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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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segundo e mais conseqüente caminho é seguido por Platão e Aristóteles,os dois maiores filósofos do período socrático.Discípulo <strong>de</strong> Sócrates, Platão (V-IV a.c.) reflete sistematicamentesobre a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cultura grega. Sua Teoria <strong>da</strong>s Idéias <strong>de</strong>sfere noagnosticismo e no relativismo um profundo golpe. Platão consagra aperspectiva filosófica metafísica, que em sua obra aparece conjuga<strong>da</strong> (nãoexatamente oposta) à dialética.Conforme assinala LARA (1989: p. 102), o monismo jônio e eleáticohavia revelado tensões profun<strong>da</strong>s entre a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>.Essas tensões foram resolvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> modo bastante razoável pelosatomistas, através <strong>de</strong> seu “pluralismo homogêneo”. Platão seguiria, emrelação a esse problema, um outro caminho: o do dualismo.Sócrates havia estabelecido a universali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Conceito. Platão vaimais longe, perguntando-se sobre qual a raiz <strong>de</strong>ssa universali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Paraele, a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Conceito é a Idéia. Ou seja: o Conceito é subjetivo; aIdéia, na qual se fun<strong>da</strong>menta, objetiva. Platão, portanto, ataca orelativismo sofístico assentando o conhecimento sobre firmes basesobjetivas. Como <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssas concepções, para muitoscomentadores Platão é em certa medi<strong>da</strong> um realista.Com efeito, na filosofia platônica o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro real é o puro racional,e a plenitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> inteligibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é a própria plenitu<strong>de</strong> do Ser, sendo ambasa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> absoluta. Essa mesma solução gnoseológica – fortementeembasa<strong>da</strong> na noção <strong>de</strong> Totali<strong>da</strong><strong>de</strong> – será bem mais tar<strong>de</strong> segui<strong>da</strong> porHegel.De fato, a radicali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Parmêni<strong>de</strong>s tornara a perspectivaracionalista um tanto estéril. Ele não possuía, como Platão, a clareza <strong>de</strong>que a própria Idéia estava sujeita à dialética uno/múltiplo,repouso/movimento. Assim, enquanto que em Zenão a dialética temsentido meramente retórico, em Platão tem sentido lógico, gnoseológico e,também, ontológico. Ela surge com força <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> concepçãometafísica platônica, e, fazendo-lhe pensar as contradições uno/múltiplo,finito/infinito e repouso/movimento, permite-lhe livrar-se dos dilemassofísticos e eleáticos. A dialética tem, em Platão, o caráter <strong>de</strong> um__138__

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