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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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cognição dos constrangimentos intersimbólicos existentes entre essesconceitos.Mas qual a base <strong>de</strong>sses constrangimentos: real ou i<strong>de</strong>al? Comovimos anteriormente, para Goldman, que crê (quase cegamente, diríamos)na objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento, os “constrangimentos” têm o mesmosentido <strong>de</strong> “leis”. Ambos possuem existência ontológica, como partesintrínsecas <strong>de</strong> qualquer sistema. Com isso, as leis <strong>da</strong> Ciência seriamexpressão intelectual <strong>de</strong> constrangimentos existentes na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>(GOLDMAN, 1953: p.s 306-307), constituindo o material através do qual aCiência traça cenários futuros e fixa condições iniciais <strong>da</strong>s quais po<strong>de</strong>mser <strong>de</strong>rivados resultados preditíveis. Não estaríamos exagerando aoi<strong>de</strong>ntificar aqui um empirismo excessivamente otimista, quase baconiano.GOLDMAN (1953: p.s 300-301) interpreta o princípio <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>do canal não como um limite intransponível, mas como algo a ser supostocomo ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> pelo próprio pensamento. Exemplificando oproblema <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do canal, ele afirma que as mu<strong>da</strong>nças no mundoparecem ocorrer lentamente, isto é, o mundo externo parece ter certacontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> no tempo. Isso provém do fato <strong>de</strong> que a largura <strong>de</strong> ban<strong>da</strong><strong>da</strong>s mensagens por nós recebi<strong>da</strong>s é menor que a largura <strong>de</strong> ban<strong>da</strong> (oucapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>) <strong>de</strong> nossos mecanismos sensoriais. Isso faz parecer que omundo preserva sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> no tempo, o que nos leva à conclusão <strong>de</strong>que estamos sempre diante do mesmo mundo real.No entanto, o próprio pensamento faz saber que essa conclusão nãoé ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, o que representa uma superação <strong>de</strong> nossa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>sensorial. Como muito corretamente assinala ENGELS:As formigas possuem olhos diferentes dos nossos: po<strong>de</strong>m ver os raiosluminosos químicos ... mas, no que diz respeito ao conhecimento <strong>de</strong>ssesraios, invisíveis para nós, estamos muito mais adiantados que as formigas.Somente o fato <strong>de</strong> que possamos <strong>de</strong>monstrar que as formigas vêem coisaspara nós invisíveis, e que essa <strong>de</strong>monstração repousa apenas empercepções obti<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> nossos olhos, só isso basta para <strong>de</strong>monstrarque a constituição especial do olho humano não representa uma barreiraabsoluta ao conhecimento humano. (1979, p. 185)__81__

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