fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
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que é refutado pela flor. Igualmente, a flor se explica por meio do frutocomo um falso existir <strong>da</strong> planta, e o fruto surge em lugar <strong>da</strong> flor comover<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> planta. Essas formas não apenas se distinguem mas serepelem como incompatíveis entre si. Mas a sua natureza flui<strong>da</strong> as torna,ao mesmo tempo, momentos <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> orgânica na qual não somentenão entram em conflito, mas uma existe tão necessariamente quanto aoutra; e é essa igual necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> que unicamente constitui a vi<strong>da</strong> do Todo.(Hegel, p. 192)Portanto, para HEGEL, o preocupar-se meramente com osresultados imediatos <strong>de</strong> um conhecimento, bem como com a meradiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s opiniões é passar ao largo <strong>da</strong> coisa, superficialmente.O fim para si é o universal sem vi<strong>da</strong>, assim como a tendência é o puroimpulso que ain<strong>da</strong> carece <strong>de</strong> sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong> efetiva; e o resultado nu é ocadáver que a coisa <strong>de</strong>ixou atrás <strong>de</strong> si. Do mesmo modo, a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> ésobretudo o limite <strong>da</strong> coisa. Ela começa on<strong>de</strong> a coisa termina e é o que acoisa não é. Esse atarefar-se com o fim e os resultados ... em lugar <strong>de</strong> sepren<strong>de</strong>r à coisa, esse modo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r sempre passa superficialmentesobre ela. Em lugar <strong>de</strong> nela <strong>de</strong>morar-se e <strong>de</strong> esquecer-se a si mesmo nela,esse saber se pren<strong>de</strong> sempre a algo diverso e permanece <strong>de</strong> preferência emsi mesmo, ao invés <strong>de</strong> estar na coisa e <strong>de</strong> se entregar a ela. O que há <strong>de</strong>mais fácil é julgar o que possui conteúdo e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mais difícil éapreendê-lo e ... produzir a sua exposição. (1991, p. 192-93)Nessa perspectiva, não há como impor à Ciência quaisquer limites,como pretendia Kant. Limite posto <strong>da</strong> forma como o fez Kant é pura coisado pensamento metafísico. Limite posto junto à sua própria negação é adialética – e portanto a Ciência. Se tudo vai além <strong>de</strong> seus limites, como éque a Razão (logo ela!) não po<strong>de</strong>ria ultrapassá-los?Portanto, não parece ser correto, como acreditava Kant, que asformas do pensamento estejam vagando sobre o conteúdo e não sejam opróprio conteúdo, idéia efetivamente sugeri<strong>da</strong> pela “coisa-em-si”. Éabsurdo um conhecimento que, embora possa ser <strong>de</strong>clarado ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro,não po<strong>de</strong> conhecer a coisa-em-si.A<strong>de</strong>mais, não seria também o próprio pensamento uma coisa-em-si?Nesse caso, como conhecê-lo, formulando a respeito <strong>de</strong>le uma “crítica”?Sobre isso, LÊNIN observa <strong>de</strong> modo sagaz: “Em Kant a abstração vazia <strong>da</strong>coisa-em-si está no lugar do curso vivo, do movimento ca<strong>da</strong> vez maisprofundo do nosso saber acerca <strong>da</strong>s coisas” (1989: p. 95). De fato, o__179__