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A ALMA E IMORTAL - a era do espírito

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saía de flanela da mãe de Helena, um buraco feito pela barbatana <strong>do</strong> espartilho, buraco que notarana sala da aparição.Aqui de novo se nos depara um caráter comum a todas as aparições de pessoas vivas e quetemos assinala<strong>do</strong> nas descrições que de Espíritos os pacientes de Cahagnet hão feito, o de trazeremsempre um vestuário. Em face da dualidade <strong>do</strong> ser humano, pode -se admitir que a alma sedesprende e atua longe <strong>do</strong> seu envoltório, mas não é evidente qu e as vestes tenham um forrofluídico e que se possam deslocar como o fantasma <strong>do</strong> vivo. Outro tanto ocorre dizer <strong>do</strong>s objetosque se apresentam ao mesmo tempo em que a apariçãoNo relato acima, vemos a mãe de Helena vestida com uma saia vermelha, semelhante à quecostumava usar e, ainda mais, trazen<strong>do</strong> na mão um castiçal de forma particular, cuja descrição airmã da morta reconhece exata. Tem -se que procurar saber como é que o duplo humano op<strong>era</strong> parase mostrar e para fabricar suas vestes, bem como os utensíli os de que se serve. Isto constituiráobjeto de estu<strong>do</strong> especial, que faremos quan<strong>do</strong> houvermos aprecia<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os casos.A narração precedente nos coloca diante de um exemplo bem positivo de des<strong>do</strong>bramento.Reddell se acha completamente acordada; ouve tocar a campainha da entrada e a porta abrir -se; vê amãe de Helena andar no quarto, dirigin<strong>do</strong> -se para o touca<strong>do</strong>r. São fatos demonstrativos de que elase encontra no seu esta<strong>do</strong> normal, de que to<strong>do</strong>s os seus senti<strong>do</strong>s funcionam como de ordinário e quenão há cabimento, no caso, para uma alucinação. A aparição é tão real que a criada de quarto fazdela à sua ama uma descrição minuciosa, reconhecen<strong>do</strong> ambas, mais tarde, a mãe de Helena, aquem, antes, nunca tinham visto.Que dizem de tal caso os redatores de Fantasmas? Como se sabe, segun<strong>do</strong> a tese que elesa<strong>do</strong>taram, não há aparição, mas apenas visão interior, produzida pela sugestão de um ser vivo(chama<strong>do</strong> agente) sobre outra pessoa que experimenta a alucinação. Qual aqui o agente? Na ediçãofrancesa há a seguinte nota:Pode-se perguntar qual foi o agente verdadeiro. A mãe de Helena? Seu esta<strong>do</strong>, porém, nadatinha de anormal; ela apenas sentia certa inquietação pela filha; não conhecia a Sra. Reddell. Aúnica condição favorável é que os espíritos de ambas se preocupavam en tão com a mesma coisa. Etambém possível que o verdadeiro agente fosse Helena e que, durante a sua agonia, tenha ti<strong>do</strong>diante <strong>do</strong>s olhos uma imagem viva de sua mãe.Afigura-se-nos que estas reflexões de maneira nenhuma se casam com as circunstâncias danarrativa. Para que uma alucinação se produza, necessário é que certa relação se estabeleça entre oagente e o percipiente, ou seja, aqui, entre Reddell e a mãe de Helena. Ora, afirma -se que elasabsolutamente não se conhecem. Logo, a segunda não é o agente. Se rá Helena? Não, pois que a Sra.Pole Carew diz formalmente que a enferma não viu sua mãe. Aliás, como a imagem desta últimateria podi<strong>do</strong> abrir a porta da casa, fazen<strong>do</strong> tilintar à campainha, e abrir também a <strong>do</strong> quarto onde seachava a <strong>do</strong>ente? As sensações a uditivas não são mais alucinatórias <strong>do</strong> que as sensações visuais.Ora, a absoluta v<strong>era</strong>cidade destas é reconhecida pela descrição exata da fisionomia da velha, pela dasaia, com o buraco devi<strong>do</strong> à barbatana, e pela <strong>do</strong> castiçal de forma singular. Não houve, po is,alucinação, mas aparição verdadeira.Entende o redator que, para dar -se o desprendimento da alma, é necessário umacontecimento anormal. É uma opinião arriscada, porquanto, nos casos seguintes, veremos que osono ordinário basta às vezes para permitir o desprendimento da alma.Comprovaremos que o duplo é a reprodução exata <strong>do</strong> ser vivo; também notaremos que ocorpo físico <strong>do</strong> agente se acha imerso em sono, durante a manifestação. Veremos que esse é o casomais g<strong>era</strong>l. A edição inglesa contém oitenta e três observações análogas.Goethe e seu amigoWolfgang Von Goethe, que por uma tarde chuvosa de verão saíra a passeio com seu amigoK..., voltava com ele <strong>do</strong> Belvedere, em Weimar. De repente, o poeta pára, como se estivesse diantede uma aparição, e se dispõe a falar-lhe. K... de nada se aperceb<strong>era</strong>. Súbito, exclama o poeta: MeuDeus! Se eu não tivesse a certeza de que neste momento o meu amigo Frederico está em Frankfurt,juraria que é ele!...Em seguida, solta uma gargalhada: — Mas, é ele mesmo... o meu amigoFrederico!. Tu, aqui em Weimar?. Por Deus, meu caro, em que trajes te vejo... com o meu44

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