fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A cosmologia <strong>de</strong> Empédocles vê o Universo como composto <strong>de</strong> ciclosperiódicos <strong>de</strong> máxima uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> máxima multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na máximauni<strong>da</strong><strong>de</strong> temos o Ser eleático (que <strong>de</strong>talharemos a seguir), o qual logocomeça a <strong>de</strong>sagregar-se com a ação <strong>de</strong> Éris. Aí entra o eterno vir-a-serheraclítico. Quando Éris chega ao máximo, inicia-se novamente a ação <strong>de</strong>Philia (força unificadora).Para Empédocles, a combinação dos elementos “físicos” explicaria amultiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sua concepção <strong>de</strong> movimento, como ressalta LARA (1989:P. 70) tem ora caráter teleológico-finalístico, ora caráter mecanístico. Porconseguinte, temos aqui pela primeira vez a idéia <strong>de</strong> uma dupla cama<strong>da</strong>causal – a qual vimos anteriormente que comparece na física mo<strong>de</strong>rnaimplica<strong>da</strong> na idéia <strong>de</strong> entropia.Para Anaxágoras <strong>de</strong> Clazômena (final <strong>de</strong> V a.c.), a matéria éinfinitamente divisível e, portanto, <strong>de</strong>nsa. O conceito-chave <strong>de</strong> sua filosofiaé a idéia <strong>de</strong> ‘Nous’, que correspon<strong>de</strong> a um princípio mental presente emto<strong>da</strong>s as coisas, base <strong>de</strong> uma concepção i<strong>de</strong>alista-objetiva.A origem do eterno <strong>de</strong>vir <strong>da</strong>s coisas, segundo ANAXÁGORAS, estariano ‘Nous’: “Há muitas partes <strong>de</strong> muitas coisas. Mas nenhuma coisa écompletamente separa<strong>da</strong> ou distinta <strong>de</strong> nenhuma outra coisa, exceto oespírito ... E quando o espírito começou o movimento, separou-se <strong>de</strong> tudoque era posto em movimento; e tudo o que o espírito pôs em movimento foiseparado” (APUD LARA, 1989: p. 73).Com isso, Anaxágoras ‘radicaliza’ no monismo. Para ele, a únicadiferença entre coisas e seres humanos situava-se na estrutura corpórea<strong>de</strong>ste últimos, já que ambos possuíam ‘Nous’. Essa concepção foi muitocombati<strong>da</strong> pelos <strong>de</strong>fensores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> escravagista, que consi<strong>de</strong>ravamo pensamento a única coisa humana e abominavam o trabalho corporal.Apesar <strong>de</strong> Platão e Aristóteles consi<strong>de</strong>rarem o Nous um corpoestranho na obra essencialmente materialista <strong>de</strong> Anaxágoras, essa noçãoparece seguir Empédocles na inauguração <strong>da</strong> causação teleológica comodistinta <strong>da</strong> causali<strong>da</strong><strong>de</strong> mecanística. O <strong>de</strong>vir <strong>de</strong> Anaxágoras não émecânico (contingente), como o dos atomistas, mas teleológico-necessário;é regra, não exceção.__132__