fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
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Essa visão <strong>da</strong>s coisas chega mesmo a conferir plausibili<strong>da</strong><strong>de</strong> àconcepção evolucionista <strong>de</strong> Heráclito e Empédocles, elabora<strong>da</strong> há umpunhado <strong>de</strong> séculos. Empédocles havia chegado a <strong>de</strong>senhar umacosmologia com certo nível <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na qual duas forças opostas(Éris e Philia) tensionavam a matéria para momentos-limite <strong>de</strong> máximauni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> máxima dispersão, sendo essa contradição a fonte eterna <strong>da</strong>vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> e do movimento. Mais <strong>de</strong> dois milênios após, ENGELScontinuava a enunciar: “É um eterno ciclo esse em que se move a matéria... Na<strong>da</strong> é eterno a não ser a matéria em eterna transformação e eternomovimento, bem como as leis pelas quais se move e se transforma” (1979,p.s 29-30).Também a Teoria <strong>da</strong> Informação já traz em si como elementosubjacente uma concepção <strong>de</strong> processo bem mais avança<strong>da</strong> que a <strong>da</strong>sdisciplinas mecânicas do século XVIII. Em função disso, essa <strong>teoria</strong> adotauma idéia flexível <strong>de</strong> objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> como uma categoria essencialmentegnoseológica, isto é, sem qualquer existência para além dos limites doconhecimento e <strong>da</strong> relação sujeito/objeto. Subjaz à Teoria <strong>da</strong> Informação aidéia <strong>de</strong> que a garantia <strong>de</strong> conhecimento objetivo não está namateriali<strong>da</strong><strong>de</strong> do objeto em si, ontologicamente concebido. Ao contrário, aobjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento respal<strong>da</strong>-se, como já afirmara Hegel, noimpulso do conhecimento para preencher-se com conteúdo real, isto é, na‘vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>’ que faz o conhecimento trabalhar nos limites <strong>da</strong>relação certeza/incerteza.Mas <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem esse impulso? Qual sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>? Trata-se <strong>de</strong> um“princípio transcen<strong>de</strong>ntal”? Na obscura linguagem hegeliana parece quesim. Mas o mesmo não ocorre com Marx, que esclarece ser esse “impulso”oriundo <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> – esta sim ontológica – <strong>de</strong> transformação <strong>da</strong>reali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo Homem. Nunca é <strong>de</strong>mais recor<strong>da</strong>r a afirmação <strong>de</strong> Marxsegundo a qual “O sujeito ... está <strong>da</strong>do tanto na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> efetiva quantono cérebro” (1982 a: p. 18).Esse novo materialismo, <strong>de</strong> caráter histórico, interpreta as diversasdisciplinas científicas em sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, isto é, como “pontos no<strong>da</strong>is” doavanço <strong>da</strong>s forças produtivas e <strong>da</strong> organização social. Concebe-as,__212__