</strong> Igreja.Às portas do século XVII o cenário intelectual europeu encontravaseinteiramente hegemonizado pelo ceticismo, tão bem representado nasobras <strong>de</strong> Agripa <strong>de</strong> Netteschein (1487 - 1535), <strong>de</strong> Francisco Sanchez(1552 - 1631) e <strong>de</strong> Michel <strong>de</strong> Montaigne (1533 - 92). Esse ceticismo era omesmo ao qual nos referimos acima, como uma reação ao nominalismoNão há dúvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> que o ceticismo é peça-chave no quadro <strong>de</strong><strong>de</strong>composição do pensamento medieval, cujos alicerces - a filosofia gregado período socrático e as obras <strong>de</strong> Santo Agostinho - começavam a ruirdiante do <strong>de</strong>senvolvimento do capitalismo comercial, que trazia consigo oavanço <strong>da</strong> Ciência, <strong>da</strong> técnica e <strong>da</strong> urbanização. O clima <strong>de</strong> incerteza e <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s dúvi<strong>da</strong>s tomava conta dos centros <strong>de</strong> produção do conhecimento<strong>de</strong>ssa época, como reflexo, no terreno no pensamento, <strong>de</strong>ssa época <strong>de</strong>crise.O arcabouço científico que se <strong>de</strong>senvolveria ao longo <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong>Mo<strong>de</strong>rna, se po<strong>de</strong> ter seus primórdios situados na conten<strong>da</strong> com aescolástica, passa no entanto por um momento crítico no início do séculoXVII, quando vê-se diante <strong>de</strong> um adversário ain<strong>da</strong> mais forte que a<strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte escolástica: o ceticismo.Nascido em La Haye, filho <strong>de</strong> burgueses que se <strong>de</strong>dicavam aocomércio e à administração <strong>da</strong>s terras <strong>de</strong> sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, RenéDescartes teve Luís XIII à frente do cenário político <strong>de</strong> sua época (1610 -1643). O governo <strong>de</strong>sse monarca foi caracterizado por ações <strong>de</strong> apoio esustentação à burguesia, ações estas que, porém, não pretendiamentregar aos burgueses o po<strong>de</strong>r, mas apenas usá-los contra a nobreza nosentido <strong>de</strong> fortalecer a monarquia. Ou seja: a burguesia não era ain<strong>da</strong> (ao__154__

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