perdida. Suici<strong>do</strong>u-se então nas cercanias de sua casa. Está errante. A senhora costumava dizer quetinha vontade de ver um Espírito... Ele veio.Essa explicação não satisfez bastante à Sra. Mahon, para quem <strong>era</strong>m novos to<strong>do</strong>s aquelespormenores. Poucos dias depois <strong>do</strong> seu regress o ao Luxemburgo, encontran<strong>do</strong>-se na casa de umaspessoas às quais repetia a resposta que lhe d<strong>era</strong> a sonâmbula, to<strong>do</strong>s os que a ouviam exclamaram:Mas, é o Sr. N..., que se afogou há muitos anos no lago ali perto. Era juiz... de caráter rabugento.Estava a pique de perder um processo contra um de seus sobrinhos... Tratava -se de prestar contas detutela... Perdeu a cabeça... suici<strong>do</strong>u -se.Exatamente o que diss<strong>era</strong> a sonâmbula.Não lhe oculto que foi profunda a impressão em to<strong>do</strong>s os presentes... Também não devodeixar de dizer-lhe que a Srs. Mahon ignorava, como eu, essa história <strong>do</strong> juiz N... E,conseguintemente, a sonâmbula não poderia ler -lhe no espírito as particularidades precisas querevelou.Entrego-lhe o fato e o autorizo a publicá -lo. Pelo que concerne à exatidão, afirmo-a sob agarantia da minha palavra.EUGÊNIO MAHON Vice-Cônsul da FrançaAlgumas reflexõesEis, pois, leva<strong>do</strong>s, pouco a pouco, a comprovar que aquele corpo fluídico, entrevista naAntigüidade como uma necessidade lógica, é positiva realidade, atestada pelas aparições, tantoquanto pela visão <strong>do</strong>s sonâmbulos e <strong>do</strong>s médiuns.Esses seres que vivem no espaço, isto é, ao nosso derre<strong>do</strong>r, têm uma forma perfeitamentedeterminada, que permite sejam descritos com exatidão. Já não é lícita hoje qualquer dú vida acercadesse ponto, visto serem por demais numerosos os testemunhos de experimenta<strong>do</strong>res sérios, paraque se admita, numa discussão sinc<strong>era</strong>, a negação pura e simples.Resta inquirir se esse envoltório se constitui depois da morte, ou, o que é mais prov ável, seestá sempre liga<strong>do</strong> à alma. É verdadeira esta última suposição, possível há de ser comprovar -se-lhea existência durante a vida. E o que vamos fazer imediatamente, apelan<strong>do</strong>, não mais paramagnetiza<strong>do</strong>res ou espíritas, e sim para investiga<strong>do</strong>res intei ramente estranhos aos nossos estu<strong>do</strong>s,para sábios imparciais, cujas verificações tanto mais valor terão, quanto nenhuma ligação guardemcom qualquer teoria filosófica.CAPÍTULO IV – O DESDOBRAMENTO DO SER HUMANOSUMARIO: A Sociedade de Pesquisas Psíquica s. – Aparição espontânea. – Goethe e seuamigo. – Aparições múltiplas <strong>do</strong> mesmo paciente. – Des<strong>do</strong>bramento involuntário, mas consciente. –Aparição tangível de um estudante. – Aparição tangível em momento de perigo. – Duplomaterializa<strong>do</strong>. – Aparição falante. – Algumas observações. – O Adivinho de Filadélfia. – SantoAfonso de Liguori.Todas as teorias, por muito sedutoras que sejam, precisam apoiar -se em fenômenos físicos,sem o que não podem ser tidas senão como produtos brilhantes da imaginação, sem valor positivo.Quan<strong>do</strong> os espíritas proclamam que a alma está sempre revestida de um envoltório fluídico,tanto no curso da vida, como depois da morte, ficam no dever de provar que suas asserções têmfundamento. É por sentirmos imperiosamente essa necessidade qu e vamos expor certo número decasos de des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> ser humano, extraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> grande acervo que já eles constituem, mas quenão podemos apresentar to<strong>do</strong>, dentro <strong>do</strong> quadro restrito que nos traçamos.Em livro anterior a este (77), citamos alguns casos de b ícorporeidade, mas, nessa matéria,não há que temer a multiplicação <strong>do</strong>s exemplos, a fim de impor a convicção. Ao demais, nessasnarrativas, circunstâncias características se nos depararão, que evidenciam a imortalidade da alma eas propriedades desse corpo imponderável cujo estu<strong>do</strong> empreendemos.40
