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fábio palácio de azevedo fundamentos epistemológicos da teoria da ...

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que especificam singularmente o estado do sistema. Alguns <strong>de</strong>ssesparâmetros (pressão, temperatura) são operacionalmente <strong>de</strong>finíveis ediretamente mensuráveis. Outros (energia interna, entropia) não sãodiretamente mensuráveis, mas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos em termos <strong>de</strong>parâmetros que o são (calor, trabalho, etc) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma estrutura global<strong>de</strong> conservação energética (1 a Lei).Essa estrutura <strong>da</strong> Termodinâmica, contudo, não é explanatória nosentido teórico usual, pois a Termodinâmica não trata propriamente comcausas mecanísticas <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças. Isso não significa, contudo, que elaseja uma Ciência estritamente fenomenológica.Segundo J. WICKEN (1987: p.57), a estrutura causal <strong>da</strong>Termodinâmica é melhor <strong>de</strong>scrita como ‘teleomática’ – termo cunhadopara expressar o caráter nem propriamente teleológico nem propriamentemecânico <strong>da</strong> irreversibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. O ‘teleomático’ seria algo situado entre oteleológico (termo excessivamente vinculado à concepção <strong>da</strong> ‘causa final’aristotélica) e o mecanístico. Isso significa que a existência <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> tanto <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> operação quanto <strong>de</strong> causas estatísticotermodinâmicas– as quais se encontram no domínio <strong>de</strong> um ‘epistemologiados porquês’.De fato, a distinção porque-como é crítica para estabelecer umaestrutura causal coerente. A Termodinâmica, como Ciência, li<strong>da</strong> mais com‘porquês’ que com ‘comos’. Isso, porque a 2 a Lei não expressa a operação<strong>da</strong>s forças básicas <strong>da</strong> natureza (embora trabalhe através <strong>de</strong>las). Aocontrário disso, ela expressa uma cama<strong>da</strong> causal mais profun<strong>da</strong>, relativaà direção <strong>da</strong> dispersão probabilística <strong>de</strong> matéria e energia no espaço W,uma direção que existe in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> qualquer conjunto <strong>da</strong>do <strong>de</strong>mecanismos cinéticos. Essa direção – referi<strong>da</strong> aqui como ‘teleomática’ –constitui-se precisamente na cama<strong>da</strong> macroscópico-necessária <strong>da</strong>hierarquia causal.Vimos que na Termodinâmica Clássica o princípio do aumento <strong>da</strong>entropia é um tipo <strong>de</strong> causa final in<strong>de</strong>finível cujo conteúdo ontológico estáoculto <strong>da</strong> vista. Na Termodinâmica Estatística, porém, esse princípio<strong>de</strong>riva <strong>de</strong> conceitos probabilísticos tendo a mesma clari<strong>da</strong><strong>de</strong> racionalística__122__

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