examina<strong>do</strong> e freqüentemente despi<strong>do</strong>, de forma que não poss a esconder o que quer que sirva paraum disfarce. Concluí<strong>do</strong>s esses preliminares, trata -se de colocar o médium na impossibilidade demudar de lugar. Não raro, como o fiz<strong>era</strong>m Varley e Crookes, estabelece -se uma corrente elétricaque, depois de atravessar o corpo <strong>do</strong> sensitivo, vai ter a um galvanômetro de reflexão, que asseguraa sua imobilidade, porquanto, o menor movimenta que ele fizesse ocasionaria uma diferença naresistência <strong>do</strong> circuito e se revelaria por variações na intensidade da corrente, variações q ue oespelho indicaria. Apesar de tão minuciosas precauções, o Espírito de Katie e o da Sra. Fay (192) semostraram como de ordinário, o que provou a perfeita independência da aparição.Doutras vezes, atam-se as mãos e os braços <strong>do</strong> médium por meio de cordõ es em que sãoda<strong>do</strong>s nós, aos quais se apõem selos de c<strong>era</strong>. A mesma ligadura lhe passa depois em torno <strong>do</strong> corpo,prenden<strong>do</strong>-o à cadeira, onde outros nós são feitos e sela<strong>do</strong>s. Finalmente, a extremidade <strong>do</strong> cordão épresa a um anel, fora <strong>do</strong> gabinete, à vista <strong>do</strong> s assistentes. Não raro, empregam -se sacos ou redes,que se fecham e selam como precedentemente. Tem -se mesmo chega<strong>do</strong> a utilizar gaiola. Apesar detodas essas medidas de fiscalização, os fatos se hão reproduzi<strong>do</strong> exatamente como quan<strong>do</strong> omédium está livre. Incontestavelmente, existem copiosas provas e absolutas de que o médium nãopode fraudar; é quan<strong>do</strong>, nas próprias habitações <strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>res, se fotografam simultaneamenteo Espírito e o médium. Não sen<strong>do</strong> possível, então, que qualquer comparsa simule a a parição, é detoda evidência que o médium não é o autor consciente <strong>do</strong> fenômeno.Os desta natureza foram observa<strong>do</strong>s por William Crookes, por Aksakof, pelo Dr. Hitchman,etc. (193). Não são menos probantes os moldes de membros corporais de formas materializa das.Não somente é impossível simulá -los, pois que não se pode fazer o molde de uma mão completa,senão compon<strong>do</strong>-o de várias peças cujas junturas ficam visíveis, ao passo que os que os Espíritosproduzem não nas têm, mas ainda porque um molde que não se co mpusesse de diferentes partes nãopoderia ser retira<strong>do</strong>, visto que o pulso é notoriamente mais estreito <strong>do</strong> que a mão à altura <strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s.Nas experiências que citamos, o molde da mão física <strong>do</strong> médium difere inteiramente <strong>do</strong> daaparição, o que positivamente de monstra duas coisas: 1 o – a sinceridade <strong>do</strong> médium; 2 o – que a mãofluídica não é devida a um des<strong>do</strong>bramento seu. Cumpre não esquecer tampouco que, quase sempre,a parafina foi pesada pelos op<strong>era</strong><strong>do</strong>res, antes e depois das sessões, verifican<strong>do</strong> eles ser o peso <strong>do</strong>molde, mais o da parafina não utilizada, igual ao peso primitivo dessa substância, <strong>do</strong>nde aconclusão de que o molde foi fabrica<strong>do</strong> in loco e não trazi<strong>do</strong> de fora.Supon<strong>do</strong> que os médiuns fossem <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de astúcia até então desconhecida, esbarra -se deencontro à evidência das fotografias e <strong>do</strong>s moldes. Somos, pois, força<strong>do</strong>s a afastar a hipótese de umembuste, pelo menos em os casos que citamos.Será a aparição um des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> médium?E de notar-se que