fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
componentes. Segue aqui portanto a tradição nominalista para a qual osuniversais não existem, mas apenas os particulares. Apesar <strong>de</strong> admitir adivisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> infinita <strong>da</strong>s substâncias (tal qual já o fazia Anaxágoras),Locke não <strong>de</strong>ixa jamais <strong>de</strong> postular sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.O "Ensaio Acerca do Entendimento Humano" abor<strong>da</strong> também oproblema dos limites do conhecimento e <strong>de</strong> suas formas legítimas,problema que alcançaria em Kant o auge <strong>de</strong> sua elaboração.Para Locke o conhecimento faz-se através <strong>de</strong> quatro or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong>vínculos ou conveniências, expressados por juízos: i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> oudiferença (A = B, A # B), relação (filiação, por exemplo), coexistência (AB,BC, etc.) e correspondência <strong>da</strong> idéia com o concreto.Já as fontes <strong>de</strong> certeza com relação à existência concreta <strong>da</strong>scoisas são <strong>de</strong> três tipos: certeza intuitiva (advin<strong>da</strong> <strong>da</strong> reflexão), certezasensível e certeza <strong>de</strong>monstrativa <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> Deus.Para Locke, o conhecimento real provém <strong>da</strong> conveniência <strong>da</strong>s idéiasentre si e <strong>de</strong>stas com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> (e não só <strong>da</strong>s idéias entre si, comoqueriam os racionalistas). Essa preocupação com a formalização doconhecimento, que em Locke é bastante marcante, passará a Hume eBerkeley e, <strong>de</strong>stes, a Kant.Mas, até lá, tanto os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes do empirismo britânico quanto osdo cartesianismo ain<strong>da</strong> teriam um longo caminho pela frente. Osfranceses, às vésperas <strong>de</strong> sua revolução burguesa, trocariam <strong>de</strong> papel comos ingleses, "re<strong>de</strong>scobrindo" Bacon, Hobbes e Locke, que já na Inglaterrase encontravam sepultados. Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Holbach,Di<strong>de</strong>rot e D'Alembert assumem, então, o papel <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>irosmaterialistas ingleses!Enquanto isso, na Inglaterra, o nominalismo, que tanto progressorepresentara à época do combate ao tomismo, involui <strong>de</strong> Locke a GeorgeBerkeley (1685 - 1753) e David Hume (1711 - 1776). Estes dois últimos -afirmando que as coisas exteriores não são mais que idéias e sensaçõesgesta<strong>da</strong>s no interior <strong>da</strong> consciência subjetiva do Homem - transformam(ao nominalismo) em uma filosofia retrógra<strong>da</strong> e <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte, a nova cara do__162__