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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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a noção <strong>de</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta, embora ain<strong>da</strong> não a tivesse como elementoessencial <strong>de</strong> seu pensamento.Mas, a partir do exposto acima, chegamos à surpreen<strong>de</strong>nteconclusão <strong>de</strong> que, no âmbito do conhecimento, o pensamentoefetivamente “produz” o real. Não no sentido subjetivo, segundo o qualqualquer pensamento já é só por isso ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro (o pensamentoinver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro é justamente aquele que se concebe autônomo do real), masno sentido <strong>de</strong> que o Homem produz o mundo muito mais do que esteproduz o Homem. O pensamento, portanto, cria a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> no sentido <strong>de</strong>que ele também é ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> prática.Se a divisão do trabalho havia engendrado a noção <strong>de</strong> umpensamento apartado <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> prática (concebendo esta últimaapenas no sentido corporal), é a própria prática social que restitui opensamento à reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.... O movimento <strong>da</strong>s categorias aparece como o ato <strong>de</strong> produção efetivo –que recebe infelizmente apenas um impulso do exterior -, cujo resultado éo mundo, e isso é certo ... na medi<strong>da</strong> em que a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta, comouma totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamentos, como um concreto <strong>de</strong> pensamentos, é<strong>de</strong> fato um produto do pensar, do conceber; não é (porém) <strong>de</strong> modonenhum o produto do conceito que pensa separado e acima <strong>da</strong> intuição e<strong>da</strong> representação, e que engendra a si mesmo, mas <strong>da</strong> elaboração <strong>da</strong>intuição e <strong>da</strong> representação em conceitos ... O sujeito real permanecesubsistindo, agora como <strong>da</strong>ntes, em sua autonomia fora do cérebro, isto é,na medi<strong>da</strong> em que o cérebro não se comporta senão especulativamente,teoricamente. (MARX, 1982 a: p. 15)Vin<strong>da</strong>s <strong>da</strong> pena <strong>de</strong> um notório materialista como Marx, essasafirmações po<strong>de</strong>m soar surpreen<strong>de</strong>ntes. Mas só o são se não lembrarmosque nelas resi<strong>de</strong> a essência do corte epistemológico operado pelomarxismo com relação à filosofia anterior, para a qual ou a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>existia apenas fora do pensamento, ou a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> nunca existiu, e só oque existia era sempre o pensamento.A elaboração materialista histórica traz em si, sem sombra <strong>de</strong>dúvi<strong>da</strong>, diversos elementos her<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> gnoseologia hegeliana. Isso se<strong>de</strong>monstra pelas afirmações <strong>de</strong> Hegel a respeito do progresso doconhecimento:__203__

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