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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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escolásticos <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média explicavam as mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> temperatura pormeio <strong>de</strong> uma ‘vis calorífica’ e <strong>de</strong> uma ‘vis frigifaciens’, fugindo assim aqualquer investigação ... (1979: p.s 51-52)Ain<strong>da</strong> mais o conceito <strong>de</strong> força distorce o entendimento dosfenômenos quando os torna unilaterais. Todos os processos naturais sãorelações, logo processos bilaterais. Portanto, o que o conceito <strong>de</strong> forçaquer expressar nunca é totalmente uma força, pela menos não no sentido<strong>da</strong> própria Mecânica (para quem a uma ação sempre correspon<strong>de</strong> umareação). Essa Ciência po<strong>de</strong>, porém, <strong>da</strong>r-se o luxo <strong>de</strong> utilizar tal conceitoabstrato porque, nela, “consi<strong>de</strong>ram-se as causas do movimento como<strong>da</strong><strong>da</strong>s: ninguém se preocupa com sua origem, mas apenas com seusefeitos” (ENGELS, 1979: p. 55). O conceito <strong>de</strong> força obscureceespecialmente a noção <strong>de</strong> movimento, colocando-o como externo à coisa,ao invés <strong>de</strong> apreendê-lo como interno, ou, simplesmente, comoautomovimento.Não preten<strong>de</strong>mos porém dizer, com isso, que não haja na<strong>da</strong> <strong>de</strong>efetivamente real relacionado ao conceito <strong>de</strong> “força”. Hegel apresenta umainteressante <strong>de</strong>finição dialética <strong>de</strong>sse conceito, afirmando que “força” é “auni<strong>da</strong><strong>de</strong> negativa em que a contradição do todo e <strong>da</strong>s partes se resolveu”.Essa é uma <strong>de</strong>finição surpreen<strong>de</strong>nte, pois vê a força como algo interno,não como coisa impingi<strong>da</strong> externamente por qualquer po<strong>de</strong>r estranho.O materialismo histórico, portanto, apreen<strong>de</strong> o movimento <strong>de</strong> umaforma mais abstrata que o materialismo mecânico. Este último toma umaspecto isolado, uma manifestação empírica do movimento (o<strong>de</strong>slocamento espacial) como sendo o movimento em geral.Diferentemente, o materialismo mo<strong>de</strong>rno chega à máxima abstração <strong>de</strong>movimento já imagina<strong>da</strong> pelo Homem.Na visão do materialismo marxista, a forma fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> todomovimento é a contradição. A negativi<strong>da</strong><strong>de</strong> heraclítica é, nesse sentido,reafirma<strong>da</strong> e aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong> por Marx e Engels. Nessa perspectiva, aoposição entre atração e repulsão <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser vista como oposição entreduas forças e passa a ser concebi<strong>da</strong> como a oposição entre formaselementares do movimento. Com efeito, todo e qualquer movimento__197__

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