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A ALMA E IMORTAL - a era do espírito

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A Sr Varley estava noutro quarto por cima <strong>do</strong> meu, dan<strong>do</strong> alimento a um filho enfermo. Aocabo de alguns instantes, percebi a situação em que me achava: via minha mulher no aposentosuperior e me via a mim mesmo deita<strong>do</strong> de costas com a esponja sobre a boca e impossibilita<strong>do</strong> defazer qualquer movimento. Empreguei toda a minha vontade em lhe fazer penetrar no espírito urraclara noção <strong>do</strong> perigo em que me encontrava. Ela despertou, desceu, afastou a esponja e ficouaterrada. Fiz os maiores esforços para lh e falar e disse: Vou esquecer tu<strong>do</strong> isto e ignorarei o que sepassou, se não mo recordares pela manhã. Não deixes, porém, de me dizer o que foi que te fezdescer e, então, serei capaz de me lembrar de to<strong>do</strong>s os pormenores. Na manhã seguinte, ela fez oque lhe eu recomendara, mas, no primeiro momento, de nada me pude recordar. Entretanto, pelo diato<strong>do</strong> empreguei os maiores esforços e cheguei, afinal, a me lembrar de uma parte <strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong> e,mais tarde, da totalidade <strong>do</strong>s fatos. Meu Espírito se achava no quarto superior perto da Sra. Varley,quan<strong>do</strong> a tornei consciente <strong>do</strong> perigo em que me via.Este caso me facilitou compreender os meios de comunicação <strong>do</strong>s Espíritos. A Sra. Varleyviu o que meu Espírito pedia e teve as mesmas impressões. Um dia, haven<strong>do</strong> caí<strong>do</strong> em tr anse, dissemeela: Atualmente, não são os Espíritos que te falam: sou eu mesma e me sirvo <strong>do</strong> meu corpo demaneira idêntica à que os Espíritos empregam, quan<strong>do</strong> falam pela minha boca.Em 1860, observei outro fato. Acabava eu de estender o primeiro cabo atlâ ntico. Chegan<strong>do</strong> aHalifax, meu nome foi telegrafa<strong>do</strong> para Nova York. O Sr. Cyrus Fied transmite a noticia para St.John e para o Havre, de sorte que por toda parte fui cordialmente recebi<strong>do</strong> e no Havre encontreiprepara<strong>do</strong> um banquete. Pronunciaram -se muitos discursos, de mo<strong>do</strong> que a festa se prolongoubastante. Eu tinha que tomar o vapor que partia na manhã seguinte e estava preocupa<strong>do</strong> com apossibilidade de não despertar a tempo. Empreguei então um meio que sempre me d<strong>era</strong> bomresulta<strong>do</strong>: o de formular energicamente, para comigo mesmo, à vontade de acordar com a necessáriaantecedência. Chegou à manhã e eu me via profundamente a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> na cama.Tentei despertar-me, mas não pude. Ao cabo de alguns instantes, estan<strong>do</strong> a procurar osmeios mais enérgicos de consegu ir o que queria, dei com um pátio onde havia uma pilha demadeiras, da qual <strong>do</strong>is homens se aproximavam. Subiram na pilha e retiraram uma prancha pesada.Ocorreu-me então a idéia de provocar em mim mesmo o sonho de que uma bomba me fora lançada,a qual, depois de sibilar ao sair <strong>do</strong> canhão, estourava e me feria na face, no momento preciso emque os homens, de cima da pilha, atiravam ao chão a prancha que haviam apanha<strong>do</strong>. Isso medespertou, deixan<strong>do</strong> me a lembrança nítida <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is atos, o primeiro <strong>do</strong>s quais con sistin<strong>do</strong> na ação<strong>do</strong> meu ser intelectual a ordenar ao meu cérebro que acreditasse na realidade de ilusões ridículas,provocadas pelo poder da vontade da inteligência. Quanto ao outro ato, não perdi um segun<strong>do</strong> emsaltar da cama, abrir a janela e verificar qu e o pátio, a pilha de madeiras e os <strong>do</strong>is homens <strong>era</strong>m taisquais o meu espírito os vira. Antes, nenhum conhecimento eu tinha <strong>do</strong> local; <strong>era</strong> noite quan<strong>do</strong>, navésp<strong>era</strong>, cheguei àquela cidade e não sabia absolutamente que havia ali um pátio. E inegável quemeu Espírito viu tu<strong>do</strong> isso, enquanto meu corpo jazia a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>. Era -me impossível ver a pilha demadeiras sem abrir a janela. (89)Em a narrativa a que passamos, temos uma mesma pessoa a se des<strong>do</strong>brar em várias ocasiões,sem nenhuma participação sua consciente nos fatos.Aparições múltiplas <strong>do</strong> mesmo pacienteSra Stone, Shute Haye, Waldich, Brídport. (90)X... 1883.Fui vista três vezes, quan<strong>do</strong> em realidade não me achava presente, e de cada vez por pessoasdiversas. Da primeira, foi minha cunhada quem me viu. Ela me velava o sono, após o nascimento demeu primeiro filho. Dirigin<strong>do</strong> o olhar para a cama onde eu <strong>do</strong>rmia, viu -me distintamente e, aomesmo tempo, o meu duplo. Viu, de um la<strong>do</strong>, o meu corpo natural e, de outro, a minha imagemespiritualizada e tênue. Fechou várias vezes os olhos; mas, reabrin<strong>do</strong> -os via sempre a mesmaaparição. Ao cabo de algum tempo, dissipou -se a visão. Pensou fosse um sinal de minha mortepróxima, pelo que só muitos meses depois vim, a saber, <strong>do</strong> fato.46

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