Logo duas figuras de mulher, que conhecíamos pelos nomes de Bertie e Lily, se mostraramno ponto em que se reuniam as duas metades da cortina e, quan<strong>do</strong> o Dr. Monck passou a cabeçapela abertura da mesma cortina, aquelas duas figuras aparec<strong>era</strong>m acima desta, ao mesmo tempo emque duas figuras de homem (Milke e Richard) a afastaram <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s e também se mostraram.Vimos, pois, simultaneamente, o médium e quatro figuras mate rializadas, cada uma das quais comtraços particulares que a distinguiam das outras, como se dá com as pessoas vivas.Ocioso dizer que todas as medidas de precaução tinham si<strong>do</strong> tomadas para impedir qualquerembuste e para que percebêssemos a menor tentativ a de fraude.Nenhuma dúvida tem cabimento aqui, pois que o médium e eis formas materializadas sãovistos simultaneamente. Se é possível o des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> médium - e disso absolutamente nãoduvidamos -, absurda é a sua divisão em quatro partes, duas das qu ais de um sexo e duas de outro.Somos então força<strong>do</strong>s a admitir, como única explicação lógica, a existência <strong>do</strong>s Espíritos, semembargo de todas as prevenções e de to<strong>do</strong>s os preconceitos.E não se julgue seja único o caso cita<strong>do</strong> pelos Srs. Reimers e Oxley. É, ao contrário, muitofreqüente. Eglinton serviu muitas vezes de médium para a materialização de aparições coletivas.Afirma a Srt Glyn que, em sua casa, se materializaram sua mãe e seu irmão e que, ven<strong>do</strong> aquelasduas formas ao mesmo tempo em que via o médi um, que se lhe achava próximo e com as mãosseguras por outras pessoas, a convicção se lhe impôs da realidade <strong>do</strong> fenômeno.O pintor Tissot viu simultaneamente, tão bem e por tão longo tempo que pôde com elasfazer belíssimo quadro, duas formas, feminina um a, a outra masculina, a primeira das quais elereconheceu perfeitamente, e, também, o des<strong>do</strong>bramento de Eglinton, cujo corpo físico repousavanuma poltrona, a seu la<strong>do</strong>. (202)Afigura-se-nos inútil insistir mais demoradamente nestes fatos, que o leitor encon trarámenciona<strong>do</strong>s em grande número nas obras citadas.ResumoConquanto tenha havi<strong>do</strong> fraudes op<strong>era</strong>das por charlatães que queriam passar por médiuns, éincontestável que, quan<strong>do</strong> as experiências foram feitas por sábios, as precauções a<strong>do</strong>tadas bastarampara, em absoluto, afastar essa causa de erro. Os relatos, de origens tão diversas e conformativosuns <strong>do</strong>s outros, constituem provas de que os fatos foram bem observa<strong>do</strong>s e que tais relatos sãoverídicos.Há-se de banir, absolutamente, a hipótese de que, a<strong>do</strong>rmec i<strong>do</strong>, o médium se torne poderosomagnetiza<strong>do</strong>r, que pela sugestão imponha seus pensamentos aos experimenta<strong>do</strong>res que, então, seachariam mergulha<strong>do</strong>s num sonambulismo inconsciente – hipnotismo vígil –, porquanto jamais seobservou semelhante poder. Ainda nenhu ma experiência firmou que quaisquer indivíduos, reuni<strong>do</strong>snuma sala – nunca ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> antes hipnotiza<strong>do</strong>s ou magnetiza<strong>do</strong>s –, hajam podi<strong>do</strong> alucinar-se demaneira a ver e tocar um objeto ou uma pessoa imaginários. Numerosas são as provas de que osassistentes se conservam no esta<strong>do</strong> normal, conversan<strong>do</strong> uns com os outros, toman<strong>do</strong> notas,discutin<strong>do</strong> os fenômenos, manifestan<strong>do</strong> dúvidas, coisas todas essas que atestam estarem elesperfeitamente despertos. Não esqueçamos tampouco que as fotografias, os moldes, os obje tos, quese conservam, deixa<strong>do</strong>s pela aparição, as escritas que permanecem depois que o ser hádesapareci<strong>do</strong>, constituem provas absolutas de que não há ilusão, nem alucinação.Eis, pois, aqui to<strong>do</strong>s os casos que se podem apresentar. Antes de tu<strong>do</strong>, é possível que severifique uma transfiguração <strong>do</strong> próprio médium; mas, fatos dessa natureza, extremamente raros,são sempre um pouco suspeitos, a menos que se produzam espontaneamente e em plena luz. É maisfreqüente a transfiguração <strong>do</strong> duplo <strong>do</strong> médium, se bem seja a inda excepcional o fenômeno. Vimos– através de fatos positivos – que a hipótese de modificações plásticas <strong>do</strong> perispírito <strong>do</strong> médiumabsolutamente não explica que a materialização empregue uma língua estrangeira que o mesmomédium desconhece; nem os casos d e se fazerem visíveis simultaneamente vários fantasmas. Vimosigualmente que ela não pode aplicar -se às formações de fantasmas idênticos, sem embargo de sesubstituírem os médiuns. Se juntarmos a essas observações as <strong>do</strong>s casos em que o sensitivoconversa com a aparição, como faziam Katie King e a senhorita Cook; ou as daqueles em que secomprova a presença simultânea <strong>do</strong> duplo <strong>do</strong> médium e de Espíritos materializa<strong>do</strong>s, forçoso se122