A Sociedade de Pesquisas PsíquicasO cepticismo contemporâneo foi violentamente abala<strong>do</strong> pela conversão <strong>do</strong>s maisconsideráveis sábios da nossa época ao Espiritismo. A invasão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> terrestre pelos Espíritos seproduziu mediante manifestações tão espantosas, realmente, para os incrédulos, que homens sériosse pus<strong>era</strong>m a refletir e resolv<strong>era</strong>m estudar por si mesmos os fatos anormais, como: a transmissão <strong>do</strong>pensamento a distância e sem contacto entre os op<strong>era</strong><strong>do</strong>res, a d upla vista, as aparições de vivos oude mortos, fatos estes lança<strong>do</strong>s, até então, ao rol das superstições populares.Sob o influxo dessas idéias, fun<strong>do</strong>u -se na Inglaterra uma Sociedade de Pesquisas Psíquicas(78), cujos trabalhos conquistaram para logo grand e autoridade, justamente pela precisão, peloescrúpulo e pelo méto<strong>do</strong> com que os pesquisa<strong>do</strong>res se entregaram a essa grande investigação. Osprincipais resulta<strong>do</strong>s, obti<strong>do</strong>s desde há dez anos, foram consubstancia<strong>do</strong>s pelos Srs. Myers, Gurneye Podmore em <strong>do</strong>is volumes intitula<strong>do</strong>s: Phantasms of the living (Fantasmas <strong>do</strong>s vivos) e asobservações diariamente feitas são relatadas em resenhas que se publicam to<strong>do</strong>s os meses, sob onome de Proceedings.Da Sociedade britânica brotaram um ramo americano e um francês. Na Fr ança, forammembros seus, correspondentes, notoriamente, os Senhores Baunis, Bernheim, Ferré, Pierre Janet,Liébault, Ribot e Richet. O Sr. Marillier, mestre de conferencias na Escola de Altos Estu<strong>do</strong>s, fezuma tradução resumida <strong>do</strong>s Phantasms of the living, sob o titulo impróprio de As alucinaçõestelepáticas. É a esse livro que vamos tomar a maior parte <strong>do</strong>s novos testemunhos queapresentaremos e que tornam evidente a dualidade <strong>do</strong> ser humano. (79)Grande reconhecimento devem os espíritas aos membros da Socie dade de PesquisasPsíquicas, porquanto longos anos os passaram a colecionar observações, bem comprovadas, deaparições de to<strong>do</strong>s os gêneros. Os casos to<strong>do</strong>s foram submeti<strong>do</strong>s a severos exames, tão completosquanto possível, certifica<strong>do</strong>s ou pelas testemunhas e fetivas, ou pelos que deles se inteiravam porintermédio dessas testemunhas. Da<strong>do</strong>s o alto valor <strong>do</strong>s Investiga<strong>do</strong>res, as precauções que tomarampara eliminar as causas de erros, achamo -nos em presença de considerável coletânea de <strong>do</strong>cumentosautênticos, sobre os quais podemos assentar os nossos estu<strong>do</strong>s.As experiências tiv<strong>era</strong>m por objeto, primeiramente, verificar a possibilidade de duasinteligências transmitirem uma à outra seus pensamentos, sem qualquer sinal exterior. Obtiv<strong>era</strong>m -seresulta<strong>do</strong>s notáveis (80) e essa ação de um espírito sobre outro, sem contacto perceptível, foidenominada Telepatia. Mas, de pronto, o fenômeno assumiu outro aspecto: desenvolveu -se a talponto, que alguns op<strong>era</strong><strong>do</strong>res, em vez de apenas transmitirem seus pensamentos, se mostraram aosque tinham de recebê-los, haven<strong>do</strong>, pois, verdadeiras aparições.Como poderiam tais fatos ser explica<strong>do</strong>? Não sen<strong>do</strong> espíritas, não admitin<strong>do</strong> a existência daalma qual a define o Espiritismo, viram -se constrangi<strong>do</strong>s os experimenta<strong>do</strong>res a formular umahipótese. A<strong>do</strong>taram esta: o paciente impressiona<strong>do</strong> não tem uma visão real, mas, apenas, umaalucinação, isto é, imagina ver uma aparição, como se visse uma pessoa comum, não sen<strong>do</strong> exterioro fantasma, não existin<strong>do</strong> senão no cérebro <strong>do</strong> aludi<strong>do</strong> paciente. A visão é su bjetiva, ou seja, internae não objetiva. Entretanto, essa ilusão psíquica coincide com um fato verdadeiro: a ação voluntária<strong>do</strong> op<strong>era</strong><strong>do</strong>r. Daí o lhe chamarem alucinação verídica ou telepática.Como se multiplicassem as observações, notaram em seguida que a vontade consciente <strong>do</strong>agente (81) não <strong>era</strong> necessária e que um indivíduo podia aparecer a outro, sem desígnio previamentedetermina<strong>do</strong>. São essas coincidências, entre uma visão e um acontecimento verídico liga<strong>do</strong> àmesma visão, que constituem a maioria <strong>do</strong>s d epoimentos registra<strong>do</strong>s nos Phantasms of the living.Se nos fosse possível passar em revista to<strong>do</strong>s os fenômenos de ações telepáticas referidasnos <strong>do</strong>is livros cita<strong>do</strong>s e nos Proceedings, fácil nos seria demonstrar que a hipótese da alucinaçãonão é absolutamente de molde a explicar to<strong>do</strong>s os fatos. Podemos, com o grande naturalista AlfredRussel Wallace (82), destacar dessas narrativas cinco provas da objetividade de algumas de taisaparições:1 – A simultaneidade da percepção <strong>do</strong> fantasma por muitas pessoas;2 – Ser, a aparição, vista por diversas testemunhas, como se ocupasse diferentes lugares, porefeito de um movimento aparente; ou, então, ser vista no mesmo lugar, sem embargo <strong>do</strong>deslocamento <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r;41
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