fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
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O princípio <strong>de</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong> não é uma suposição recente, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> <strong>da</strong>Ciência Mo<strong>de</strong>rna. Remete mesmo à fase mítica, pré-racional, dopensamento humano.Já Hesíodo (VIII a.c.) – maior nome do pensamento mitológico grego,ao lado <strong>de</strong> Homero – esboça em sua “Teogonia” uma genealogiasistemática e racional <strong>da</strong> divin<strong>da</strong><strong>de</strong> com base na idéia <strong>de</strong> causação.Coloca<strong>da</strong> como precursora do pensamento racional, a obra <strong>de</strong> Hesíodo<strong>de</strong>monstra a íntima ligação existente entre pensamento racional eprincípio <strong>de</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como entre pensamento racional eprevisibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Como afirma J. WICKEN (1987: p.5), on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mosi<strong>de</strong>ntificar causas po<strong>de</strong>mos fazer previsões.Uma ca<strong>de</strong>ia causal é uma relação (ou conjunto <strong>de</strong> relações) entrecausa(s) e efeito(s), e po<strong>de</strong> ser vista como um processo <strong>de</strong> tradução, naqual uma causa (sinal <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>) é traduzi<strong>da</strong> em um efeito (sinal <strong>de</strong>saí<strong>da</strong>). A Teoria <strong>da</strong> Informação manipula as noções <strong>de</strong> causa e efeitoprobabilisticamente, o que se verifica por exemplo através <strong>da</strong> variável Pi(j).Ela <strong>de</strong>screve causas perturbadoras que, atuando sobre uma mensagem i,produzem como efeito a transformação <strong>de</strong>ssa mensagem em j.A idéia <strong>de</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong> é o mais essencial fun<strong>da</strong>mento do empirismo,mas também seu calcanhar-<strong>de</strong>-aquiles. A crítica <strong>de</strong> D. Hume aoempirismo clássico ataca precisamente essa noção. Seguindo a linhainaugura<strong>da</strong> pelos assim chamados “nominalistas” – que afirmavam ainexistência concreta dos universais – Hume coloca o princípio <strong>de</strong>causali<strong>da</strong><strong>de</strong> como “ilusão subjetiva” ao afirmar que po<strong>de</strong>mos atéconsi<strong>de</strong>rar reais as coisas, mas não as causas <strong>de</strong>ssas coisas, as quais sóexistiriam no pensamento.Também Hegel critica a noção <strong>de</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas a partir <strong>de</strong> umaperspectiva bem mais profun<strong>da</strong> e multilateral que a <strong>de</strong> Hume. Hegel nãoenvere<strong>da</strong> pela subjetivação <strong>da</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong>; apenas chama atenção paraseu caráter fragmentário, incapaz <strong>de</strong> expressar a Totali<strong>da</strong><strong>de</strong>.A noção <strong>de</strong> substância em Hegel é conceitua<strong>da</strong> como aquilo quecontém em si a relação absoluta. Ao conhecê-la, não restaria dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong>que encontramos causas. Mas, para Hegel, a causali<strong>da</strong><strong>de</strong> é apenas uma__84__