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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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movimento progressivo rumo ao absoluto, e, inversamente, <strong>de</strong>ste aorelativo. Daí porque Hegel reconhece em Platão o fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> dialética naacepção mo<strong>de</strong>rna.Aristóteles <strong>de</strong> Stágiros (IV a.C.), discípulo <strong>de</strong> Platão, é o primeirofilósofo a conceber a noção <strong>de</strong> uma totali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta. Sem abdicar <strong>da</strong>confiança grega na Razão, o filósofo macedônio coloca-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o iníciocomo realista. Seu objetivo é o <strong>de</strong> canalizar a Razão para a análise doconcreto e do contingente.Aristóteles, porém, não é um empirista no sentido mo<strong>de</strong>rno. Seuconceito <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> liga-se à visão do fato como algo que transcen<strong>de</strong> àprópria fatici<strong>da</strong><strong>de</strong>, realizando-se em uma estrutura lógica superior.Da mesma forma que Platão, Aristóteles crê que as condições doconhecimento são condições <strong>de</strong> existência <strong>da</strong> própria reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. ComoPlatão, busca a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ser através <strong>da</strong> contingência <strong>da</strong>percepção. Porém, ao contrário <strong>de</strong> Platão, não vê a menor necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> emduplicar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Para ele, <strong>de</strong>vemos pensar no concreto como tal, e nãocomo manifestação sensível <strong>de</strong> um ‘mundo <strong>de</strong> idéias’. Exatamente por issoo realismo aristotélico transcen<strong>de</strong> o <strong>de</strong> Platão: preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir aessência não como reali<strong>da</strong><strong>de</strong> em si à parte <strong>da</strong> matéria, mas como coisasubjacente aos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> percepção.O Ser aristotélico é composto <strong>de</strong> substância e aci<strong>de</strong>nte. Essa é acondição para se pensar a permanência (ato) e a mu<strong>da</strong>nça (potência),fugindo dos dilemas sofísticos (que diziam ser incognoscível algo que é enão é) e eleáticos. Segundo sua <strong>teoria</strong> do ato e potência, uma coisa po<strong>de</strong>ser e não-ser, isto é, po<strong>de</strong> ser uma coisa em ato e outra em potência.Nessa perspectiva, o Não-ser faz-se tão real quanto o Ser.Conseqüentemente, o movimento em Aristóteles não acontece doSer ao Ser, mas do Ser potencial ao Ser atual. Dessa forma, ficava sana<strong>da</strong>uma <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> aponta<strong>da</strong> pelo próprio Aristóteles em relação aopensamento anterior: a <strong>de</strong> ter explicado a essência <strong>da</strong>s coisas (a “physis”)sem no entanto explicar como se dá seu movimento. Ato e potência são, <strong>de</strong>fato, categorias para pensar a Totali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o movimento.__139__

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