tornará reconhecer que a teoria <strong>do</strong> des<strong>do</strong>bramento não é g<strong>era</strong>l e não pode aplicar -se à maioria dessesfenômenos.A hipótese de que as aparições sejam apenas imagens tomadas ao astral e projetadasfisicamente pela consciência sonambúlica <strong>do</strong> médium é inaceitável, porque, primeiro, seria precisoexplicar como essas imagens se tornariam sere s vivos e manifestariam uma vida psíquica cujoselementos não existem no médium, coisa que jamais foi tentada.A única teoria que explica to<strong>do</strong>s os fatos, sem exceção de um só, é a <strong>do</strong> Espiritismo.Inseparável <strong>do</strong> seu envoltório perispirítico, a alma pode mat erializar-se temporariamente, quertransforman<strong>do</strong> o duplo <strong>do</strong> médium, ou, mais exatamente, mascaran<strong>do</strong> -o com a sua própriaaparência, quer toman<strong>do</strong> matéria e energia ao médium, para as acumular na sua forma fluídica, queentão aparece qual <strong>era</strong> outrora na Terra . Vamos insistir nos caracteres anatômicos dasmaterializações, para bem estabelecermos a individualidade <strong>do</strong>s seres que se manifestam nasmaravilhosas sessões em que aquele fenômeno se produz. Antes, porém, não será demaisapreciemos o grau de certeza que comporta a prova da identidade <strong>do</strong>s Espíritos.Estu<strong>do</strong> sobre a identidade <strong>do</strong>s EspíritosNa sábia e conscienciosa obra que o Sr. Aksakof consagrou à refutação das teorias <strong>do</strong>filósofo Hartmann, depara-se-nos a conclusão seguinte:Ten<strong>do</strong> adquiri<strong>do</strong> por laboriosa senda a convicção de que o principio individual sobrevive àdissolução <strong>do</strong> corpo e pode, sob certas condições, manifestar -se de novo por intermédio de umcorpo humano, acessível a influências desse gênero, a prova absoluta da identidade <strong>do</strong> indivíduoresulta impossível.Votamos sinc<strong>era</strong> admiração e profun<strong>do</strong> respeito ao sábio russo que revelou, na sua obra,espírito tão sagaz, quanto penetrante. Seu livro é uma das mais preciosas coletâneas de fenômenosbem estuda<strong>do</strong>s, onde os espíritas encontram armas decisiv as para sustentar luta contra seusadversários. Mas, não podemos a<strong>do</strong>tar todas as suas idéias, por se nos afigurar que o seu propósito,de manter-se estritamente nos limites que lhe impunha a sua discussão com Hartmann, o fezrestringir demasiadamente o caráter de certeza que ressalta das experiências espíritas. Não haverácontradição entre a primeira e a segunda parte da citação acima? Como se há de adquirir aconvicção de que o princípio individual sobrevive, se não se pode estabelecer a identidade <strong>do</strong>s ser esque se manifestam? Porque, desde que, coletivamente, to<strong>do</strong>s os humanos sobrevivem, impossívelserá ter-se particular certeza, com relação a um deles? Examinemos os argumentos em que sebaseou o Sr. Aksakof para chegar àquela desola<strong>do</strong>ra conclusão.Segun<strong>do</strong> o autor (203). a presença de uma forma materializada, comprovada pela fotografia,ou nas sessões de materialização, não bastaria para lhe atestar a identidade, como, aliás, tambémnão bastaria o conteú<strong>do</strong> intelectual das comunicações. Eis porquê:Não me resta mais <strong>do</strong> que formular o último desid<strong>era</strong>tum, relativamente à prova deidentidade fornecida pela materialização, e é que essa prova – <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> que o exigimos notocante às comunicações intelectuais e à fotografia transcendental – seja dada na ausência dequalquer pessoa que possa reconhecer a figura materializada. Creio que se poderiam encontrarmuitos exemplos desse gênero nos anais das materializações. Mas, a questão é esta da<strong>do</strong> o fato,poderia ele servir de prova absoluta? Evidentemente, não, porqu e, admiti<strong>do</strong> que um Espírito se podemanifestar dessa maneira, possível lhe é, eo ipso, prevalecer -se <strong>do</strong>s atributos de personalidade<strong>do</strong>utro Espírito e personificá-lo na ausência de quem quer que seja capaz de reconhecê -lo. Talmascarada seria completamente insípida, visto que absolutamente nenhuma razão de ser teria. Doponto de vista, porém, da crítica, não poderia ser ilógica a sua possibilidade.Parece que o Sr. Aksakof admite como demonstra<strong>do</strong> que um Espírito pode mostrar -se sobqualquer forma, sob a que lhe apraza tomar, a fim de representar uma personagem que é ele. Ora,isso justamente é que seria necessário firmar, por meio de fatos numerosos e precisos. Seconsultarmos os milhões de casos em que o Espírito de um vivo se faz visível, verificaremos que oduplo é sempre a reprodução rigorosamente fiel <strong>do</strong> corpo, atingin<strong>do</strong> essa identidade todas as partes<strong>do</strong> organismo, como o prova irrefutavelmente a modelagem <strong>do</strong> pé fluídico de Eglinton, <strong>do</strong> qualfalamos às págs. 144/5 (cap. I, Segunda Parte).123
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