A 14 de março de 1874, convida<strong>do</strong>, fui pela primeira e única vez ao gabinete <strong>do</strong> Sr. Hudson,acompanha<strong>do</strong> da Sra. Guppy, como médium. Contava eu que, se obtivesse algum retrato espírita,fosse o de meu irmão mais velho, em cujo nome freqüentes mensagen s <strong>era</strong>m recebidas porintermédio da Sra. Guppy, com quem eu fiz<strong>era</strong> uma sessão antes de ir ao Sr. Hudson, sessão essa naqual receb<strong>era</strong>, pela tiptologia, uma comunicação onde se dizia que minha mãe se fosse possível,apareceria na chapa.Posei três vezes, sempre escolhen<strong>do</strong> eu próprio a posição que tomava. De todas as vezes,apareceu no negativo, juntamente com a minha imagem, uma segunda figura. A primeira <strong>era</strong> a deuma pessoa, <strong>do</strong> sexo masculino, trazen<strong>do</strong> à cinta um sabre curto; a segunda, uma pessoa de pé,aparentemente a meu la<strong>do</strong>, um pouco por trás de mim, olhan<strong>do</strong> para baixo, na minha direção, eempunhan<strong>do</strong> um ramo de flores. Na terceira sessão, depois de haver toma<strong>do</strong> a posição que escolhi equan<strong>do</strong> já a chapa preparada fora colocada na câmara escura, pedi que a aparição se apresentassejunto de mim e nessa terceira chapa apareceu uma figura de mulher encostada a mim e à minhafrente, de tal sorte que os panos que a revestiam cobriram toda a parte inferior <strong>do</strong> meu corpo.Vi todas as chapas reveladas e, em cada cas o, a figura se mostrou no momento em que oliqui<strong>do</strong> revela<strong>do</strong>r foi derrama<strong>do</strong> sobre o negativo, ao passo que a minha imagem só se tornou visíveluns vinte segun<strong>do</strong>s mais tarde. Não reconheci nenhuma das figuras nos negativos, mas, logo queobtive as provas, ao primeiro golpe de vista verifiquei que a terceira chapa continha um retratoincontestável de minha mãe, muito pareci<strong>do</strong> quanto aos traços fisionômicos e à expressão <strong>do</strong>semblante. Não <strong>era</strong> uma semelhança como a que existe num retrato tira<strong>do</strong> em vida, mas umasemelhança um pouco idealizada, se bem fosse, para mim, uma semelhança que não me permitiaqualquer equívoco.A segunda fotografia é muito menos distinta: o olhar se dirige para o chão; o rosto tem umaexpressão diferente da terceira, a tal ponto que, a pr incipio, achei que <strong>era</strong> outra pessoa. Ten<strong>do</strong>envia<strong>do</strong> os <strong>do</strong>is retratos de mulher à minha irmã, ela foi de opinião que o segun<strong>do</strong> se parecia muitomais com minha mãe <strong>do</strong> que o terceiro e que, de fato, apresentava boa semelhança com ela comoexpressão, mas com alguma coisa de inexato na boca e no queixo. Verificou -se que isso <strong>era</strong> devi<strong>do</strong>,em parte, a que o fotógrafo retocara os brancos. Efetivamente, ao ser lavada, a fotografia se mostroutoda coberta de manchas brancas, mas melhor, quanto da semelhança, com minha mãe. Eu aindanão verificara a semelhança <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> retrato, quan<strong>do</strong>, ao examiná -lo algumas semanas mais tardecom um vidro de aumento, imediatamente percebi um traço especial e notável <strong>do</strong> rosto natural deminha mãe, a saber: o lábio e o maxilar inferiores bastante salientes.Os <strong>do</strong>is espectros trazem iguais ramos de flores. E de notar -se que, quan<strong>do</strong> eu posava para osegun<strong>do</strong> grupo, o médium haja dito: Vejo alguém e há