As famílias químicasProceden<strong>do</strong> à análise de todas as substâ ncias terrestres, chegaram os químicos a reconhecê -las devidas a inúm<strong>era</strong>s combinações de cerca (178) de 70 corpos simples, Isto é, de 70 elementosque se não pud<strong>era</strong>m decompor. Fora, pois, de supor -se que há tantas matérias entre si diferentes,quantos corpos simples. Pura ilusão haveria aí, devi<strong>do</strong> à nossa impotência para reduzir esses corposa uma matéria uniforme, que então lhes seria a base 2 o que pensavam Proust e Dumas, quan<strong>do</strong>, nocomeço <strong>do</strong> século, procuravam descobrir, por meio da lei das proporções d efinidas, qual seria asubstância única, isto é, aquela de que fossem múltiplos exatos os elementos <strong>do</strong>s corpos primários.Dumas chegou a mostrar que não é o hidrogênio, como então se acreditava, mas uma substânciaainda desconhecida, cujo equivalente, em v ez de ser a unidade, seria a metade desta: 0,5.Os físicos partidários da teoria <strong>do</strong> éter – e hoje são to<strong>do</strong>s – vão ainda mais longe <strong>do</strong> que osquímicos. A matéria desconhecida, pela razão mesma de ter por equivalente 0,5, seria ponderável,até para os instrumentos de que o homem dispõe. Ora, o éter, que enche o Universo, éimponderável; <strong>do</strong>nde se segue que a substância hipotética <strong>do</strong>s químicos, a ter por peso metade <strong>do</strong>hidrogênio, seria, quan<strong>do</strong> muito, uma das primeiras condensações ou um <strong>do</strong>s primeirosagrupamentos <strong>do</strong> éter. Assim, pois, seria o éter, segun<strong>do</strong> os físicos, a matéria única constitutiva deto<strong>do</strong>s os corpos.O estu<strong>do</strong> da luz e da eletricidade, diz o Padre Secchi, nos há leva<strong>do</strong> a consid<strong>era</strong>rinfinitamente provável que e éter mais não é <strong>do</strong> que a própria ma téria, chegada ao mais alto grau detenuidade, a esse esta<strong>do</strong> de rarefação extrema a que se chama esta<strong>do</strong> atômico. Conseguintemente,to<strong>do</strong>s os corpos seriam apenas agrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s próprios átomos desse flui<strong>do</strong>. (179)Estas maneiras teóricas de ver se originam <strong>do</strong> s seguintes fatos químicos:1 – Nos corpos simples existem verdadeiras famílias naturais;2 – Um grupo composto, cujos elementos se conheçam, pode desempenhar o papel de umcorpo simples; um corpo dito simples pode ser decomposto;3 – Corpos forma<strong>do</strong>s exatamente <strong>do</strong>s mesmos elementos, reuni<strong>do</strong>s estes, nas mesmasproporções, têm, entretanto, propriedades diferentes;4 – A análise espectral revela a existência primitiva de uma só substância nas estrelas maisquentes, em g<strong>era</strong>l o hidrogênio.Examinemos rapidamente tão interessantes fatos.Se atentarmos nos diferentes corpos simples, convencer -nos-emos de que não são de ordemfundamental as suas divergências, visto que eles podem grupar -se em séries de famílias naturais.Essa divisão, fundada em analogias manifestas que alguns deles apresentam, uns com relação aosoutros, oferece uma vantagem que se não pode negar, porquanto, feito estu<strong>do</strong> profun<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpomais importante, a história <strong>do</strong>s outros, salvo questões de detalhes, se deduz naturalmente desseestu<strong>do</strong>. A semelhança na maneira de se comportarem mostra que essas matérias apresentamanalogias de composição e, portanto, que elas não são tão dessemelhantes quanto pareciam àprimeira vista.Não lhes é peculiar a individualidade que apresentam os corpos simples. Há cor poscompostos, como o cianogênio – forma<strong>do</strong> pela combinação <strong>do</strong> carbono com o azoto –, que, nasreações, desempenham o papel de um corpo simples. É claro que, se não houvesse podi<strong>do</strong> separaros elementos constituintes <strong>do</strong> cianogênio, também ele houv<strong>era</strong> si<strong>do</strong> c lassifica<strong>do</strong> entre os corpossimples. Aliás, com os méto<strong>do</strong>s aperfeiçoa<strong>do</strong>s da ciência, tais como a análise espectral, já se podesaber que o ferro, por exemplo, é forma<strong>do</strong> de elementos mais simples, embora ainda não se hajaconsegui<strong>do</strong> isolar estes últimos. Ma s, o que não se conseguiu com relação ao ferro, WilliamCrookes realizou com referência ao ítrio. Podemos, pois, prever próxima a época em quedesaparecerá a demarcação entre os corpos simples. O mesmo poder de análise, que limitou ainumerável multidão das substâncias naturais, min<strong>era</strong>is, vegetais e animais, a alguns elementosapenas, certamente nos conduzirá à descoberta da matéria única de onde todas as outras derivam.Os fenômenos da alotropia e da isomeria justificam essa expectativa.104
