conservar temporariamente, após a morte, o tipo que tinha o corpo físico aqui na Terra. Esse serinvisível e imponderável pode, às vezes, em circunstâncias determ inadas, assumir um caráter deobjetividade, bastante para afetar os senti<strong>do</strong>s e impressionar a chapa fotográfica, deixan<strong>do</strong> assimtraços duráveis da sua ação, o que põe fora de causa toda tentativa de explicação desse fenômeno,mediante a ilusão ou a alucinação.O nosso objetivo, neste volume, é apresentar algumas das provas que já se possuem daexistência de tal envoltório, a que foi da<strong>do</strong> o nome de Perispírito (de peri, em torno, e spiritus,espírito).Para essa demonstração, recorreremos não só aos espírita s propriamente ditos, mas tambémaos magnetiza<strong>do</strong>res espiritualistas e aos sábios independentes que hão começa<strong>do</strong> a explorar este<strong>do</strong>mínio novo. Ao mesmo tempo, faculta<strong>do</strong> nos será comprovar que a corporeidade da alma não éuma idéia nova, que teve numerosos p artidários, desde que a humanidade entrou a preocupar -secom a natureza <strong>do</strong> princípio pensante.Veremos, primeiro, que a Antigüidade, quase toda ela, mais ou menos admitiu essa <strong>do</strong>utrina;<strong>era</strong>m, porém, vagos e incompletos os conhecimentos de então sobre o cor po etéreo. Depois, àmedida que se foi cavan<strong>do</strong> o fosso entre a alma e o corpo, que as duas substâncias mais e mais sediferençavam, uma imensidade de teorias procuraram explicar a ação recíproca que elas entre siexercem. Surgiram as almas mortais de Platã o, as almas animais e vegetativas de Aristóteles, oochema e o ei<strong>do</strong>lon <strong>do</strong>s gregos, o nephesh <strong>do</strong>s hebreus, o baí <strong>do</strong>s egípcios, o corpo espiritual de SãoPaulo, os espíritos animais de Descartes, o media<strong>do</strong>r plástico de Cudworth, o organismo sutil deLeibnitz, ou a sua harmonia preestabelecida; o influxo físico de Euler, o arqueu de Van Helmont, ocorpo aromal de Fourier, as idéias -força de Fouillée, etc. Todas essas hipóteses, que por alguns deseus la<strong>do</strong>s roçam a realidade, carecem <strong>do</strong> cunho de certeza que o E spiritismo apresenta, porque nãoimagina, demonstra.O espírito humano, pelo só esforço de suas especulações, jamais pode estar certo de haverchega<strong>do</strong> até aí. É-lhe necessário o auxílio da ciência, isto é, da observação e da experiência, paraestabelecer as bases da sua certeza. Não é, pois, guia<strong>do</strong>s por idéias preconcebidas que os espíritasproclamam a existência <strong>do</strong> perispírito: é, pura e simplesmente, porque essa existência resulta, paraeles, da observação.Os magnetiza<strong>do</strong>res já haviam chega<strong>do</strong>, por outros méto<strong>do</strong>s, ao mesmo resulta<strong>do</strong>. Pelacorrespondência que permutaram Billot e Deleuze, bem como pelas pesquisas de Cahagnet,veremos que a alma, após a morte, conserva uma forma corporal que a identifica. Os médiuns, istoé, as pessoas que gozam – no esta<strong>do</strong> normal – da faculdade de ver os Espíritos, confirmam, emabsoluto, o testemunho <strong>do</strong>s sonâmbulos.Essas narrativas, entretanto, constituem uma série de <strong>do</strong>cumentos de grande valor, mas aindanão nos dão uma prova material. Mostraremos, por isso, que os espírita s fiz<strong>era</strong>m to<strong>do</strong>s os esforçospor oferecer a prova inatacável e que o conseguiram. As fotografias de Espíritos desencarna<strong>do</strong>s, asimpressões por estes deixadas em substâncias moles ou friáveis, as moldagens de formasperispirituais são outras tantas provas au tênticas, absolutas, irrecusáveis da existência da alma unidaao perispírito e tão grande é hoje o número dessas provas, que impossível se tornou à dúvida.Mas, se verdadeiramente a alma possui um envoltório, há de ser possível comprovar -se-lhe arealidade durante a vida terrena.E com efeito, o que se dá. Abriram -nos o caminho os fenômenos de des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> serhumano, denomina<strong>do</strong>s por vezes de bicorporeidade. Sabe -se em que eles consistem. Estan<strong>do</strong>, porexemplo, em