pouco, se foram reunin<strong>do</strong> os ensinamentos a respeito, de maneira a constituir -se uma teoria racionalque explica to<strong>do</strong>s os fatos, com impecável lógica.Não poden<strong>do</strong> estender-nos demasia<strong>do</strong> sobre este ponto, limitar -nos a citar uma evocação,que poderá servir de modelo a to<strong>do</strong>s os investiga<strong>do</strong>res que desejem verificar por si mesmos estesensinamentos.E médium? Não o sabe, pois, até a bem pouco tempo, nem de nome conhecia o Espiritismo.Evocação <strong>do</strong> Doutor Glas (67)As perguntas <strong>era</strong>m feitas por Allan Kardec, sen<strong>do</strong> dadas pelo médium escrevente asrespostas.P: — Fazes alguma distinção entre o te u espírito e o teu perispírito? Que diferençaestabelece entre essas duas coisas?.R: — Penso, pois que sou e tenho uma alma, como disse um filósofo. A tal respeito, nadamais sei <strong>do</strong> que ele. Quanto ao perispírito, é, como sabes, uma forma fluídica e natur al. Procurar,porém, a alma é querer achar o absoluto espiritual.P: — Crês que a faculdade de pensar reside no perispírito? Numa palavra: que alma eperispírito são uma e mesma coisa?R: — E exatamente como se me perguntasses se o pensamento reside no no sso corpo. Um évisto, o outro se sente e concebe.P: — Não és, então, um ser vago e indefini<strong>do</strong>, mas um ser limita<strong>do</strong> e circunscrito?R: — Limita<strong>do</strong>, sim, porém, rápi<strong>do</strong> como o pensamento.P: — Peço determines o lugar onde aqui te achas.R: — A tua esquerda e à direita <strong>do</strong> médium.Nota: Allan Kardec se coloca exatamente no lugar indica<strong>do</strong> pelo Espírito.P: — Foste obriga<strong>do</strong> a deixar o teu lugar para mo ceder?R: — Absolutamente. Nós passamos através de tu<strong>do</strong>, como tu<strong>do</strong> passa através de nós; é ocorpo espiritual.P: — Estou, portanto, coloca<strong>do</strong> em ti?R: — Sim.P: — Mas, como é que não te sinto?R: — Porque os flui<strong>do</strong>s que compõem o perispírito são muito etéreos, não suficientementemateriais para vós outros. Todavia, pela prece, pela vontade, numa palavra, pela fé, podem osflui<strong>do</strong>s tornar-se mais ponderáveis, mais materiais e sensíveis ao tato, que é o que se dá nasmanifestações físicas.Nota – Suponhamos um raio de luz penetran<strong>do</strong> num lugar escuro. Podemos atravessá -lo,mergulhar nele, sem lhe alt<strong>era</strong>rmos a forma, n em a natureza. Embora esse raio luminoso seja umaespécie de matéria, tão rarificada se acha esta, que nenhum obstáculo opõe à passagem da matériamais compacta.Evidentemente, a melhor maneira de chegar -se, a saber, se os espíritos têm um corpoconsistia em perguntara-lo. Ora, nunca, desde que se fazem evocações, alguém comprovou que osdesencarna<strong>do</strong>s hajam da<strong>do</strong> uma resposta negativa. To<strong>do</strong>s afirmam que o envoltório perispirítico é,para eles, tão real, quanto o nosso corpo físico o é para nós. Tem -se, pois, aí um ponto firma<strong>do</strong> pelotestemunho unânime de to<strong>do</strong>s os que hão si<strong>do</strong> interroga<strong>do</strong>s, o que explica e confirma as visões <strong>do</strong>ssonâmbulos e <strong>do</strong>s médiuns. Chegamos assim a uma ordem de testemunhos que fazem ressalte dasconcepções puramente filosóficas o perispí rito, atribuin<strong>do</strong>-lhe existência positiva.Um avarento no espaçoDesde o começo das manifestações espíritas, organizaram -se grupos de estu<strong>do</strong> em quasetodas as cidades da França. Entregava -se a pesquisas continuadas e os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s seregistravam quase sempre em atas, cujas súmulas <strong>era</strong>m enviadas à imprensa.30
