infinitamente pequeno; a chapa fotográfica é, ao mesmo tempo, um tato e uma retina, deincomparáveis finura e acuidade de visão.O colódio registra as vibrações etéreas que nos chegam <strong>do</strong>s planetas invisíveis, perdi<strong>do</strong>s nasprofundezas <strong>do</strong> espaço, e nos revela a existência deles. Apanha os movimentos prodigiosamenterápi<strong>do</strong>s da matéria quintessenciada; reproduz fielmente a luz obscura que to<strong>do</strong>s os corpos à noiteirradiam. Se a nossa retina possuísse essa singular sensibilidade, seríamos impressiona<strong>do</strong>s pelasondas ultravioletas, como o somos pela parte visível <strong>do</strong> espectro.Pois bem! essa chapa preciosa ainda presta o serviço de dar -nos a conhecer os flui<strong>do</strong>s queemanam <strong>do</strong> nosso organismo, ou que nele penetram. Mostra -nos, com Irresistível certeza, que emtorno de nós forças existem, isto é, mov imentos da matéria sutil, que se diferençam uns <strong>do</strong>s outrospelos seus caracteres particulares, por uma assinatura especial. Presentemente, já não se podeduvidar dessas modalidades, desses avataras da matéria.Há, envolven<strong>do</strong>-nos, uma atmosf<strong>era</strong> fluídica inc orporada na atmosf<strong>era</strong> gasosa, penetran<strong>do</strong> -ade to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s. São ininterruptas as suas ações: é to<strong>do</strong> um mun<strong>do</strong> tão varia<strong>do</strong>, tão diverso emsuas manifestações, quanto o é a natureza física, isto é, a matéria visível e ponderável. Há flui<strong>do</strong>sgrosseiros, como flui<strong>do</strong>s quintessencia<strong>do</strong>s, uns e outros com propriedades inerentes ao respectivoesta<strong>do</strong> vibratório e molecular, que os tornam substâncias tão distintas, quanto o podem ser, paranós, os corpos sóli<strong>do</strong>s ou gasosos.Mas, que energias se manifestam nesse meio! Que de mudanças visíveis, de mobilidade, deplasticidade nessa matéria sutil! Quanto ela difere da pesada, compacta e rígida substância queconhecemos. A eletricidade nos permite julgar da instantaneidade das suas transformações: é umprodígio, uma febre contínua. É bem a fluidez ideal para as tão leves, tão vaporosa, tão instávelcriação <strong>do</strong> pensamento. É a matéria <strong>do</strong> sonho, na sua impalpável realidade.Estudan<strong>do</strong> a matéria gasosa, chegamos a imaginar esses esta<strong>do</strong>s transcendentes. Já, sob aforma radiante, vemos os átomos, moven<strong>do</strong>-se com velocidades fantásticas, produzirem fenômenoscuja intensidade, dada a massa de matéria posta em jogo, é realmente formidável e essa energia nosfaz compreender a força, em suas manifestações superiores de luz, eletricidade, magnetismo,devidas às rapidíssimas ondulações <strong>do</strong> éter.Torna-se admissível que esses átomos anima<strong>do</strong>s de enormes velocidades retilíneas, giran<strong>do</strong>sobre si mesmos com vertiginosa rapidez, desenvolvam uma força centrífuga que anula a atraçãoterrestre. Sim, é mais que provável que eles se diferenciem entre si pela quantidade de força vivaque individualmente contêm e podemos entrever a inesgotável variedade de agrupamentos que seconstituem entre essas inúm<strong>era</strong>s formas de substâncias.É o mun<strong>do</strong> espiritual, o que nos cerca e penetra, em o qual vivemos. Com ele entramos emrelações por meio <strong>do</strong> nosso organismo fluídico. Porque possuímos um perispírito, possível se nosfaz atuar sobre esse mun<strong>do</strong> invisível à carne. É pela nossa constituição espiritual que os Espírit ostêm ação sobre nós e nos podem influenciar.Estu<strong>do</strong> sobre os flui<strong>do</strong>sÉ tão importante a demonstração da existência <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s, para a compreensão <strong>do</strong>sfenômenos espirituais, que devemos examinar esse problema sob to<strong>do</strong>s os seus aspectos. Aexperiência espírita há demonstra<strong>do</strong> que a alma se acha revestida de um envoltório material, masinvisível e intangível no esta<strong>do</strong> normal, e que se move num meio físico que carece de peso. Urge,pois, apresentemos todas as razões que tendem a provar o fato capital da exi stência de um mun<strong>do</strong>imponderável, porém tão real como o em que vivemos.Acreditava-se, outrora, que a luz, a eletricidade, o calor, o magnetismo, etc., <strong>era</strong>msubstâncias inteiramente distintas umas das outras, <strong>do</strong>tadas de natureza própria, especial, que asdiferençavam completamente. As pesquisas contemporâneas demonstraram falsa semelhantesconcepção.Nas primeiras idades da ciência, não só parecia que as forças <strong>era</strong>m separadas, mas tambémque o número delas se multiplicava ao infinito. Consid<strong>era</strong>va -se cada fenômeno como amanifestação de uma certa força. Entretanto, pouco a pouco se reconheceu que efeitos diferentespodem derivar de uma causa única. Desde então, diminuiu consid<strong>era</strong>velmente o número das forças,110