Paris um indivíduo, pode a sua imagem, o seu duplo mostrar-se noutra cidade, demaneira a ser ele reconheci<strong>do</strong>. Há, no atual momento, mais de <strong>do</strong>is mil fatos, bem verifica<strong>do</strong>s, deaparições de vivos. Veremos, no correr <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong>, que não são alucinatórias essas visões epor que caracteres especiais podemos certificar-nos da objetividade de algumas de tão curiosasmanifestações psíquicas.Os pesquisa<strong>do</strong>res não se limitaram, porém, à observação pura e simples de tais fenômenos,senão que também chegaram a reproduzi -los experimentalmente. Verificaremos, com o Sr. DeRochas, que a exteriorização da motricidade constitui, de certa forma, o esboço <strong>do</strong> que se produzcompletamente durante o des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> ser humano. Chegaremos, afinal, à demonstração física6
da distinção existente entre a alma e o cor po: fotografan<strong>do</strong> a alma de um vivo, fora <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong>seu organismo material.Para to<strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>r imparcial, esse formidável conjunto de <strong>do</strong>cumentos estabelecesolidamente a existência <strong>do</strong> perispírito. A isso, contu<strong>do</strong>, não deve limitar -se a nossa aspiração.Temos que perquirir de que matéria é forma<strong>do</strong> esse corpo. Quanto a isso, todavia, estamosreduzi<strong>do</strong>s a hipóteses; veremos, porém, estudan<strong>do</strong> as circunstâncias que acompanham as aparições<strong>do</strong>s vivos e <strong>do</strong>s mortos, ser possível encontrarem -se, nas últimas descobertas científicas sobre amatéria radiante e os raios, preciosas analogias que nos permitirão compreender o esta<strong>do</strong> dessasubstância imponderável e invisível. Esp<strong>era</strong>mos mostrar que nada se opõe, cientificamente, àconcepção de semelhante invólucro da alm a. Desde então, esse estu<strong>do</strong> entra no quadro das ciênciasordinárias e não pode merecer a censura de se achar eiva<strong>do</strong> de sobrenatural ou de maravilhoso.Apoiar-nos-emos longamente na identidade <strong>do</strong>s fenômenos produzi<strong>do</strong>s peia alma de umvivo, saída momentaneamente <strong>do</strong> seu corpo, e os que se observam op<strong>era</strong><strong>do</strong>s pelos Espíritos.Veremos que eles se assemelham de tal sorte, que impossível se torna diferença -los, a não ser porseus caracteres psíquicos. Logo, e é esse um <strong>do</strong>s pontos mais importantes, há continuidade re al,absoluta, nas manifestações <strong>do</strong> Espírito, encarna<strong>do</strong> ou não, em um corpo terrestre. Inútil, portanto,atribuir os fatos espíritas a seres fictícios, a demônios, a elementais, cascas astrais, egrégoros, etc.Forçoso será reconhecer que os produzem as cima s que viv<strong>era</strong>m na Terra.Estudan<strong>do</strong> os altos fenômenos <strong>do</strong> Espiritismo, fácil se nos tornará demonstrar que oorganismo fluídico contém todas as leis organogênicas segun<strong>do</strong> as quais o corpo se forma. Aqui, oEspiritismo faz surgir uma idéia nova, explican<strong>do</strong> co mo a forma típica <strong>do</strong> indivíduo pode manter -sedurante a vida toda, sem embargo da renovação incessante de todas as partes <strong>do</strong> corpo.Simultaneamente, <strong>do</strong> ponto de vista psíquico, fácil se torna compreender onde e como se conservamas nossas aquisições intelectuais. Firmamos alhures (1) como concebemos o papel que o perispíritodesempenha durante a encarnação; bastar -nos-á dizer agora que, graças à descoberta desse corpofluídico, podemos explicar, cientificamente, de que maneira a alma conserva a sua identida de naimortalidade.Possam estes primeiros esboços de uma fisiologia psicológica transcendental incitar ossábios a perscrutar tão maravilhoso <strong>do</strong>mínio/ Se os nossos trabalhos derem em resulta<strong>do</strong> trazer paraas nossas fileiras alguns espíritos independentes, não teremos perdi<strong>do</strong> o nosso tempo; mas, qualquerque seja o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s nossos esforços, estamos seguro de que vem próxima a época em que aciência oficial, levada aos seus últimos redutos, se verá obrigada a ocupar -se com o assunto que fazobjeto das nossas pesquisas. Nesse dia, o Espiritismo aparecerá qual realmente é: a Ciência <strong>do</strong>Futuro.7
