diante desses <strong>do</strong>is mil casos perfeitamente comprova<strong>do</strong>s. E fora de dúvid a que a incredulidadesistemática surge aqui com tara cerebral, como um caso patológico, ao qual não há porque daratenção.A identidade física e intelectual das manifestações fantasmáticas provindas de indivíduosvivos, ou mortos há mais ou menos tempo, p atenteia a sobrevivência da atividade anímica após amorte corporal. Os fenômenos extremamente numerosos e varia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Espiritismo confirmam osfatos de observação. Possuímos provas de to<strong>do</strong>s os gêneros, atestan<strong>do</strong> que o ser pensante resiste àdesagregação física e persiste na posse integral de suas faculdades intelectuais e morais. Ainda aesse respeito são abundantes e precisos os <strong>do</strong>cumentos.A fotografia permite se afirme com segurança absoluta que os impropriamente chama<strong>do</strong>smortos são, ao contrário, perfeitamente vivos. Os testemunhos de Wallace, <strong>do</strong> Dr. Thomson, deBromson Murray, de Beattie não consentem dúvidas. Embora remonte por vezes a uma épocadistante o momento da sua desencarnação, o ser que vem dar o seu retrato nenhum traço revela dedecrepitude. Em g<strong>era</strong>l, mostra-se mesmo rejuvenesci<strong>do</strong>, isto é, gosta de ser representa<strong>do</strong> na fase dasua existência em que dispunha <strong>do</strong> máximo de atividade física. Também nas descrições <strong>do</strong>smédiuns videntes temos excelentes meios de convicção e bastará lembremos o caso de Violeta,cita<strong>do</strong> pelo Sr. Robert Dália Owen, para pormos em evidência to<strong>do</strong>s os recursos encontráveis nessegênero de investigações.Vimos igualmente que o grau de objetividade <strong>do</strong> Espírito pode chegar até a uma verdadeiramaterialização.Op<strong>era</strong>-se então o magnífico fenômeno mediante o qual ressuscita, por assim dizer, um serdesapareci<strong>do</strong> de há muito <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s vivos. Sabemos de quantas precauções se cercam osexperimenta<strong>do</strong>res, para não serem iludi<strong>do</strong>s pelos médiuns ou pelos seus próprios senti<strong>do</strong>s. Apesar<strong>do</strong> número considerável das narrativas, a despeito da autoridade <strong>do</strong>s sábios, que controlaram osfenômenos, indispensáveis se tornaram testemunhos materiais da realidade deles, para que se dessecrédito à tão singulares relatos. Só depois das fotografias de K atie King se formou a convicção deque os especta<strong>do</strong>res não tinham si<strong>do</strong> vítimas de sugestões mais convicção que ainda mais serobusteceu quan<strong>do</strong>, pelas moldagens, como as que obtiv<strong>era</strong>m os Srs. Reimers e Oxley, se fiz<strong>era</strong>mcerto que havia ali uma realidade esp lêndida, uma grandiosa evidência.Surgiram então todas as teorias imaginadas para combater essa demonstração queembaraçava os incrédulos. Já não poden<strong>do</strong> negar os fatos, tentaram eles desacreditá -los, atribuin<strong>do</strong>osao des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> médium; a criações de seu cérebro objetivadas diante <strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res; aintervenções de elementais ou elementares, etc. Sabe -se, porém, quantos são inadmissíveis todasessas hipóteses, e, assim, a convicção se impõem de que a morte não é o fim <strong>do</strong> ser humano, masum degrau da sua vida imperecível.A conservação <strong>do</strong> perispírito após a morte faculta se compreenda que a integridade da vidapsíquica não se destrói, apesar <strong>do</strong> desaparecimento <strong>do</strong> cérebro material que parecia indispensável àsua manifestação. Durante a vida, o perispíri to existe, sabemo-lo sem sombra de dúvida, edesempenha papel notável na vida fisiológica e psíquica <strong>do</strong> ser, pois, desde que ele sobrevive aoorganismo, é que <strong>era</strong> absolutamente diferente deste. O ser humano então nos aparece qual realmenteé: uma forma, pela qual passa a matéria. Quan<strong>do</strong> se acha gasta a energia que fazia funcionar essamáquina; quan<strong>do</strong>, numa palavra, a força vital se transformou completamente, a matéria fica sempoder mais incorporar-se, o corpo físico se desagrega, seus elementos voltam à te rra e a alma,revestida sempre de sua forma espiritual, continua no espaço a sua evolução sem -fim.As materializações, suficientemente objetivadas para deixarem traços materiais da suarealidade por meio de impressões e moldes, mostraram que o perispírito é a forma ideal sobre quese constrói o corpo físico. Ele contém todas as leis organogênicas <strong>do</strong> ser humano e, se essas leis seencontram em esta<strong>do</strong> latente no espaço, subsistem, no entanto, prontas sempre a exercer a ação quelhes é própria, desde que para isso se lhes forneça matéria e essa forma da energia a que se dá onome de força nervosa ou vital.A existência desse corpo espiritual é conhecida de toda a Antigüidade; mas, apenas vagas eincompletas noções se possuíam sobre a sua verdadeira natureza. Nã o temos a pretensão de afirmarque já se fez luz completa sobre esse assunto; já principiamos, todavia, a estabelecer melhor os144
