um morto, ou a realidade de um fenômeno sobrenatural, mais vale se suponha, da parte <strong>do</strong>s vivos,uma aberração <strong>do</strong> espírito.Mas, ainda aqui, os incrédulos desprezam um fato muito importante, pois, se há umaalucinação, não pode esta ser uma alucinação qualquer; tem que estar li gada a um acontecimentoreal e achar-se com este em íntima conexão. Não podem, conseguintemente, atribuir -se ao acaso oua m<strong>era</strong>s coincidências as visões telepáticas e, se demonstrarmos possível a provocação artificial detais fenômenos, fica fora de dúvida que os que se produzem acidentalmente são devi<strong>do</strong>s a uma leinatural ainda ignorada.É precisamente o que vamos fazer no capitulo seguinte. Levan<strong>do</strong> mesmo mais longe aexperimentação, comprovaremos que certas aparições são tão reais, que se chega a fotograf á-las.Desde então, nem sequer a sombra de uma dúvida poderá restar acerca da objetividade delas, tãoobstinadamente contestada.SEGUNDA PARTEA EXPERIÊNCIACAPÍTULO I – ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE O DESPRENDIMENTO DA <strong>ALMA</strong>HUMANASUMARIO: O Espiritismo é uma ciência. – Aparição voluntária. – Vista a distância eaparição. – Fotografias <strong>do</strong>s duplos. – Efeitos produzi<strong>do</strong>s por Espíritos de vivos. – Evocação <strong>do</strong>Espírito de pessoas vivas. – Espíritos de vivos manifestan<strong>do</strong> -se pela mediunidade dita deincorporação. – Como pode o fenômeno produzir-se.Uma ciência só se acha verdadeiramente constituída quan<strong>do</strong> pode verificar, por meio daexperiência, as hipóteses que os fatos lhe sugerem. O Espiritismo tem direito ao nome de ciência,porque não se há limita<strong>do</strong> à simples observação <strong>do</strong>s fenômenos naturais que revelam a existência daalma durante a encarnação terrena e depois da morte. To<strong>do</strong>s os processos o empregou para chegar àdemonstração de suas teorias e pode dizer -se que o magnetismo e a ciência pura lhe serviram depoderosos auxiliares para firmar a exatidão de seus ensinos.Os numerosos exemplos registra<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> des<strong>do</strong>bramento da alma, mostraram que havia de serpossível à reprodução experimental de tais fenômenos. Grande número de pesquisas feitas nessesenti<strong>do</strong> e coroadas de êxito confirmaram essa possibilidade. Deu -se a denominação de animismo àação extracorpórea da alma; mas, semelhante distinção é puramente nominal, pois que taismanifestações são sempre idênticas, quer durante a vida, quer após a morte.Com efeito, a ação da alma, fora das limitações em que o corpo a encerra, não se traduzapenas por fenômenos de transmissão <strong>do</strong> pensamento ou de aparições; pode também assinalar -sepor deslocamentos de objetos materiais, que lhe atestam a presença. Acham -se então os assistentesdiante de fatos iguais aos que a alma desencarnada produz.É esta uma observação da mais alta importância, mas a que não se tem dispensa<strong>do</strong> bastanteatenção. Se, verdadeiramente, o Espírito de um homem que vive na Terra, sain<strong>do</strong>momentaneamente <strong>do</strong> seu invólucro corpóreo, pode fazer que uma mesa se mova, de maneira aditar uma comunicação por meio de um alfabeto convencional; se o Espírito de um encarna<strong>do</strong> écapaz de atuar sobre um médium escrevente, para lhe transmitir seus pensamentos; se, enfim , épossível se obtenha o molde da personalidade exteriorizada desse indivíduo, ocioso se torna atribuiresses mesmos fenômenos a outros fatores, que não a almas desencarnadas, quan<strong>do</strong> são observa<strong>do</strong>snas manifestações espíritas, isto é, nas em que impossíve l se revela a intervenção de um ser vivo.Segun<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> científico, desde que bem defini<strong>do</strong>s ficam os efeitos de uma causa, bastadepois se observem os mesmos efeitos, para haver a certeza de que a causa não mu<strong>do</strong>u. Regraidêntica se deve aplicar no estud o <strong>do</strong>s fenômenos <strong>do</strong> Espiritismo. Pois que a alma humana tem opoder de agir fora <strong>do</strong> seu corpo, isto é, quan<strong>do</strong> se acha no espaço, lógico é se admita que <strong>do</strong> mesmopoder dispõe ela depois da morte, se sobrevive integralmente e se põe em comunicação com unsorganismos vivos, análogos ao que possuía antes de morrer. Ora, sabemos, por testemunhosautênticos, que ela conserva um corpo real, mas fluídico; que nada perdeu de suas faculdades, pois64
