Eu nunca tiv<strong>era</strong> nenhuma alucinação.São características muitas circunstâncias desta narrativa e nos vão facilitar emitamos a nossaopinião.Primeiramente, convém notar que a Srta. Vérity não é um paciente magnético, que nuncateve alucinações e que goza de saúde normal . A aparição se lhe apresenta, com to<strong>do</strong>s os caracteresda realidade. Ela se persuade tanto da presença física <strong>do</strong> Sr. B... no seu quarto, que solta um grito,quan<strong>do</strong> o vê encaminhar-se para o seu leito. Verifica, portanto, que o fantasma se desloca comrelação aos objetas circunjacentes, o que não se daria., se fosse interior a visão. Sua irmã desperta etambém vê a aparição.Ainda quan<strong>do</strong> se suponha, o que já é difícil, dadas as circunstâncias, uma alucinação da Srta.Vérity, inteiramente improvável é que sua irmãzinha, ao despertar, também fosse presaimediatamente de uma ilusão. Na vida ordinária, não basta se diga a alguém: aqui está o Sr. tal, paraque instantaneamente uma alucinação se produza. Logo, pois que a imagem <strong>do</strong> Sr. D... se desloca,que é percebida simultaneamente pelas duas irmãs, evidencia -se que ela tem uma existênciaobjetiva, que se acha realmente no quarto.Que conseqüências tirar dessa presença efetiva?Posta de la<strong>do</strong> a alucinação como causa <strong>do</strong> fenômeno, temos de admitir que o Sr. B...des<strong>do</strong>brou-se, isto é, que, conservan<strong>do</strong>-se o seu corpo físico onde estava, sua alma se transportou aoaposento de Hogarth Road e pôde materializar -se bastante para dar às duas moças a impressão deque <strong>era</strong> ele em pessoa quem lá estava. Notaremos que nesse esta<strong>do</strong> a alma reproduz identicamente afisionomia, o talhe, os contornos <strong>do</strong> ser vivo. Ao demais, a distância que separa o corpo <strong>do</strong> seuprincípio inteligente parece que em nada influi sobre o fenômeno. Notaremos também que essasobservações são g<strong>era</strong>is e se aplicam a to<strong>do</strong>s os casos espontâneos já observa<strong>do</strong>s.O agente, no caso em apreço, pôde des<strong>do</strong>brar -se voluntariamente. No caso que se segue,vamos ver que ele teve necessidade <strong>do</strong> auxílio de outrem, para chegar ao mesmo resulta<strong>do</strong>.Efeitos físicos produzi<strong>do</strong>s por Espí ritos de vivosNesta outra experiência o duplo logrou provar a sua presença por uma ação física. Devemo -la a Sra. de Morgan, esposa <strong>do</strong> professor que escreveu o livro: From matter to spirit (Da matéria aoEspírito). (115)Ela tiv<strong>era</strong> ocasião de tratar de ur na moça por meio <strong>do</strong> magnetismo e muitas vezes seaproveitara da sua faculdade de clarividência para fazê -la ir, em Espírito, a diferentes lugares. Umdia, quis que a paciente se transportasse à casa que ela, Sra. Morgan, habitava. Bem, disse a moça,aqui estou e bati com força à porta. No dia seguinte, a Sra. Morgan se informou <strong>do</strong> que se passaraem sua casa naquele momento. Respond<strong>era</strong>m -lhe: Um ban<strong>do</strong> de meninos endiabra<strong>do</strong>s veio bater àporta e em seguida fugiu.Noutro caso, o Espírito vivo que produziu a man ifestação veio por causa de um <strong>do</strong>sassistentes. A narração fê-la o engenheiro Sr. Desmond Fitzg<strong>era</strong>ld (116). Conta ele que um negrochama<strong>do</strong> H. E. Lewis possuía grande força magnética, da qual dava demonstração em reuniõespúblicas. Em Blackheath, no mês de fevereiro de 1856, numa dessas sessões, magnetizou uma moçaa quem jamais vira. Depois de mergulhá -la em profun<strong>do</strong> sono, determinou -lhe que fosse a suaprópria casa e revelasse ao público o que visse lá. Referiu ela então que via a cozinha, que ai seachavam duas pessoas ocupadas em misteres <strong>do</strong>mésticos.Ordenou-lhe então Lewis que tocasse numa dessas pessoas. A moça se pôs a rir e disse:Toquei-a. Como ficaram aterradas as duas! Dirigin<strong>do</strong> -se ao público, Lewis perguntou se algum <strong>do</strong>spresentes conhecia a moça. Como alguém lhe respondeu afirmativamente, propôs que umacomissão fosse à casa da paciente. Diversas pessoas para lá se dirigiram e, ao regressarem,confirmaram em to<strong>do</strong>s os pontos o que, a<strong>do</strong>rmecida, a moça diss<strong>era</strong>. Toda a gente da casa estavaatarantada e em profunda excitação, porque uma das pessoas que se achava na cozinha declarara tervisto um fantasma e que este lhe tocara no ombro.Pode-se colocar em paralelo com esta observação a <strong>do</strong> Dr. Kerner, em que o duplo dasonâmbula Susana B... Apareceu ao Dr . Rufi e lhe apagou a vela.66