termos <strong>do</strong> problema. As modernas descobertas da ciência permitem mesmo se acredite que a suasolução está porventura mais próxima <strong>do</strong> que g<strong>era</strong>lmente se imagina.Procuramos mostrar que a existência de uma substancialidade etérea não é incompatívelcom os nossos conhecimentos atuais sobre a matéria e a energia. Cremos que essa tentativa nãoparecerá demasia<strong>do</strong> temerária, pois que a ciên cia positiva se encaminha para esse <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>imponderável, que inúm<strong>era</strong>s surpresas lhe reserva. Diremos, pois, com o Sr. Leôncio Ribert, quetemos hoje nas mãos to<strong>do</strong>s os elementos para a solução <strong>do</strong> grande problema <strong>do</strong>s nossos destinos.Depois <strong>do</strong>s luminosos trabalhos de Helmholtz, de Sir William Thomson (que se tornouLorde Kelvin), de Crookes, de Cornu, sobre a constituição da matéria ponderável e <strong>do</strong>imponderável éter; depois <strong>do</strong>s de Kirkof e de Bunsen, de Lockyer, de Huggins, de Deslandes, sobreas revelações <strong>do</strong> espectroscópio; <strong>do</strong>s de Faye, de Wolff e de Croll, sobre a constituição, a marcha eo encontro <strong>do</strong>s gigantes celestes; aos de Claude Bernard, de Berthelot, de Lewes, de Preyer, emQuímica orgânica e em Fisiologia; <strong>do</strong>s de Pasteur sobre os infinitamente pequenos da vida; <strong>do</strong>s deDarwin e Wallace, sobre a origem das espécies; <strong>do</strong>s de seus discípulos e continua<strong>do</strong>res, quaisHuxley, na Inglaterra, Hoeckel, na Alemanha, Ed. Perrier, na França; <strong>do</strong>s de Broca e Ferrier, sobreas localizações cerebrais; <strong>do</strong>s de Herbe rt Spencer, de Bain, de Ribot, em Psicologia; <strong>do</strong>s de Taine,sobre a inteligência; <strong>do</strong>s de toda uma plêiade de sábios sobre a pré -história; enfim, depois dasgrandes descobertas de Mayer, de Joule, de Hirn, sobre a Conservação da energia podemos inteirarmais exatamente <strong>do</strong> que outrora, <strong>do</strong>s novos fatos que as pesquisas contemporâneas revelam.Quem não vê as relações que existem entre a sugestão mental à distância e a telegrafia semfio? Como não compreender que a vista sem o concurso <strong>do</strong>s olhos já não é incompr eensível, após adescoberta <strong>do</strong>s raios X e quem não percebe as intimas analogias que o corpo perispiritico apresentacom a matéria ultra-radiante? Sem dúvida, ainda são m<strong>era</strong>s aproximações, mas a estrada está todatraçada e a ciência de amanhã por ela necess ariamente enveredará, acompanhan<strong>do</strong> os Crookes, osWallace, os Lodge, os Barrett, e os de Rochas, que levantaram o véu da grande Isis.Revelar-se-á então, em toda a sua grandeza, a lei evolutiva que nos arrasta para destinoscada vez mais altos. Do mesmo mo <strong>do</strong> que o planeta se elevou lentamente da matéria bruta à vidaorganizada, para chegar à inteligência humana, também compreenderemos que a nossa passagempor este mun<strong>do</strong> mais não é <strong>do</strong> que um degrau da eterna ascensão. Saberemos que somos chama<strong>do</strong>sa desenvolver-nos sempre e que o nosso planeta apenas representa uma etapa da senda infinita. Oinfinito e a eternidade são <strong>do</strong>mínios nossos. Assim como certo é que não se pode destruir a energia,também de certo uma alma não pode aniquilar -se. Semeemos profusamente e m todas asinteligências estas consola<strong>do</strong>ras verdades que nos rasgam maravilhosos horizontes <strong>do</strong> futuro,mostrem que existe para to<strong>do</strong>s os seres uma igualdade absoluta de origem e de destino e veremosefetuar-se a evolução espiritual e moral que há de acarret ar o advento da <strong>era</strong> augusta da regen<strong>era</strong>çãohumana, pela prática da verdadeira fraternidade.NOTAS DE RODAPÉ(1) Gabriel Delanne - A Evolução Anímica.(2) Prevenimos o leitor de que consid<strong>era</strong>mos expressões equivalentes às palavras alma eespírito.(3) Ferdinan<strong>do</strong> Denis - Universo pitoresco. - Consultar, para o estu<strong>do</strong> dessas crenças, ostrabalhos publica<strong>do</strong>s sobre as tribos da Oceania, da América, da África, t. I, 64 -65. - Consultartambém Taylor Civilizações primitivas, t. I, pág. 485; - Taplin - Folclore Manners of Australlanaborígines.(4) Fogo aéreo. O fogo <strong>era</strong> representa<strong>do</strong> sob três modalidades: Agni, fogo terrestre. Surya ouIndra, o sol; Vayú, fogo aéreo. (Rigveda, 513)(5) - ( Vedas )(6) Os cânticos védicos exprimem, na sua origem, uma confiança ingên ua, um otimismonatural, um sentimento de verdade que pouco a pouco se alt<strong>era</strong>m, sob a influência sacer<strong>do</strong>tal:' (Rigveda, t. I, pág. 24.)145
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