flores.Esse retrato também foi reconheci<strong>do</strong> pelo irmão de R. Wallace (151), que não é espír ita.Se um médium declara que vê um Espírito, quan<strong>do</strong> as outras pessoas presentes nada vêem, eque o Espírito está em tal lugar; se lhe descreve o aspecto e as vestes e, em seguida, a chapafotográfica confirma a descrição em to<strong>do</strong>s os pontos, não se poderá negar que, positivamente, oEspírito existe no lugar indica<strong>do</strong>. Damos a seguir muitos exemplos de tão notáveis manifestações.E autor dessas experiências o Sr. Beattie, de Clinton, de quem o editor <strong>do</strong> British Journal ofPhotography fala nestes termos:To<strong>do</strong>s os que conhecem o Sr. Beattie o consid<strong>era</strong>m hábil e cuida<strong>do</strong>so fotógrafo, uma dasúltimas criaturas, no mun<strong>do</strong>, passíveis de ser enganadas, pelo menos em tu<strong>do</strong> o que diga respeito àfotografia. Também é incapaz de enganar os outros.O Sr. Beattie teve a ajudá-lo em suas pesquisas o Dr. Thomson, médico em Edimburgo, quedurante vinte e cinco anos praticou a fotografia como ama<strong>do</strong>r. Os <strong>do</strong>is fiz<strong>era</strong>m experiências nogabinete de um amigo não espiritualista, mas que se tornou médium no curso das experimentações.Auxiliou-os como médium um negociante muito amigo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is. To<strong>do</strong> o trabalho fotográfico <strong>era</strong>executa<strong>do</strong> pelos Srs. Beattie e Thomson, conservan<strong>do</strong> -se os <strong>do</strong>is outros senta<strong>do</strong>s junto de uma mesapequena. As provas foram tiradas por séries de três, com poucos segun<strong>do</strong> s de intervalo e muitasdessas séries foram feitas numa mesma sessão...Há duas provas, tiradas como as antecedentes, em 1872 e cujas fases todas o médiumdescreveu durante a exposição das chapas. Apareceu primeiro, diz ele, um denso nevoeiro branco.80
A prova saiu toda sombreada de branco, sem nenhum vestígio <strong>do</strong>s modelos. A outra fotografia ele adescreveu previamente, como ten<strong>do</strong> de ser um nevoeiro em forma de nuvem, com uma pessoa nomeio. Na prova, vê-se apenas uma figura humana, branca, dentro de uma supe rfície quaseuniformemente enevoada. Durante as experiências de 1873, em cada caso o médium descreveuminuciosa e corretamente as configurações que haviam de em seguida aparecer na chapa. Numadelas, há uma estrela luminosa de grande dimensão, em cujo cent ro se mostra bem visível um rostohumano. E a última das três em que se manifestou uma imagem, ten<strong>do</strong> o médium anuncia<strong>do</strong>cuida<strong>do</strong>samente o conjunto.Noutra série de três, o médium, primeiro, descreveu o seguinte: Uma luz nas suas costas,vinda <strong>do</strong> chão; depois: uma luz a subir pelo braço de outra pessoa e provin<strong>do</strong> ou parecen<strong>do</strong> provirda perna; em terceiro: existência da mesma luz, mas com uma coluna que se eleva da mesa, comoque incandescente, até às suas mãos. E exclamou de súbito: Que luz brilhante lá no al to! Não navedes? E apontava com a mão o lugar. Todas essas palavras descreviam muito fielmente o quedepois apareceu nas três provas, sen<strong>do</strong> que na última se percebia a mão <strong>do</strong> médium indican<strong>do</strong> umamancha branca existente acima da sua cabeça.Mencionemos ainda uma fotografia isolada e muito marcante.Durante a pose, disse um <strong>do</strong>s médiuns estar ven<strong>do</strong>, no plano posterior, uma figura