fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
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Além <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar em separado as noções <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> eentendimento, bem como as <strong>de</strong> Razão e Fé, Dunas Escoto opera também oisolamento <strong>da</strong>s idéias <strong>de</strong> intelecto possível e agente e <strong>de</strong> universal eindividual, além <strong>de</strong> conceber <strong>de</strong> forma diferencia<strong>da</strong> a relação entrematéria e forma. Neste último caso, nega o Agostinismo, que afirma que amatéria possui um princípio racional interno que a faz aspirar à forma, etambém ao tomismo, que diz que a matéria não possui existência em atosem uma <strong>da</strong><strong>da</strong> forma. Escoto afirma, já prenunciando o nominalismo <strong>de</strong>Ockam, que, <strong>da</strong>do que a idéia existe aparta<strong>da</strong> <strong>da</strong> matéria e é posterior aela (ain<strong>da</strong> que esta última seja cria<strong>da</strong> por Deus), a matéria possuiexistência atual, e, portanto, subordina sua forma. Isso não é senão ummaterialismo dos mais velados.Quanto à questão do intelecto, Escoto enten<strong>de</strong> que "o papelpróprio do intelecto agente é o <strong>de</strong> separar a forma específica <strong>da</strong> imagemsensível, on<strong>de</strong> está em potência; mas o do intelecto possível é o <strong>de</strong>compreen<strong>de</strong>r a causa total <strong>de</strong>sse ato" (BRÈHIER, 1977-78: p. 179). Oscotismo vê como autônomos os intelectos agente e possível, ain<strong>da</strong> que doprimeiro, que está <strong>de</strong>ntro dos limites do conhecimento imediato, <strong>de</strong>corra osegundo, que é o conhecimento abstrativo, mediato. O objetivo <strong>de</strong> DunasEscoto com essa teorização sobre o intelecto é o <strong>de</strong> negar a concepçãoagostiniana segundo a qual a experiência sensível não joga papel noconhecimento, vindo este último <strong>de</strong> uma iluminação divina na mente dosujeito. Para Escoto, a raiz do conhecimento não está em outro lugar quenão na experiência.Finalmente, na famosa questão dos universais, Dunas Escoto negaa compreensão tomista que via no individual mera forma contigente dogenérico. É aí que se introduz o ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> do nominalismo <strong>de</strong>Ockam, justamente quando Escoto vê os corpos individuais comoreali<strong>da</strong><strong>de</strong>s em si, sem que as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s comuns a esses corpos, ou seja,os universais, sejam concebidos senão como um esforço <strong>de</strong> abstração <strong>da</strong>mente humana. O individual não parte do universal, mas, ao contrário,este é que é inferido <strong>da</strong> existência concreta <strong>da</strong>quele. Por certo não é meracoincidência a semelhança entre esse entendimento scotista e o__148__