Se o fenômeno se houv<strong>era</strong> produzi<strong>do</strong> alguns minutos antes da morte de Bertie, em vez de seproduzir depois, entraria na classe <strong>do</strong>s acima estuda<strong>do</strong>s. Aqui, porém, o corpo está sem vida, só aalma se manifesta, sem que, no entanto, qualquer mudança se haja op<strong>era</strong><strong>do</strong> nas circunstânciasexteriores pelas quais ela atesta a sua presença. Os traços fisionô micos são idênticos ao <strong>do</strong> corpomaterial. O talhe, o andar, tu<strong>do</strong> lembra o ser vivo.Citemos outro caso, em o qual o Espírito que se manifesta imprime ao seu perispíritotangibilidade bastante para poder pronunciar algumas palavras, se bem já não pertencess e aonúmero <strong>do</strong>s vivos. (110)Aparição <strong>do</strong> Espírito de um índioA Sra. Bishop, Bird em solteira, escritora muito conhecida, man<strong>do</strong>u -nos, em março de 1884,esta narrativa, quase idêntica a outra, de segunda mão, que nos fora remetida em março de 1883.Excursionan<strong>do</strong> pelas Montanhas Rochosas, travou ela relações com um índio mestiço, chama<strong>do</strong>Nugent, porém, conheci<strong>do</strong> pelo nome de Mountain Jim, e sobre o qual adquirira considerávelinfluência.No dia, diz a narra<strong>do</strong>ra, em que dele me despedi, Mountain Jim estava m uito comovi<strong>do</strong> emuito excita<strong>do</strong>. Tivéramos uma longa palestra sobre a vida mortal e a imortalidade, palestra a queeu pus<strong>era</strong> fim proferin<strong>do</strong> algumas palavras da Bíblia. Muito impressiona<strong>do</strong>, mas também muitoexalta<strong>do</strong>, ele exclamara: Não tornarei talvez a vê -la nesta vida; vê-la-ei, porém, quan<strong>do</strong> eu morrer.Repreendi-o brandamente, pela sua violência, ao que ele retrucou, repetin<strong>do</strong>, com mais energiaainda, a mesma coisa e acrescentan<strong>do</strong>: Nunca esquecerei as palavras que a senhora acaba de medirigir e juro que tornarei a vê-la, quan<strong>do</strong> eu morrer. Dito isso, separamo -nos.Durante algum tempo, tive notícias dele. Fui sabe<strong>do</strong>ra de que se conduzira mal, poisretomara seus costumes selvagens, e, mais tarde, vim, a saber, que se achava muito <strong>do</strong>ente, emconseqüência de ferimentos que receb<strong>era</strong> numa rixa. Depois, que estava melhor, mas que formavaprojetos de vingança. Da última vez que me chegaram noticias suas, eu me achava no HotelInterlaken, em Interlaken, na Suíça, em companhia da Srta. Clayson e da família Ker. Algum tempodepois de as ter recebi<strong>do</strong> (fora em setembro de 1874), estava recostada na cama a escrever umacarta para minha irmã, quan<strong>do</strong>, erguen<strong>do</strong> os olhos, vi Mountain Jim em pé diante de mim. Fitava -me e, quan<strong>do</strong> lhe dirigi o olhar, disse -me em voz baixa, mas muito distintamente: Vim, comoprometi. Em seguida, fez um sinal com a mão e disse: Adeus!Quan<strong>do</strong> a Srta. Bessie Ker me veio trazer o almoço, tomamos nota <strong>do</strong> aconteci<strong>do</strong>, da data eda hora. Mais tarde, chegou-nos a noticia da morte de Mountain Jim e verificam os que, levada emconta a diferença das longitudes, a data coincidia com a da sua aparição.Esta, na realidade, segun<strong>do</strong> os autores, se d<strong>era</strong> oito horas depois da morte, ou catorze horas,se ocorreu no dia seguinte ao indica<strong>do</strong> pela Sra. Bishop.Comprova-se invariavelmente que a distância não constitui obstáculo ao deslocamento <strong>do</strong>Espírito, pois que ele pôde manifestar a sua presença na Europa muito pouco tempo após sua mortena América. As observações precedentemente feitas aplicam -se aqui ao aspecto exterior <strong>do</strong> Espírito.Julgamos, entretanto, que a materialização, neste caso, foi mais completa <strong>do</strong> que no último cita<strong>do</strong>,porquanto ele dirigiu um adeus à vidente, o que nos reconduz ao caso em que o fantasma de vivoigualmente pronuncia algumas palavras. Esta obse rvação firma que também o Espírito dispõe deum órgão para produzir sons articula<strong>do</strong>s e de uma força para acioná -lo. Veremos, dentro em pouco,que no perispírito não existe apenas o laringe, mas to<strong>do</strong>s os órgãos <strong>do</strong> corpo material. O que, acimade tu<strong>do</strong>, nos importava assinalar é a notável uniformidade que se observa na maneira de agir <strong>do</strong>sfantasmas, quer se trate de um des<strong>do</strong>bramento, quer da materialização temporária de um habitante<strong>do</strong> espaço.Mencionemos, por fim, mais um caso em que o mesmo Espírito se manif esta, compequeníssimo intervalo, a duas pessoas.60
