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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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De maneira que Tales, ao afirmar a água como a única “physis”, é oprimeiro a buscar uma explicação do Universo com base em causasmateriais – o que caracteriza o materialismo em seu primórdio. Éimportante lembrarmos que a noção <strong>de</strong> “physis”, conforme <strong>de</strong>staca LARA(1989, p. 47) coaduna-se perfeitamente com o que mo<strong>de</strong>rnamentechamamos Totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, matriz unitária <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> diversa. Não se trataaqui, portanto, <strong>de</strong> uma noção empírica, mas, antes disso, <strong>de</strong> umaabstração construí<strong>da</strong> com base na experiência.A physis e a arquê revelam o infinito e o in<strong>de</strong>terminado, o que estáem tudo sem se i<strong>de</strong>ntificar com na<strong>da</strong>. Essas noções possuem, sem sombra<strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>, sentido filosófico mais amplo que muitas <strong>da</strong>s noções <strong>da</strong> ciênciamo<strong>de</strong>rna, como ressalta F. ENGELS em “A Dialética <strong>da</strong> Natureza”:A Ciência Natural <strong>da</strong> primeira meta<strong>de</strong> do século XVIII era muito maisavança<strong>da</strong> que a <strong>da</strong> antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> grega no que se refere ao conhecimento e àclassificação <strong>de</strong> seus materiais, mas, ao mesmo tempo, estava abaixo <strong>de</strong>lano que diz respeito ao domínio i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>sse material, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> concepçãogeral <strong>da</strong> natureza. Segundo os filósofos gregos, o mundo era algo quehavia saído do caos e <strong>de</strong>pois se <strong>de</strong>senvolvera, isto é, algo que se forafazendo. Para os naturalistas (do século XVIII) ... a natureza era algoossificado, algo invariável ... (p.s 18-19)O segundo filósofo jônio do ponto <strong>de</strong> vista cronológico éAnaximandro <strong>de</strong> Mileto (VI a.c.), a quem se atribui a primeira elaboração<strong>de</strong> uma cosmologia propriamente dita, “on<strong>de</strong> o espaço mítico é superadopelo espaço geométrico” (LARA, 1989: p. 52). Anaximandro concebia aarquê como o ápeiron (infinito), o qual engendraria to<strong>da</strong> a matéria combase em um movimento <strong>de</strong> bipartição do uno. Isso o coloca como oprimeiro filósofo a esboçar, ain<strong>da</strong> que <strong>de</strong> forma apenas intuitiva, umaconcepção dialética <strong>de</strong> gênese <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Inspirado no processo mecânico <strong>de</strong> rarefação e con<strong>de</strong>nsaçãoutilizado na produção do feltro, Anaxímenes (VI a.c.) – o terceiro dosgran<strong>de</strong>s filósofos <strong>de</strong> Mileto – afirma ser o princípio constitutivo doUniverso o “pneuma ápeiron” (ar infinito). Aliando base técnica e largura<strong>de</strong> entendimento racional, Anaxímenes ofereceu maior consistência àsespeculações dos filósofos <strong>de</strong> Mileto.__130__

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