cuja existência se admitia. Newton identificou a gr avidade e a atração, reconhecen<strong>do</strong> na queda damaçã e na manutenção <strong>do</strong> astro em sua órbita efeitos de uma mesma causam: a gravitação universal.Ampare demonstrou que o magnetismo é apenas uma forma da eletricidade. A luz e o calor, desdelongo tempo, são ti<strong>do</strong>s como manifestações de uma mesma causam: um movimento vibratórioextremamente rápi<strong>do</strong> <strong>do</strong> éter.Nos dias atuais, uma grandiosa concepção veio mudar de novo a face à ciência: a de quetodas as forças da Natureza se reduzem a uma só. A energia ou a força (s ão sinônimos os <strong>do</strong>istermos) pode assumir todas as aparências, sen<strong>do</strong>, alternativamente, calor, trabalho mecânico,eletricidade, luz e dar origem às combinações e decomposições químicas. As vezes, a força comoque se acha oculta ou destruída. Simples aparên cia. Pode-se sempre encontrá-la novamente e fazê-lapassar de novo pelo ciclo de suas transformações.Inseparável da matéria, a força é indestrutível, fazen<strong>do</strong> -se mister que à energia se apliqueeste principio: em a Natureza, nada se perde, nem se cria.E tão verdade isto, que, quan<strong>do</strong> um movimento sofre brusca interrupção, imediatamente umacoisa nova aparece: é o calor. Assim, um pedaço de chumbo, coloca<strong>do</strong> na bigorna, se aqueceráviolentamente sob os golpes <strong>do</strong> martelo <strong>do</strong> ferreiro; uma bala de artilharia, ba ten<strong>do</strong> num alvo deferro, poderá chegar à temp<strong>era</strong>tura <strong>do</strong> rubro; as rodas de um trem em marcha despedem centelhas,quan<strong>do</strong> se apertam subitamente os freios. Se o movimento da Terra em torno <strong>do</strong> Sol cessasseinstantaneamente, diz Helmholtz que a quantidade de c alor g<strong>era</strong><strong>do</strong> por esse fato seria tal, que fariapassar ao esta<strong>do</strong> de vapor toda a massa terrestre.Temos, portanto, que calor e movimento são duas formas equivalentes da energia, formasque mutuamente se substituem, toman<strong>do</strong> -se visível uma, quan<strong>do</strong> a outra des aparece. Determinou-seexatamente a que quantidade de calor corresponde uma certa quantidade de movimento, medida aque se dá o nome de equivalente mecânico <strong>do</strong> calor.Torna-se então fácil de compreender-se que aquecer um corpo é aumentar -lhe o movimentointerno, isto é, o de suas moléculas. Sabemos que, desde o átomo invisível até o corpo celesteperdi<strong>do</strong> no espaço, tu<strong>do</strong> se acha sujeito a movimento. Tu<strong>do</strong> gravita numa órbita imensa ouinfinitamente pequena. Mantidas a uma distância definidas umas das outras, em virtude <strong>do</strong> própriomovimento que as anima, as moléculas guardam entre si relações constantes, que só se alt<strong>era</strong>m pelaadição ou subtração de certa quantidade de movimento. Em g<strong>era</strong>l, a acel<strong>era</strong>ção <strong>do</strong> movimento dasmoléculas lhes aumenta as órbitas e as afa sta umas das outras, ou, por outras palavras, aumenta ovolume <strong>do</strong>s corpos. É justamente por isso que o calor se apresenta como fonte de movimento.Sob sua influência, as moléculas, afastan<strong>do</strong> -se cada vez mais, fazem que os corpos passem<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> ao de líqui<strong>do</strong>, em seguida ao de gás. Os gases, a seu turno, se dilatamindefinidamente, pela adição de novas quantidades de calor, isto é – de movimento – e, se criarembaraço a essa expansão, ele exercerá considerável pressão sobre as paredes <strong>do</strong> vaso que ocontenha. E assim que as moléculas <strong>do</strong>s gases ou <strong>do</strong>s vapores, em cativeiro nos cilindros daslocomotivas, transmitem ao êmbolo a força que se emprega para produzir a tração <strong>do</strong>s trens, isto é,trabalho mecânico.Quan<strong>do</strong>, pois, os movimentos moleculares de um c orpo se mostrem grupa<strong>do</strong>s de maneira aapresentar, uns com relações aos outros, centros fixos de orientação, diremos que esse corpo ésóli<strong>do</strong>;Quan<strong>do</strong> os movimentos moleculares de um corpo estejam grupa<strong>do</strong>s de maneira que oscentros desses grupos sejam móveis, uns com relação aos outros, o corpo é líqui<strong>do</strong>;Quan<strong>do</strong> as moléculas de um corpo se movem em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s e colidem umas com asoutras milhões de vezes por segun<strong>do</strong>, o corpo é chama<strong>do</strong> gás. (187)Convém notar que, à proporção que a matéria passa <strong>do</strong> estad o sóli<strong>do</strong> ao esta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>, ovolume aumenta; depois, <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> ao gasoso, a dilatação <strong>do</strong> mesmo peso de matéria setorna ainda maior, de sorte que a matéria se rarefaz, ao mesmo tempo em que o movimentomolecular se pronuncia. Um litro dágua, por e xemplo, dá 1.700 litros de vapor, isto é, ocupa umvolume 1.700 vezes superior ao que tinha no esta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>; nessas condições, as atrações mútuasentre as moléculas diminuem e o movimento oscilatório das mesmas moléculas se torna maisrápi<strong>do</strong>.111
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A Sr Varley estava noutro quarto po
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percebia na penumbra produzida pelo
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