fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
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Segundo HEGEL, o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro e o falso como valores absolutos,isolados e fixos são próprios apenas dos pensamentos privados <strong>de</strong>movimento e, portanto, <strong>de</strong> conteúdo.“A ver<strong>da</strong><strong>de</strong> não é uma moe<strong>da</strong> ... Assim como a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> do sujeito e doobjeto, do finito e do infinito, do ser e do pensar, etc tem o inconveniente<strong>de</strong> significar o que o sujeito e o objeto, etc são fora <strong>da</strong> sua uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e,portanto, uma vez na sua uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, não são mais o que diz a suaexpressão, exatamente do mesmo modo o falso é um momento <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>não mais como falso” (1991, p. 208-209).Aqui Hegel mostra to<strong>da</strong> a radicali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seu monismo – essência<strong>de</strong> sua oposição a Kant, que é dualista. Para aquele, apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmosdistinguir tudo <strong>de</strong> tudo, não obstante tudo é tudo, pois to<strong>da</strong> e qualquerdistinção é o lado negativo do Ser; sua positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> está na uni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nãoobstante, a negativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>de</strong> primordial importância, pois nela resi<strong>de</strong> araiz do automovimento.Ciência e simples consciência são em Hegel perspectivas opostas.O ponto <strong>de</strong> vista do estar consciente – ver as coisas objetivas em oposiçãoa si próprio, e ver a si próprio em oposição às coisas objetivas – é para aCiência justamente a per<strong>da</strong> do Espírito. Para a consciência, por outrolado, a Ciência é o “longínquo além, no qual ela não mais se possui a simesma” (HEGEL, 1991: p. 203). Ambas – Ciência e consciência – vêemuma à outra como o inverso <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mas constituem-se em momentosdo longo percurso do saber rumo ao Conceito puro (essência).A consciência é o existir imediato do Espírito e tem dois momentos:o do saber e o <strong>da</strong> objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, negativo em relação ao primeiro.Quando o Espírito se <strong>de</strong>senvolve nesse elemento e expõe os seusmomentos, essa oposição inci<strong>de</strong> em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les, e todos surgem comomomentos <strong>da</strong> consciência. A Ciência <strong>de</strong> um tal caminho é a Ciência <strong>da</strong>experiência que a consciência faz. A consciência não sabe e não concebena<strong>da</strong> que não tenha lugar na sua experiência. Com efeito, o que está nessaexperiência é somente a substância espiritual toma<strong>da</strong>, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, comoobjeto do seu Si. (HEGEL, 1991: p. 207)Hegel coloca a experiência, portanto, como a forma através <strong>da</strong> quala consciência cindi<strong>da</strong> (entre o Eu e a Substância) <strong>de</strong>senvolve-se rumo àuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do conceito.__188__