Temos também um caso de batimentos, em completa analogia com os que os Espíritosproduzem. (117)Uma Sra. Lauriston, de Londres, tem uma irmã residente em Southampton. Certa noite,estan<strong>do</strong> esta última a trabalhar em seu quarto, ouviu três pancadas na porta. Entre, disse ela.Ninguém, todavia, entrou. Como, porém, as pancadas se repetissem, ela se levantou e abriu a porta.Não havia pessoa alguma. A Sra. Lauriston, que estiv<strong>era</strong> gravemente enferma, voltan<strong>do</strong> a si, referiuque, tomada <strong>do</strong> ardente desejo de rever a irmã antes de morrer, sonhara que fora a Southampton,que bat<strong>era</strong> à porta <strong>do</strong> quarto da irmã e que, depois de bater segunda vez, sua irmã se apresentara naporta, mas que a impossibilidade em que ela, visitante, se achara para falar à outra a emocionaratanto, que a fez voltar a si.Precisaríamos de muito maior espaço <strong>do</strong> que o de que podemos dispor, para citar osnumerosos testemunhos existentes com respeito às ações físicas exercidas pela alma <strong>do</strong>smoribun<strong>do</strong>s, com o intuito de se fazerem lembradas de parentes ou amigos distantes. A talpropósito, podem consultar-se as obras de Perty: Ação <strong>do</strong>s moribun<strong>do</strong>s à distância e O ModernoEspiritualismo. Os Proceedings da Sociedade de Pesquisas e os Phantasms of the living relatamuma imensidade deles. Não insistiremos, pois, sobre esses fenômenos, fora que estão,absolutamente, de toda dúvida. (118)Fotografias de duplosOs fatos que até aqui temos relata<strong>do</strong> firmam a realidade <strong>do</strong>s fantasmas de vivos, isto é, apossibilidade, em certos casos, <strong>do</strong> des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> ser humano. Tais aparições reproduzem, comtodas as minúcias, o corpo físico e também às vezes manifestam a sua realidade por meio dedeslocamentos de objetos materiais e por meio da palavra. Já expendemos as razões porque ahipótese da alucinação telepática nem sempre é admissível e, se essas razões não convenc<strong>era</strong>m ato<strong>do</strong>s os leitores, esp<strong>era</strong>mos que os fatos que seguem bastarão para mostrar, com verdadeiro rigorcientífico, que, na realidade, a alma é a causa eficiente de to<strong>do</strong>s esses fenômenos.As objeções todas caem por si mesmas, diante da fotografia <strong>do</strong> espírito fora <strong>do</strong> seu corpo.Neste caso, nenhuma ilusão mais é possível; a chapa fotográfica é testemunho irrefutável darealidade <strong>do</strong> fenômeno e será precisa uma prevenção muito enraiz ada para negar a existência <strong>do</strong>perispírito. Vamos citar diversos exemplas que tomamos ao Sr. Aksakof. (119)O Sr. Humber, espiritualista muito conheci<strong>do</strong>, fotografou um jovem médium, Sr. Herrod, a<strong>do</strong>rmir numa cadeira, em esta<strong>do</strong> de transe, e no retrato via -se, por detrás <strong>do</strong> médium, a sua própriaimagem astral, isto é, <strong>do</strong> seu perispírito, em pé, quase de perfil e com a cabeça um pouco inclinadapara o paciente.Outro caso de fotografia de um duplo atesta -o o juiz Carter, em carta de 31 de julho de 1875a Banner of Light, transcrita em Human Nature de 1875, págs. 424 e 425.Finalmente, o Sr. Glandinning, no Spiritualist, numero 234 (Londres, 15 de fevereiro de1877, pág. 76), assinala terceiro caso de fotografia de duplo, o de um médium em lugar que esteocupara alguns minutos antes.Veremos que o pensamento é uma força cria<strong>do</strong>ra e que, assim sen<strong>do</strong>, se poderia imaginarque tais fotografias resultam de um pensamento que o agente exteriorizou. A seguinte experiência,porém, estabelece que semelhante hipótese carece de base, pois que o duplo não é simples imagem,mas um ser que atua sobre a matéria.67
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Entretanto, vendo que o Dr. Moroni
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