A nossa <strong>do</strong>utrina, portanto, não foi imaginada. Constituiu -se lentamente e a obra de AllanKardec, resumin<strong>do</strong> essa imensa investigação, mais não é <strong>do</strong> que a compilação lógica, oaproveitamento de tão vasta <strong>do</strong>cumentação.Aqui a narrativa de um <strong>do</strong>s fatos então apura<strong>do</strong>s, conforme a publicou um jornal espírita deBordéus, em 1864 (68)— Toda gente conheceu em Angoulême um homem de sórdida avareza, não obstante a suaposição de opulência, que to<strong>do</strong>s sabiam magnífica. Chamava-se L... e morava numa água-furtada desua casa, cujos demais cômo<strong>do</strong>s permaneciam desabita<strong>do</strong>s. Como os vizinhos não o vissem durantevários dias, chamaram a polícia, que man<strong>do</strong>u abrir a porta <strong>do</strong> aposento, para saber o que fora feitodele. Acharam-no quase a morrer. Ten<strong>do</strong> à cabeça um boné de papel meio queima<strong>do</strong> e encosta<strong>do</strong> auma mesa, estava o homem como que a contemplar algumas moedas de ouro ali espalhadas. Nointeresse <strong>do</strong> Próprio infeliz, que de há muito se afastara de toda a sua família , a justiça man<strong>do</strong>uarrecadar o dinheiro que ele escond<strong>era</strong> aqui e ali pela casa, depositou -o num estabelecimentobancário e remeteu o pobre aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> para um hospital, aonde veio a falecer pouco depois. A umaprimeira evocação feita alguns dias após sua mo rte, ele acudiu e declarou que absolutamente nãoestava morto e que queria. O dinheiro que lhe haviam subtraí<strong>do</strong>. Transcorri<strong>do</strong>s muitos meses, nomesmo grupo, fez-se, a 25 de setembro de 1863, segunda evocação, com o concurso de <strong>do</strong>ismédiuns, escrevente um, vidente o outro em esta<strong>do</strong> sonambúlico. Este último descreveu afisionomia e as vestes <strong>do</strong> Espírito evoca<strong>do</strong>, a quem não conhec<strong>era</strong> em vida. Conversou com ele outransmitiu as respostas que lhe <strong>era</strong>m dadas. Por outro la<strong>do</strong>, o médium escrevente obtinha, ao mesmotempo, sob a influência <strong>do</strong> Espírito presente, a comunicação seguinte, posta em confronto com aque provinha <strong>do</strong> sonâmbulo, para facilitar a inteligência da simultaneidade <strong>do</strong> recebimento dasduas.EvocaçãoMédium escrevente - Sr. GuimberteauQue é o que ainda querem de mim? Peço que me deixem ir embora. Isto começa a meaborrecer. Melhor fariam, se restituíssem o dinheiro que me roubaram. Acham que irão é abelinável(abominável)? Eu que trabalhei toda a minha vida para encher uma pequenina bolsa honesta. Po isbem! Senhores, tomaram-me tu<strong>do</strong>; arruinaram-me; estou atira<strong>do</strong> à rua, não tenho onde cair morto.Não sei onde descansar a cabeça. Oh! tenham a bondade de me restituir tu<strong>do</strong> isso. Ficar -lhes-eireconheci<strong>do</strong>, se conseguirem que me atendam.(O evoca<strong>do</strong>r pond<strong>era</strong> ao Espírito que nada de tu<strong>do</strong> aquilo lhe pode mais fazer falta, uma vezque ele deixara a Terra.)R: — Você diz que nada me faz falta. E ter topete! Meu dinheiro, então, não é nada?P: — Onde estás?R: — Você bem o vê: a seu la<strong>do</strong>.P: — Mas, por que te obstinas em procurar as tuas riquezas terrenas, quan<strong>do</strong> devias antescuidar de constituir um tesouro no céu?R: — Oh! esta agora! Você devia dizer onde está esse tesouro que eu devo achar. Você é umpéssimo farsista, sabe?P: — Não conhece Deus?R: — Não tenho essa honra. Quero o meu dinheiro.P: — Foste força<strong>do</strong> a vir aqui?R: — Está claro que sim. Se não me obrigassem a permanecer aqui exposto aos olhares devocês, já me teria i<strong>do</strong> há muito tempoP: — Aborrece-te então a nossa companhia?R: — Muito. (O lápis bate na mesa com tanta rapidez e tal violência, que se quebra.)Médium vidente – Sr. B.Vejo um velho ali a escrever. E bem vil. Mas, como é vil! Não tem apenas dentes na boca.Tem enormes lábios pendentes. Traz um boné sujo de algodão, uma blusa, ou um cas aco branco,também sujo. Como ele é vil, meu Deus!P: — E ele quem está fazen<strong>do</strong> que o Sr. Guimberteau escreva?31
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