fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
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<strong>de</strong>senvolvimento, mas apenas como uma indissolúvel antinomia. É em<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa concepção <strong>de</strong> relação sujeito/objeto que o empirismo,como vimos anteriormente, sempre viveu embaraçado com a noçãopuramente ilusória <strong>de</strong> uma “substância material” à parte do pensamento.Para o materialismo histórico tal substância não existe, pois, tal comoHegel já o <strong>de</strong>clarara, já ela é mediação, já ela é coisa do pensamento.A concepção <strong>de</strong> uma “substância material” aparta<strong>da</strong> do pensamento– calcanhar-<strong>de</strong>-aquiles do empirismo, que em última instância o levou aoagnosticismo – é critica<strong>da</strong> por Marx e Engels por tornar o pensamentomeramente passivo, contemplativo, isto é, por fazer do pensar em geralalgo essencialmente exterior à coisa (coisa esta que, não sem razão, logose tornaria “em-si”).Segundo Marx, isso <strong>de</strong>corre do fato <strong>de</strong> que o materialismo vulgarnão compreen<strong>de</strong> o mundo sensível como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> prática.A principal insuficiência <strong>de</strong> todo o materialismo até os nossos dias ... é queas coisas, a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o mundo sensível são tomados apenas sob a formado objeto ou <strong>da</strong> contemplação, mas não como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sensívelhumana, práxis, não no sentido subjetivo. Por isso aconteceu que o ladoativo (do pensamento) foi <strong>de</strong>senvolvido, em oposição ao materialismo, peloi<strong>de</strong>alismo – mas apenas abstratamente, pois que o i<strong>de</strong>alismo naturalmentenão conhece a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sensível, real, como tal. Feuerbach quer objetossensíveis realmente distintos dos objetos do pensamento; mas não toma aprópria ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> objetiva. (MARX, 1982b: p. 1)De fato, também Lênin, em seus estudos sobre Hegel, chamavaatenção para o fato <strong>de</strong> que o conceito abstrato <strong>de</strong> matéria é como tal nãomais que uma abstração, algo sem existência efetiva no sentido <strong>de</strong> ser<strong>da</strong>do à intuição. Citando HEGEL, ele afirma: “Quando se abstrai <strong>de</strong> to<strong>da</strong>sas <strong>de</strong>terminações, <strong>de</strong> to<strong>da</strong> forma <strong>de</strong> um algo, resta a matériain<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>” (APUD LÊNIN, 1989: p. 135). Ou seja: a matéria em geral,como i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> consigo própria sem qualquer forma ou <strong>de</strong>terminação, épuramente abstrata. O que é <strong>da</strong>do à percepção sensível é a matéria<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>, isto é, a matéria na sua uni<strong>da</strong><strong>de</strong> com a forma. A matériain<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> (o mesmo que a ‘coisa-em-si’) é abstração vazia <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação, e por isso é <strong>de</strong> fato incognoscível – mas o é somente no__199__