Aparição a um menino e a uma sua tiaSenhora Cox, Summer Híll, Queenstown, Irlanda. (111)Na noite de 21 de agosto de 1869, entre oito e nove horas, estava eu, sentada, no meu quartode <strong>do</strong>rmir, em casa de minha mãe, em Devonport. Meu sobrinho, um menino de sete anos, estavadeita<strong>do</strong> no quarto ao la<strong>do</strong>. Tive de repente a surpresa de vê -lo entrar corren<strong>do</strong> no meu aposento e agritar aterroriza<strong>do</strong>: Tia! Acabo de ver meu pai andan<strong>do</strong> à volta da minha cama! Observei -lhe: Quetolice! estavas a sonhar! Ele: Não, não sonhei. E não quis voltar para o seu quarto. Ven<strong>do</strong> que nãoconseguia persuadi-lo a que voltasse, acomodei-o na minha cama. Entre dez e onze horas tambémeu me deitei.Cerca de uma hora depois, creio, dirigi n<strong>do</strong> o olhar para o la<strong>do</strong> da lareira, vi distintamente,com grande espanto, a forma de meu irmão, senta<strong>do</strong> numa poltrona, sen<strong>do</strong> que sobremaneira logome impressionou a palidez mortal <strong>do</strong> seu semblante. (Nesse momento, meu sobrinho <strong>do</strong>rmia a sonosolto.) Fiquei tão aterrada (sabia que naquela ocasião meu irmão se achava em Hong Kong), quecobri a cabeça com o lençol. Pouco depois, ouvi -lhe nitidamente a voz, chaman<strong>do</strong> -me pelo meunome, que foi repeti<strong>do</strong> três vezes quan<strong>do</strong> de novo olhei para o lugar onde o vira, ele haviadesapareci<strong>do</strong>. No dia seguinte, narrei o fato à minha mãe e à minha irmã e disse que tomaria nota detu<strong>do</strong> e assim fiz. Pela primeira mala chegada da China, veio -me a triste notícia da morte súbita demeu irmão, ocorrida a 21 de agosto de 1869, na baía de Hong Kong, em conseqüência de um ataquede insolação.MINNIE COX.Segun<strong>do</strong> informações complementares, a data da morte precedeu de algumas horas aaparição.É impossível admitir-se aqui a alucinação, porquanto o mesmo Espírito se faz visível a umacriança e a uma mulher que não estavam juntos. Cada uma dessas pessoas reconhece a aparição e,com a segunda, para atestar a sua identidade, o irmão chama pela irmã três vezes seguidas. A almafazia empenho, evidentemente, em assinalar de mo<strong>do</strong> positivo a sua p resença, <strong>do</strong>nde devemoslegitimamente induzir que ela se achava materializada. A irmã olhou tão atentamente para o irmão,que lhe notou a palidez extrema <strong>do</strong> rosto. Afastemos, portanto, neste caso, qualquer outrainterpretação diferente da que atribui à alma desencarnada o poder de mostrar a sua sobrevivência.Encerremos a série <strong>do</strong>s casos que fomos pedir à Sociedade de Pesquisas Psíquicas com <strong>do</strong>istão probantes, que tornam supérfluos quaisquer comentários.19 de maio de 1883.Aparição coletiva de três EspíritosSrta. Catarina, Sr. Weld. (112)Filipe Weld <strong>era</strong> o filho mais moço <strong>do</strong> Sr. James Weld, de Archers Lodge, perto deSouthampton, e sobrinho <strong>do</strong> faleci<strong>do</strong> cardeal Weld. Em 1842, seu pai o man<strong>do</strong>u para o colégioSaint-Edmond, próximo de Ware, no Hertfordshire , para fazer seus estu<strong>do</strong>s. Rapaz de boasmaneiras e amável fez-se muito estima<strong>do</strong> de seus mestres e camaradas. Na tarde <strong>do</strong> 16 de abril,Filipe, acompanha<strong>do</strong> de um de seus mestres e de alguns companheiros, foi passear de canoa pelorio. Era esse um exercício de que gostava muito. Quan<strong>do</strong> o mestre avisou que estavam na hora deregressar ao colégio, Filipe pediu licença, para mais uma corrida. O mestre consentiu e os rapazesrumaram até ao ponto onde faziam a virada. Chega<strong>do</strong>s aí, Filipe, manobran<strong>do</strong> o barco para d ar avolta, caiu acidentalmente ao rio e afogou -se, apesar de to<strong>do</strong>s os esforços emprega<strong>do</strong>s para salvá -lo.Transportaram-lhe o corpo para o colégio e o Reverendíssimo Dr. Cox, o diretor, ficouprofundamente contrista<strong>do</strong> e aflito. Resolveu ir a pessoa à casa <strong>do</strong> Sr. Weld, em Southampton.Partiu naquela mesma tarde e, passan<strong>do</strong> por Londres, chegou a Southampton no diaseguinte. Foi de carro a Archers Lodge, residência <strong>do</strong> Sr. Weld e, antes de entrar, viu o Sr. Weld apequena distância <strong>do</strong> portão, dirigin<strong>do</strong> -se para a cidade. O Dr. Cox fez parar o carro, desceu eencaminhou-se para o Sr. Weld. Ao aproximar-se, disse-lhe este, impedin<strong>do</strong>-o de falar: Não precisa61
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