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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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Para MARX, igualmente, o método exato é aquele que percebe que“O concreto é concreto porque é síntese <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>terminações, isto é,uni<strong>da</strong><strong>de</strong> do diverso. Por isso o concreto aparece no pensamento como oprocesso <strong>da</strong> síntese, como o resultado, não como o ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong>que seja o ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> efetivo e, portanto, o ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> também<strong>da</strong> intuição e <strong>da</strong> representação. No primeiro método (o empírico), arepresentação plena volatiliza-se em <strong>de</strong>terminações abstratas; no segundo,as <strong>de</strong>terminações abstratas conduzem à reprodução do concreto por meiodo pensamento” (1982 a: p. 14).Comparemos esse trecho <strong>de</strong> Marx com a crítica <strong>de</strong> Hegel ao métodoindutivo. Para este último, o indutivismoencobre o engano do conhecer que admitiu unilateralmente experiênciasatravés <strong>da</strong>s quais ele somente podia chegar às suas <strong>de</strong>finições eprincípios simples – e, com isso, elimina a refutação a partir <strong>da</strong>experiência, uma vez que toma e faz valer essa experiência, não na suatotali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta, mas como exemplo, e, <strong>de</strong>certo, pelo lado que aproveitaàs hipóteses e à <strong>teoria</strong>. Nesta subordinação <strong>da</strong> experiência concreta às<strong>de</strong>terminações pressupostas a base <strong>da</strong> <strong>teoria</strong> obscurece-se, é mostra<strong>da</strong>apenas pelo lado que está conforme à <strong>teoria</strong>. (HEGEL APUD LÊNIN, 1989:p. 190)Do exposto acima po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r o caráter essencialmente<strong>de</strong>dutivo <strong>da</strong> gnoseologia dialética. Quer isso dizer que o raciocíniodialético utiliza-se largamente do procedimento <strong>de</strong> abstração científica,isto é, do procedimento <strong>de</strong> partir sempre <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais gerais, <strong>da</strong>abstração mais primordial, ou simplesmente <strong>da</strong> essência – aquilo que acoisa tem <strong>de</strong> comum em qualquer <strong>de</strong> suas manifestações – indo <strong>de</strong>la aproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais específicas e <strong>de</strong>monstrando em que condições essasproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais específicas se manifestam. Segundo MARX, “O métodoque consiste em elevar-se do abstrato ao concreto não é senão a maneira<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r do pensamento para se apropriar do concreto, para reproduzilocomo concreto pensado” (1982 a: p. 14). HEGEL afirma coisa bastantesemelhante ao postular que o método “é o conceito puro que se relacionaapenas consigo próprio ... Mas também há o Ser preenchido, o conceitoque se concebe a si próprio, o Ser como totali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta” (APUDLÊNIN, 1989: p. 208). É notável, aqui, o fato <strong>de</strong> que já Hegel pressupunha__202__

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