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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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o que po<strong>de</strong> nos ocorrer externamente como objeto, mas ao mesmo tempo ai<strong>de</strong>ali<strong>da</strong><strong>de</strong> ... no tocante às coisas pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s em si mesmas ... Logo,afirmamos a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> empírica do espaço (com vistas a to<strong>da</strong> possívelexperiência externa) e não obstante sua i<strong>de</strong>ali<strong>da</strong><strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>ntal, isto é,que ele na<strong>da</strong> é tão logo <strong>de</strong>ixemos <strong>de</strong> lado a condição <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>to<strong>da</strong> experiência. (KANT, 1991: p. 43)Da mesma forma, o tempo também não é conceito extraído <strong>da</strong>experiência empírica, mas forma em geral <strong>da</strong> percepção a priori. O tempoé sucessivo e não simultâneo, assim como o espaço é simultâneo e nãosucessivo. Ao contrário do espaço, ele possui uma só dimensão. É infinito,e todo conceito construído sobre esta intuição não é mais que limitação<strong>de</strong>ssa infinitu<strong>de</strong>.Kant afirma que são muitos os conceitos sintéticos a prioriconstruídos sobre a intuição pura do tempo. Movimento e mu<strong>da</strong>nça sãotalvez os principais <strong>de</strong>les. Assim, só com a intuição <strong>de</strong> tempo po<strong>de</strong>ríamoscompreen<strong>de</strong>r como Ser e não-Ser po<strong>de</strong>m existir coetaneamente.O tempo, portanto, não pertence às coisas em si mesmas. Aocontrário, é a forma do sentido interno (modo como a mente intui a siprópria e a seu próprio estado interno), assim como o espaço foi <strong>de</strong>finidocomo a forma do sentido externo. O tempo não fornece figura nenhuma.Daí porque, por carência <strong>de</strong> analogias, nós o representamos por uma linhainfinita.Por conseguinte, nessa visão o tempo na<strong>da</strong> é com respeito à coisaem-si.“Possui vali<strong>da</strong><strong>de</strong> objetiva apenas no tocante aos fenômenos, poisestes já são coisas que assumimos como objetos <strong>de</strong> nossos sentidos; mas<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser objetivo quando ... se fala <strong>de</strong> coisas em geral” (KANT, 1991: p.47). Em suma, tal qual o espaço, o tempo é <strong>de</strong> uma só vez uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong>empírica e uma i<strong>de</strong>ali<strong>da</strong><strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>ntal. É o “modo <strong>de</strong> me apresentar amim mesmo como objeto” (Id. ib.).Do que po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que o espaço como intuição pura nãose movimenta: ele é imóvel. O que se movimenta são coisas empiricamentepercebi<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> noção <strong>de</strong> espaço. Igualmente, “o tempo não mu<strong>da</strong>,mas sim algo que é no tempo” (KANT, 1991: p. 49).__171__

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