fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Aos agnósticos para quem a percepção e a linguagem constituem-seem barreiras ao conhecimento, não custa relembrar a já cita<strong>da</strong> afirmação<strong>de</strong> ENGELS a respeito <strong>de</strong> supostos limites sensoriais do conhecimento:As formigas possuem olhos diferentes dos nossos: po<strong>de</strong>m ver os raiosluminosos químicos, mas, no que diz respeito ao conhecimento <strong>de</strong>ssesraios, invisíveis para nós, estamos muito mais adiantados que as formigas:somente o fato <strong>de</strong> que possamos <strong>de</strong>monstrar que as formigas vêem coisaspara nós invisíveis, e que essa <strong>de</strong>monstração repousa apenas empercepções obti<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> nossos olhos, só isso basta para mostrarque a constituição especial do olho humano não representa uma barreiraabsoluta ao conhecimento. (1979: p. 185)A evolução do conhecimento, portanto, reduz assintoticamente adistância entre sujeito e objeto, embora não possa jamais eliminá-lacompletamente senão no infinito. O que rompe a duali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre forma(pensamento) e matéria (substância) é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> práticasocial.Essa nova concepção materialista, tempera<strong>da</strong> no próprio avanço <strong>da</strong>Ciência e <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, reflete-se nas diversas disciplinas científicas doséculo XX, como a Teoria <strong>da</strong> Informação.Os conceitos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong>ssas novas disciplinas científicas, como os<strong>de</strong> informação e entropia, relacionam-se invariavelmente ao rompimentocom antigas formas, estáticas e mecânicas, <strong>de</strong> conceber tanto a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>quanto o conhecimento. Consi<strong>de</strong>ramos lícito afirmar, até mesmo, que,enquanto anteriormente nossa visão <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> (Ontologia) subordinavae em certa medi<strong>da</strong> enclausurava nossa visão do conhecimento(Gnoseologia), hoje parece ser esta última aquela que efetivamente toma apalavra e dita os passos.Com efeito, antes concebíamos a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> como uma substânciaidêntica a si mesma, aparta<strong>da</strong> do pensamento e a ele invariavelmenteoposta. Bastava-nos apenas, assim, colher “amostras” <strong>de</strong>ssa substânciapara conhecê-la. Assim, <strong>da</strong> mesma forma que quando estamos nainfância, não víamos muitas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em qualquer coisa que seapresentasse.__217__