As forçasCitemos de novo o nosso instrutor espiritual. (180)Se um desses seres desconheci<strong>do</strong>s que consomem a efêm<strong>era</strong> existência nas regiõestenebrosas <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> oceano, se um desses poligástricos, dessas nereidas – miseráveisanimálculos que da Natureza unicamente conhecem os peixes ictiófagos e as florestas submarinas –recebesse de súbito o <strong>do</strong>m da inteligência, a faculdade de estudar o seu mun<strong>do</strong> e de levantar sobreas suas apreciações um raciocínio conjeturai, abrangen<strong>do</strong> a universalidade d as coisas, que idéiafaria da Natureza viva que se desenvolve no meio em que ele vive e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> terrestre existentefora <strong>do</strong> campo de suas observações?.Se, depois, por um efeito maravilhoso <strong>do</strong> seu novo poder, esse mesmo ser chegasse a elevar -se acima das suas trevas eternas, à superfície <strong>do</strong> mar, não longe das margens opulentas de uma ilhade rica vegetação, ao banho fecundante <strong>do</strong> Sol, dispensa<strong>do</strong>r de calor benfazejo, que juízo faria ele<strong>do</strong>s seus juízos anteriores, acerca da Criação universal? Não substituir ia de pronto a teoria quehouvesse construí<strong>do</strong> por uma apreciação mais ampla, porém, ainda tão incompleta, relativamente,quanto à primeira. Tal ó homens! A imagem da vossa ciência, toda especulativa...Há um flui<strong>do</strong> etéreo, que enche o espaço e penetra os c orpos. Esse flui<strong>do</strong> é as matériascósmicas primitiva, g<strong>era</strong>trizes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s seres. São inerentes ao éter as forças que presidiramàs metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mun<strong>do</strong>. Essas forçasmúltiplas, indefinidamente variadas segun<strong>do</strong> as combinações da matéria, localizadas segun<strong>do</strong> asmassas, diversificadas, quanto ao mo<strong>do</strong> de ação, segun<strong>do</strong> as circunstâncias e o meio, são conhecidasna Terra sob o nome de gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade. Osmovimentos vibratórios <strong>do</strong> agente são os de: som, calor, luz, etc.Ora, assim como uma única é as substâncias simples, primitivas, g<strong>era</strong>trizes de to<strong>do</strong>s oscorpos, mas diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma leiuniversal, diversificada em seus efeitos, lei que lhes está na origem e que, pelos decretos eternos, foisob<strong>era</strong>namente imposta à Criação, para lhe constituir a harmonia e a estabilidade permanentes.A Natureza jamais está em oposição a si mesma. Uma só é a divisa no br asão <strong>do</strong> Universo:Unidade. Remontan<strong>do</strong>-se à escala <strong>do</strong>s mun<strong>do</strong>s, encontra -se unidade de harmonia e de criação, aomesmo tempo em que uma variedade infinita nessa imensa platéia de estrelas; percorren<strong>do</strong> -se-lhesos degraus da vida, desde o último <strong>do</strong>s seres até Deus, a grande lei de continuidade se patenteia;consid<strong>era</strong>n<strong>do</strong>-se as forças em si mesmas, pode -se formar com elas uma série, cuja resultante, aconfundir-se com a g<strong>era</strong>triz, é a lei universal....Todas essas forças são eternas e universais, como a Criação. S en<strong>do</strong> inerentes ao flui<strong>do</strong>cósmico, elas necessariamente atuam em tu<strong>do</strong> e em toda parte, modifican<strong>do</strong>, sucessivamente, oupela simultaneidade, ou pela sucessividade, as ações que exercem. São pre<strong>do</strong>minantes aqui, aliapagadas, poderosas e ativas em certos ponto s, latentes ou secretas noutros. Mas, finalmente, estãosempre preparan<strong>do</strong>, dirigin<strong>do</strong>, conservan<strong>do</strong> e destruin<strong>do</strong> os mun<strong>do</strong>s em seus diversos perío<strong>do</strong>s devida, governan<strong>do</strong> os maravilhosos trabalhos da Natureza, em qualquer parte onde eles se executem,asseguran<strong>do</strong> para sempre o eterno esplen<strong>do</strong>r da Criação.Difícil dizer melhor e exprimir de maneira tão elevada quanto concisa os resulta<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s aque a ciência tem chega<strong>do</strong> e nos há feito conhecer.Escapa ao poder <strong>do</strong> homem criar qualquer parcela de energia, ou dest ruir a que existe.Transformar um movimento em outro é tu<strong>do</strong> o que lhe está ao alcance. O mun<strong>do</strong> da mecânica, dizBalfour Stewart (181), não é uma manufatura cria<strong>do</strong>ra de energia, mas um como merca<strong>do</strong> ao qualpodemos levar certa espécie particular de energia e trocá-la por um equivalente de energia de outrogênero, que mais nos convenha... Se lá chegarmos sem coisa alguma nas mãos, podemos ter acerteza de voltar sem coisa alguma.É absur<strong>do</strong>, diz o Padre Secchi, admitir -se que o movimento, na matéria bruta, poss a ter outraorigem que não o próprio movimento.Assim, não se pode criar a energia e firma<strong>do</strong> está que ela não pode destruir -se. Onde ummovimento cessa, imediatamente aparece o calor, que é uma forma equivalente desse movimento.Esta a grande verdade formulada sob o nome de conservação da energia, idêntica à lei deconservação da matéria.106