negra,enquanto que o outro médium dizia perceber uma figura brilhante ao la<strong>do</strong> daquela. Na fotografia,aparecem as duas figuras, muito fraca a brilhante, muito mais nítida a escura, que é de gigantescadimensão, de talhe maciço, traços grosseiros e longa cabeleira.Tais experiências só pud<strong>era</strong>m realizar -se com muito trabalho e persev<strong>era</strong>nça. As vezes, vinteprovas consecutivas nada de anormal revelavam. Passaram de cem as que se tiraram, haven<strong>do</strong>completo malogro na maioria delas. Mas, os êxitos alcança<strong>do</strong>s val<strong>era</strong>m bem a pena que custaram.Demonstram de mo<strong>do</strong> a não admitir dúvidas: 1 – a existência objetiva <strong>do</strong>s Espíritos; 2 – afaculdade, que possuem alguns seres chama<strong>do</strong>s médiuns, de ver essas formas que se conservaminvisíveis para toda gente.Sen<strong>do</strong> da mais alta importância a prova fotográfica da visão mediúnica, citaremos o fato quesegue, extraí<strong>do</strong> da obra de Aksakof, Animismo e Espiritis mo, págs. 67 e seguintes:O Banner of Light, de 25 de janeiro de 1873, publicou uma carta <strong>do</strong> Sr. Bromson Murray(152) concebida nestes termos:Senhor Diretor,Num <strong>do</strong>s últimos dias <strong>do</strong> mês de setembro último, a senhora W. H. Mumler, residente nacidade de Boston, à rua West Springfield, achan<strong>do</strong> -se em esta<strong>do</strong> de transe, durante o qual davaconselhos médicos a um de seus <strong>do</strong>entes, interrompeu -se de súbito para me dizer que, quan<strong>do</strong> o Sr.Mumler me fotografasse„ apareceria na chapa, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> meu retrato, a imagem de uma mulher,seguran<strong>do</strong> na mão uma âncora feita de flores. Essa mulher desejava ardentemente afirmar suasobrevivência ao mari<strong>do</strong> e inutilmente procurara até então uma oportunidade de aproximar -se dele.Achava que o conseguiria por meu intermédio. Acresce ntou a Sra. Mumler: Por meio de uma lente,poder-se-ão perceber nessa chapa as letras R. Bonner. Perguntei -lhe, mas em vão, se essas letrasqueriam dizer Robert Bonner. No momento em que me preparava para a pose, a fim de me sertirada a fotografia, cai em transe, o que jamais me acontec<strong>era</strong>. Apesar de to<strong>do</strong>s os esforços, Mumlernão conseguiu colocar-me na posição desejada. Foi-lhe impossível fazer que eu ficasse ereto e coma cabeça apoiada no suporte. Meu retrato, pois, ele o tirou na posição que a prova in dica,aparecen<strong>do</strong> a meu la<strong>do</strong> a figura de mulher com a âncora e as letras formadas de botões de rosas,como fora predito. Infelizmente, eu não conhecia com o nome de Bonner pessoa alguma quepudesse estabelecer a identidade da figura fotografada.De volta à cidade, referi a várias pessoas o que se d<strong>era</strong>. Disse -me uma delas querecentemente encontrara um Sr. Bonner, da Georgia. Queria mostrar -lhe a fotografia. Decorri<strong>do</strong>squinze dias, essa pessoa me pediu que passasse pela sua casa. Alguns instantes depois de ha ver eulá chega<strong>do</strong>, entrou um visitante: Sr. Robert Bonner. Declarou -me que <strong>era</strong> de sua mulher afotografia, que a vira em poder da senhora que no momento nos recebia e que achava perfeita asemelhança. Aliás, não há aqui quem conteste a semelhança que aquel a fotografia apresenta comum retrato da Sra. Bonner, tira<strong>do</strong> <strong>do</strong>is anos antes de sua morte. (153)81
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