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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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o objetivo e o subjetivo que os céticos, presos à subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> incerteza,não conseguiram fazer. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a própria concepção <strong>de</strong> relaçãosujeito-objeto <strong>de</strong> Descartes já é fruto <strong>de</strong> um avançado trabalho com ascategorias dialéticas dúvi<strong>da</strong> e certeza, que lhe proporciona excelentesresultados.Diante <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> constante do conhecimento em seus<strong>de</strong>sdobramentos, Descartes propõe que seu método racional seja operadoatravés dos procedimentos <strong>de</strong> análise (dividir problemas em parcelasmínimas a serem soluciona<strong>da</strong>s), <strong>de</strong> síntese (or<strong>de</strong>nação dos pensamentos,indo dos mais simples aos mais complexos) e <strong>de</strong> enumeração (enumerardúvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma que na<strong>da</strong> seja omitido).O método racional <strong>de</strong> Descartes cria uma oposição (aliás, não foge<strong>da</strong> oposição) entre a contingência do mundo real e a generali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>sconstruções <strong>de</strong>dutivas. Descartes reconhece que a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, por sercomplexa, dificilmente po<strong>de</strong> ser absorvi<strong>da</strong> inteiramente por idéias. Existemprincípios racionais que não se verificam empiricamente. Daí a concepçãodo dualismo cartesiano matéria/espírito. Descartes dá seqüência, nesseponto, à tradição platônica. Prossegue também, acrescente-se, a tradiçãomonista dos eleáticos, para os quais não há vazio na Natureza.Foram bastante frutíferas as incursões cartesianas pelo terreno <strong>da</strong>sciências exatas e naturais. Descartes procurou <strong>de</strong>senvolver justamente oscampos <strong>da</strong> Ciência e do Pensamento que a sabedoria escolástica só haviatido a preocupação <strong>de</strong> copiar dos gregos. Não obstante sua gnoseologiaseja sabi<strong>da</strong>mente racionalista, o Descartes cientista possuía forte apegocom o experimentalismo.No campo <strong>da</strong> Biologia as concepções cartesianas sobre o corpoforam profun<strong>da</strong>mente influencia<strong>da</strong>s pelos avanços <strong>da</strong> Anatomia. Dentro <strong>de</strong>seu dualismo, o mecanismo do corpo está unido a um componenteespiritual, que não é a alma escolástica (sensitiva ou vegetativa), mas umaalma dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> alto teor <strong>de</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>da</strong>í o Homem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>duzirver<strong>da</strong><strong>de</strong>s a priori). As explicações mecânicas <strong>de</strong> Descartes acerca <strong>da</strong>respiração, <strong>da</strong> circulação sangüínea, do batimento cardíaco, etc.,eliminaram a hipótese <strong>da</strong> alma vegetativa dos escolásticos.__156__

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