- Page 1 and 2: GABRIEL DELANNEA ALMA E IMORTAL
- Page 4: CAPITULO III - O MUNDO ESPIRITUAL E
- Page 10 and 11: o como dessa imortalidade. Qual, no
- Page 12 and 13: De certas passagens do Avestá se h
- Page 14 and 15: O mestre das sentenças, Pedro Lomb
- Page 16 and 17: assunto. E de admirar-se a lógica
- Page 18 and 19: Não ignoramos que a crítica conte
- Page 20 and 21: Alucinação auditiva, dirá o dout
- Page 22 and 23: As narrações de ChardelVamos agor
- Page 24 and 25: visões. Para provar o que avançav
- Page 26 and 27: O padre Almignana, já citado, pare
- Page 28 and 29: CAPITULO III - TESTEMUNHOS DOS MÉD
- Page 30 and 31: pouco, se foram reunindo os ensinam
- Page 32 and 33: R: — E. Ele se encontra ao lado d
- Page 34 and 35: Sentaram-se à mesa da tiptologia d
- Page 36 and 37: R: - Posso.Após um instante de exp
- Page 38 and 39: com efeito, a sua figura cheia de n
- Page 40 and 41: perdida. Suicidou-se então nas cer
- Page 42 and 43: 3 - As impressões que os fantasmas
- Page 44 and 45: saía de flanela da mãe de Helena,
- Page 46 and 47: A Sr Varley estava noutro quarto po
- Page 48 and 49: percebia na penumbra produzida pelo
- Page 50 and 51: para me ir deitar, ouvi distintamen
- Page 52 and 53: Disse em resposta: Quase me afoguei
- Page 54 and 55: em leitos diferentes. Estando sua a
- Page 56 and 57:
Espera! há uma carta nessa fumaça
- Page 58 and 59:
Fazemos a respeito algumas observa
- Page 60 and 61:
Se o fenômeno se houvera produzido
- Page 62 and 63:
dizer coisa alguma, pois já sei qu
- Page 64 and 65:
um morto, ou a realidade de um fen
- Page 66 and 67:
Eu nunca tivera nenhuma alucinaçã
- Page 68 and 69:
O caso do Sr. SteadO Borderland, de
- Page 70 and 71:
que - embora fluídico - tinha para
- Page 72 and 73:
comunicação dos Espíritos dos vi
- Page 74 and 75:
um poderoso eletroímã - com o aux
- Page 76 and 77:
provavelmente de seus corpos materi
- Page 78 and 79:
Dassier cita muitos casos semelhant
- Page 80 and 81:
A 14 de março de 1874, convidado,
- Page 82 and 83:
O Sr. Bonner ainda obteve a fotogra
- Page 84 and 85:
uma mão pequenina, da mesma indivi
- Page 86 and 87:
O Sr. Harrison atendeu a 25 de abri
- Page 88 and 89:
grande braço de homem, nu até a e
- Page 90 and 91:
Uma das mais interessantes fotograf
- Page 92 and 93:
às comunicações, em número de u
- Page 94 and 95:
também a configuração física, q
- Page 96 and 97:
Até mais amplos esclarecimentos, c
- Page 98 and 99:
Tem-se dito que o Espírito é uma
- Page 100 and 101:
eternamente pelo espaço em pensame
- Page 102 and 103:
A unidade da matériaA primeira vis
- Page 104 and 105:
As famílias químicasProcedendo à
- Page 106 and 107:
As forçasCitemos de novo o nosso i
- Page 108 and 109:
Sendo tudo relativo, esses fluidos
- Page 110 and 111:
infinitamente pequeno; a chapa foto
- Page 112 and 113:
Com efeito, segundo cálculos de pr
- Page 114 and 115:
Incontestavelmente, reina continuid
- Page 116 and 117:
Como a esfera dágua de igual raio
- Page 118 and 119:
examinado e freqüentemente despido
- Page 120 and 121:
Se as materializações não passam
- Page 122 and 123:
Logo duas figuras de mulher, que co
- Page 124 and 125:
Quando o duplo inteiro de Eglinton
- Page 126 and 127:
Outra observação também muito im
- Page 128 and 129:
caracteres pareciam verdadeiramente
- Page 130 and 131:
não é mais do que o resíduo do E
- Page 132 and 133:
fantasma se apresentou, oscilando o
- Page 134 and 135:
contingências da matéria, acha-se
- Page 136 and 137:
O farmacêutico de Charmes aplica n
- Page 138 and 139:
A ação da vontade sobre os fluido
- Page 140 and 141:
Exemplo: Se por sugestão se faz ap
- Page 142 and 143:
Em seu livro: O magnetismo animal,
- Page 144 and 145:
diante desses dois mil casos perfei
- Page 146 and 147:
(7) Xaspéro - Arqueologia Egípcia
- Page 148 and 149:
Entretanto, vendo que o Dr. Moroni
- Page 150 and 151:
(135) Veja-se a Revista Científica
- Page 152 and 153:
21 séculos de irradiação, vê-se