A isomeriaHá corpos simples, quais o fósforo, que revelam propriedades diferentes, sem que se lhestenha acrescenta<strong>do</strong> ou subtraí<strong>do</strong> a menor parcela de matéria. Toda gente sabe que o fósforo ébranco, venenoso e muito inflamável. Entretanto, se, durante algum tempo, for ex posto à luz novácuo, ou se for aqueci<strong>do</strong> em vaso fecha<strong>do</strong>, ele muda de cor e se torna de um belo vermelho. Nesseesta<strong>do</strong>, é inofensivo, <strong>do</strong> ponto de vista da saúde, e deixa de incendiar -se pelo atrito. Contu<strong>do</strong>, a maissev<strong>era</strong> análise não logra descobrir qualqu er diferença na composição química <strong>do</strong> fósforo vermelhoou branco. O carvão pode tomar a forma de diamante ou de grafite; o enxofre apresentamodificações características, conforme o esta<strong>do</strong> em que se encontre; o oxigênio se torna ozônio. Ato<strong>do</strong>s estes diferentes esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mesmo corpo foi dada a denominação de alotrópicos.Esses caracteres tão opostos, que a mesma substância pode denotar, são devi<strong>do</strong>s a mudançasque se lhes op<strong>era</strong>m no íntimo.As moléculas se grupam diferentemente, ao mesmo tempo em que seus mo vimentos semodificam. Daí, as variações que se produzem nas suas respectivas propriedades.E tão verdade isto, que corpos muito diferentes pelas suas propriedades, tais como asessências de terebintina, de limão, de laranja, de alecrim, de basilisco, de p imenta, são, todaviaformadas todas da combinação de dezesseis equivalentes de hidrogênio com vinte equivalentes decarbono.Essa ordem especial das partículas associadas, chamadas moléculas, se tornou visível pormeio da cristalização.Se nos lembrarmos de que to<strong>do</strong>s os teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s vegetais e <strong>do</strong>s animais são forma<strong>do</strong>s,principalmente, de combinações variadas de quatro gases apenas: o hidrogênio, o oxigênio, ocarbono e o azoto, aos quais se adicionam fracas quantidades de corpos sóli<strong>do</strong>s em número muitoreduzi<strong>do</strong>, compreenderemos a inesgotável fecundidade da Natureza e os infinitos recursos de queela dispõe para, grupan<strong>do</strong> átomos, formar moléculas que, a seu turno, se podem agregar entre sicom a mesma diversidade de maneiras.Se complicarem essas disposições por meio <strong>do</strong>s movimentos de translação e de rotaçãopeculiares aos átomos e moléculas, possível se torna conceber -se que todas as propriedades <strong>do</strong>scorpos estão intimamente ligadas a tão diversos arranjos, tão varia<strong>do</strong>s e tão diferentes uns <strong>do</strong>soutros.Numa série de memórias muito relevantes, o astrônomo Normann Lockyer fez notar que aanálise espectral <strong>do</strong> ferro conti<strong>do</strong> na atmosf<strong>era</strong> solar permite se conclua com certeza que esse corponão é simples; que é um grupo complexo, ten<strong>do</strong> por base um metal ainda desconh eci<strong>do</strong>. Somente,porém, nas altas temp<strong>era</strong>turas da fornalha ardente <strong>do</strong> nosso astro central essa dissociação se tornaaparente. Nenhuma temp<strong>era</strong>tura terrestre seria capaz de produzi -la.Esse eminente químico <strong>do</strong>s espaços estelares estu<strong>do</strong>u os espectros das estre las, desde asmais quentes até as que se acham prestes a extinguir -se, e mostrou que o número <strong>do</strong>s corpossimples aumenta, à medida que a temp<strong>era</strong>tura diminui. Quer isso dizer que eles nascemsucessivamente, pois que cada massa se acha isolada no espaço e ne nhuma partícula de matériarecebe <strong>do</strong> exterior, por mais insignificante que seja.Em suma, a idéia de uma matéria única, <strong>do</strong>nde necessariamente derive tu<strong>do</strong> o que existe,está hoje admitida pelos sábios e os Espíritos que no -la preconizaram estão de acor<strong>do</strong> co m a ciênciacontemporânea. Veremos se a continuação de seus ensinos é tão verdadeira quanto as suasprimeiras asserções.CAPITULO III – O MUNDO ESPIRITUAL E OS FLUIDOSSUMARIO: As forças. – Teoria mecânica <strong>do</strong> calor. – Conservação da energia. – O mun<strong>do</strong>espiritual. – A energia e os flui<strong>do</strong>s. – Estu<strong>do</strong> detalha<strong>do</strong> sobre os flui<strong>do</strong>s: esta<strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong> liqui<strong>do</strong>,gasoso, radiante, ultra-radiante e fluídico. – Lei de continuidade <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s físicos. – Quadro dasrelações da matéria e da energia. – Estu<strong>do</strong> sobre a pond<strong>era</strong>bilidade.105
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percebia na penumbra produzida pelo
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