Assim como esta não pode ser aniquilada (182) e apenas passa por transformações, tambéma energia é indestrutível: experimenta tão -só mudanças de forma. Até ao século XIX , a práticadiuturna dava, na aparência, motivos para crer -se que a energia <strong>era</strong> parcialmente suprimida.Pertence a J. R. Mayer, médico de Heilbronn (reino <strong>do</strong> Wurtemberg), ao dinamarquêsColding e ao físico inglês Joule a glória de terem demonstra<strong>do</strong> que nem uma só fração de energia seperde e que é invariável a quantidade total de energia de um sistema fecha<strong>do</strong>. Essa demonstração,conhecida sob a denominação de teoria mecânica <strong>do</strong> calor, constitui uma das mais admiráveis efecundas obras <strong>do</strong> século XIX.Descobrin<strong>do</strong> a que quantidade exata de calor corresponde um certo trabalho, isto é, umacerta quantidade de movimento, a Ciência fez que a indústria mecânica desse um passo gigantesco.Aplican<strong>do</strong> semelhante descoberta à Química, fez esta entrasse para o rol das ciê ncias finitas, isto é,daquelas cujos fenômenos se podem reduzir to<strong>do</strong>s a fórmulas matemáticas. Finalmente, emFisiologia, as noções de que tratamos d<strong>era</strong>m lugar a que se achasse a medida precisa da intensidadeda força vital.Mas, não se limitou a isso o es tu<strong>do</strong> experimental da energia. Conseguiu -se demonstrar quetodas as diferentes formas que ela assume: calor, luz, eletricidade, etc., podem transformar -se umasnas outras, de maneira que uma daquelas manifestações é capaz de engendrar todas as demais.Dessas descobertas experimentais decorre que as forças naturais, conforme ainda hoje sechamam, não são mais <strong>do</strong> que manifestações particulares da energia universal, ou, em últimaanálise, <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s de movimento. O problema da unidade e da conservação da força f oi, pois,resolvi<strong>do</strong> pela ciência moderna. Possível se tornou comprovar no universo inteiro a unidade <strong>do</strong>s<strong>do</strong>is grandes princípios: força e matéria.A luneta e o telescópio permitiram se visse que os planetas solares são mun<strong>do</strong>s quais onosso, pela forma, pela constituição e pela função que preenchem. Nem só, porém, o nosso sistemaobedece a tais leis, to<strong>do</strong> o espaço celeste está povoa<strong>do</strong> de criações semelhantes, evidencian<strong>do</strong> asemelhança de organização das massas totais <strong>do</strong> Universo, ao mesmo tempo em que a unif ormidadesid<strong>era</strong>l das leis da gravitação.Os sóis ou estrelas, as nebulosas e os cometas foram estuda<strong>do</strong>s pela análise espectral, quedemonstrou serem compostos esses mun<strong>do</strong>s, tão diversos, de materiais semelhantes aos queconhecemos na Terra. A mecânica quím ica e física <strong>do</strong>s átomos é a mesma lá, que neste mun<strong>do</strong>. É,pois, em tu<strong>do</strong> e em toda parte, a unidade fundamental incessantemente diversificada.Que confirmação magnífica daquela voz <strong>do</strong> espaço que, há cinqüenta anos, afirmava queeterna é a força e que as séries dessemelhantes de suas ações têm umas resultantes comuns, que seconfunde com a g<strong>era</strong>triz, isto é, com a lei universal!Assim, portanto: força única, matéria única, indefinidamente variada em suas manifestações,tais as duas causas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> visível. Exi stirá outro, invisível e sem peso? Interroguemos de novoos nossos instrutores <strong>do</strong> Além. Eles respondem afirmativamente e cremos que também quanto a issoa Ciência não os desmentirá.O mun<strong>do</strong> espiritual (183)O flui<strong>do</strong> cósmico universal, como foi ensina<strong>do</strong>, é a matéria elementar primitiva, cujasmodificações e transformações constituem a inumerável variedade <strong>do</strong>s corpos da Natureza. Comoelementar princípio universal, ele se apresenta em <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s distintos: o de eterização ouimpond<strong>era</strong>bilidade, que se pode consid<strong>era</strong>r o esta<strong>do</strong> normal primitivo, e o de materialização ou depond<strong>era</strong>bilidade, que, de certo mo<strong>do</strong>, é apenas consecutivo àquele. O ponto intermédio é o datransformação <strong>do</strong> flui<strong>do</strong> em matéria tangível; mas, ainda aí não há transição brusca, pois que osnossos flui<strong>do</strong>s imponderáveis podem consid<strong>era</strong>r -se um termo médio entre os <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s.No esta<strong>do</strong> de eterização, o flui<strong>do</strong> cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofremodificações tão variadas, em gênero, senão mais numerosas quanto no esta<strong>do</strong> de m atéria tangível.Essas modificações constituem flui<strong>do</strong>s distintos que, embora proceden<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmoprincipio, são <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos particulares <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>invisível.107
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