que as exerce como outrora; logo, se os fatos observa<strong>do</strong>s de animismo sã o inteiramente semelhantesaos <strong>do</strong> Espiritismo, é que a causa é a mesma, ou seja, a alma em nós encarnada.Esta relação de causa e efeito, que assinalamos nos casos de telepatia, vamos criá -lavoluntariamente, de sorte a não ser mais possível atribuírem -se ao acaso, ou a coincidênciasfortuitas, os fenômenos que produzirmos. Numa palavra, procederemos experimentalmente, ten<strong>do</strong>em mira obter resulta<strong>do</strong>s previstos de antemão. Se as previsões se realizarem, é que são exatas ashipóteses segun<strong>do</strong> as quais as pesqui sas se intentaram.Vejamos, pois, as experiências que já não permitem dúvidas sobre a possibilidade de a almasair <strong>do</strong> seu envoltório corporal. Elas são múltiplas e variadas, como mostraremos.Voltemos, por um instante, aos Phantasms of the living, a fim de extrairmos daí a narrativaseguinte, em que a manifestação é consecutiva à vontade de aparecer num lugar determina<strong>do</strong>.Aparição voluntáriaE interessante este caso (114), porque duas pessoas viram a aparição voluntária <strong>do</strong> agente. Anarrativa foi copiada de um manuscrito <strong>do</strong> Sr. S. H. B. que o transcrev<strong>era</strong> de um diário em que elepróprio relatava os fatos que lhe sucediam cotidianamente.Certo <strong>do</strong>mingo <strong>do</strong> mês de novembro de 1881, à noite, ten<strong>do</strong> acaba<strong>do</strong> de ler um livro em quese falava <strong>do</strong> grande poder que a vontade humana é capaz de exercer, resolvi, com todas as minhasforças, aparecer no quarto de <strong>do</strong>rmir situa<strong>do</strong> na frente <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> andar da casa de Hogarth Road,22, Kensington. Nesse quarto <strong>do</strong>rmiam duas pessoas de minhas relações: as Srtas. L. S. V. e C. E.V., de 25 e 11 anos de idade. Eu, na ocasião, residia em Kildare Gardens, 23, a uma distância demais ou menos três milhas de Hogarth Road, e não falara a nenhuma das duas senhoritas daexperiência que ia tentar, pela razão muito simples de que a idéia de ssa experiência me vi<strong>era</strong>naquela mesma noite de <strong>do</strong>mingo, quan<strong>do</strong> me ia deitar. Era meu intento aparecer -lhes à uma horada madrugada e estava decidi<strong>do</strong> a manifestar a minha presença.Na quinta-feira seguinte fui visitar as duas jovens e, no curso da nossa pa lestra (sem que eufizesse qualquer alusão à minha tentativa), a mais velha me relatou o seguinte episódio:No <strong>do</strong>mingo anterior, à noite, vira -me de pé junto de sua cama e ficara apavorada. Quan<strong>do</strong>a aparição se encaminhou para ela, gritou e despertou a ir mãzinha, que também me viu.Perguntei-lhe se estava bem acordada no momento e ela me afirmou categoricamente quesim. Perguntan<strong>do</strong>-lhe a que horas se passara o fato, respondeu que por volta de uma hora da manhã.A meu pedi<strong>do</strong>, escreveu um relato <strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong> e o assinou.Era a primeira vez que eu tentava uma experiência desse gênero e muito me impressionou oseu pleno e completo êxito.Não me limitara apenas a um poderoso esforço de vontade; fiz<strong>era</strong> outro, de naturezaespecial, que não sei descrever. Tinha a impressão de que uma influência misteriosa me circulavapelo corpo e também a de que empregava uma força que até então me fora desconhecida, mas que,agora, posso acionar, em certos momentos, a meu bel -prazer.S. H. B.Acrescenta o Sr. B...Lembro-me de haver escrito a nota que figura no meu diário, quase uma semana depois <strong>do</strong>aconteci<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> ainda conservava muito fresca a lembrança <strong>do</strong> fato.A Srta. Vérity narra assim o episódio:Há quase um ano, um <strong>do</strong>mingo à noite, em nossa casa de Hogarth Road, Kensin gton, vidistintamente o Sr. B... em meu quarto, por volta de uma hora da madrugada. Achava -meinteiramente acordada e fiquei aterrada. Meus gritos despertaram minha irmã, que também viu aaparição. Três dias depois, encontran<strong>do</strong> -me com o Sr. B..., referi-lhe o que se passara. Só ao cabode algum tempo, recobrei-me <strong>do</strong> susto que tive e conservo tão viva a lembrança da ocorrência, queela não poderá apagar-se da minha mente.L. S. VERITY.Responden<strong>do</strong> a perguntas nossas, disse a Senhorita Vérity:65
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Entretanto, vendo que o Dr. Moroni
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