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A ALMA E IMORTAL - a era do espírito

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perceptível para os olhos da histérica hipnotizada, tu<strong>do</strong> se compreende, por comportar -se o objetoinvisível exatamente como o faria um objeto real. Mas, uma vez que os experimenta<strong>do</strong>res nãoconhecem ou não crêem na nossa teoria, deixemos -lhes o encargo da explicação. Dizem eles:Tem-se de escolher entre as três suposições:1 – Fez-se a sugestão; o paciente soube que se lhe colocava diante <strong>do</strong>s olhos um prisma coma propriedade de des<strong>do</strong>brar os objetos, um binóculo que lhes aumenta o tamanho, etc. Esta primeirahipótese, porém, tem de ser afastada, porquanto, é de toda evidência que a <strong>do</strong>ente ignora aspropriedades complexas da lupa, <strong>do</strong> prisma simples, <strong>do</strong> prisma bi -refringente e <strong>do</strong> prisma dereflexão total. Quanto aos outros instrumentos que a <strong>do</strong>ente poderia conhecer, como o binóculo,houve o cuida<strong>do</strong> de dissimulá-los em estojos. Logo, a menos se suponha que o op<strong>era</strong><strong>do</strong>r tenhacometi<strong>do</strong> a imprudência de anunciar de antemão o resulta<strong>do</strong>, deve -se consid<strong>era</strong>r certo que asugestão, assim compreendida, nenhum papel desempenhou.2 – Os instrumentos de óptica emprega<strong>do</strong>s modificaram os objetos reais que se achavam nocampo visual <strong>do</strong> paciente e essas modificações lhe serviram de indícios para supô -los semelhantesno objeto imaginário. Esta segunda explicação, embora melhor <strong>do</strong> que a precedente, nos pareceinsuficiente. Tem contra si numerosos fatos já cita<strong>do</strong>s: a localização precisa da alucinação sobre umponto que o op<strong>era</strong><strong>do</strong>r não determina senão por meio de múltiplas mensurações; o reconhecimento<strong>do</strong> retrato imaginário sobre o cartão branco, mistura<strong>do</strong> com se is outros cartões, para nós,inteiramente semelhantes; a inversão <strong>do</strong> retrato imaginário, pela inversão <strong>do</strong> cartão, à revelia da<strong>do</strong>ente, etc. A<strong>do</strong>taremos uma terceira hipótese já indicada3 – A imagem alucinatória sugerida se associa a um ponto de referência exterior e material,e são as modificações que os instrumentos de óptica imprimem a esse ponto material que, dericochete, modificam a alucinação.A hipótese <strong>do</strong> ponto de referência, diremos nós, nada tem de compreensível, dadas asprecauções, que os op<strong>era</strong><strong>do</strong>res tomam, de empregar ora uma mesa de cor escura, ora quadros oucartões inteiramente semelhantes. Mas, suponhamos que, com efeito, haja um ponto de referência,que os instrumentos o desviem segun<strong>do</strong> as leis da óptica e que esse desvio se reproduza no esp írito<strong>do</strong> paciente. Nem por isso deixa de ser verdade que as relações que liguem a alucinação a esseponto de referência sofrem to<strong>do</strong>s os desvios, todas as refrações que lhes imprimem os instrumentos,ou, por outra: a imagem ideal se reflete, se deforma, se des<strong>do</strong>bra, como uma imagem real. Ela tem,pois, uma existência objetiva.Seja, se o quiserem, subjetivo o fenômeno e não possam outros comprová -lo; ele é, nadaobstante, inegável e a sua natureza positiva se revela pelos mesmos resulta<strong>do</strong>s que daria quaisque robjetos materiais, submeti<strong>do</strong>s às mesmas experiências.Repetiremos, portanto, que, se a esse fenômeno se pode dar o nome de alucinação, esta éverídica, no senti<strong>do</strong> de que, conforme o dizem os Srs. Binet e Ferré, o paciente vê e o que ele vê nãoé um pensamento fugitivo, sem consciência, qualquer coisa de não substancial: é uma imagem,semelhante, em to<strong>do</strong>s os pontos, à que seus olhos lhe retraçam to<strong>do</strong>s os dias, imagem essa que,associada em seu espírito a um elemento exterior sobre o qual podem atuar os ins trumentos, secomporta como na realidade. Ela, conseguintemente, é bem alguma coisa de positivo, que deve suaexistência à vontade <strong>do</strong> op<strong>era</strong><strong>do</strong>r.Se for exata a hipótese <strong>do</strong> ponto de referência, o fenômeno será subjetivo; se, ao contrário,não houver necessidade <strong>do</strong> ponto de referência, ele é objetivo, a visão se op<strong>era</strong> pelo olho, numesta<strong>do</strong> especial, determina<strong>do</strong> pela hipnose. Qualquer que seja o la<strong>do</strong> por que se encare a questão, é -se conduzi<strong>do</strong>, cremos, a reconhecer que a criação fluídica é um fato inegável e qu e, uma vez mais, oensino <strong>do</strong>s Espíritos se confirma por fenômenos que se desconheciam, quan<strong>do</strong> estas verdades nosforam reveladas.Os magnetiza<strong>do</strong>res antigos adiantaram -se aos modernos hipnotiza<strong>do</strong>res na maior parte dasexperiências em torno das quais se faz hoje tanto ruí<strong>do</strong>, mas que só são novas para os que queremignorar as de antanho.Eis aqui um caso de criação fluídica pela ação da vontade, em o qual não há sugestão feitaao paciente, nem, portanto, ponto de referência.141

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