os incrédulos, que negam a possibilidade <strong>do</strong> des<strong>do</strong>bra mento comoexplicação <strong>do</strong>s fenômenos telepáticos, não hesitam em lançar mão desse argumento quan<strong>do</strong> se tratade aparições comprovadas nas sessões espíritas. Embora se reconheça que essa possibilidade àsvezes se efetiva, pode-se ter a certeza de que, em muit os casos, intervêm outros fatores. E muitosimples a distinção que se deve fazer entre uma bilocação <strong>do</strong> médium e uma materialização deEspírito. Sempre que o fantasma se parecer com o médium, a aparição será devida à exteriorização<strong>do</strong> seu perispírito.Sabemos, com efeito, que o corpo fluídico é sempre a reprodução exata e fiel <strong>do</strong> corpofísico, com todas as minúcias. Jamais se verificaram experimentalmente dessemelhanças entre umindivíduo e o seu duplo, exceto as que resultam <strong>do</strong> jogo da fisionomia ao exprim ir emoções. São<strong>do</strong>is exemplares <strong>do</strong> mesmo ser, duas reproduções da mesma entidade. Tivemos ensejo dereconhecer essa identidade no caso que Cox (pág. 152) refere e eis o que diz a respeito o Sr.Brackett, excelente juiz nessas questões (194)Vi centenas de formas materializadas, e, em muitos casos, o duplo fluídico <strong>do</strong> médium selhe assemelhava tanto, que eu juraria ser o próprio médium, se não visse esse duplo sedesmaterializar na minha presença e não verificasse, logo após, que o médium estava a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>.Lembremos também que o molde de um pé fluídico de Eglinton é reprodução exatíssima <strong>do</strong>seu pé em carne e osso. Para nós, portanto, é mais que provável que um médium exterioriza<strong>do</strong> não118
pode, moto próprio, transformar-se. Exterioriza<strong>do</strong>, ele aparece idêntico ao seu corpo físico e é emvirtude dessa semelhança que se tem podi<strong>do</strong> freqüentemente comprovar os inúmeros fatos ditostelepáticos.Mas, perguntar-se-á, será impossível ao Espírito modificar o seu aspecto? Já se têmobserva<strong>do</strong> por vezes fenômenos que parecem contradizer as conclusões enunciadas acima: os queforam denomina<strong>do</strong>s de transfiguração. Consistem no seguinte:Há médiuns que revelam a singular propriedade de experimentar mudanças na forma <strong>do</strong>corpo, de maneira a tomarem temporariamente certas aparências , a ressuscitarem, por assim dizer,pessoas falecidas de há muito. Allan Kardec (195) cita o caso de uma moça cujas transfigurações<strong>era</strong>m tão perfeitas que causavam a ilusão de estar presente o defunto. Os traços fisionômicos, acorpulência, o som da voz, tu<strong>do</strong> contribuía para tornar completa a mudança. Muitas vezes, elatomava a aparência de um irmão seu que morr<strong>era</strong> havia anos. Não é único esse fato. Nas coletâneasespíritas, encontram-se relatos de alguns outros, mas em número reduzi<strong>do</strong>. Desde que, fisicamen te,o corpo parece transforma<strong>do</strong>, não poderia essa op<strong>era</strong>ção produzir -se, com relação ao perispírito, nassessões de materialização? Sabemos que o fenômeno é possível, mas, então, deve -se procurar acausa efetiva da modificação, uma vez que ela nunca se prod uz naturalmente.Julgamos que provém, precisamente, da ação <strong>do</strong> Espírito de quem o duplo reproduz ostraços, uma vez que o médium desconhece o desencarna<strong>do</strong> que se manifesta dessa maneira.Erro objetam os críticos. A<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>, o médium possui uma personalida de segunda,onipotente para agir sobre o seu envoltório, que ela pode modelar como se op<strong>era</strong>sse com c<strong>era</strong> mole.A forma que o perispírito assume reproduz fielmente a imagem que o médium imagina, de sorte queo ser que é visto a conversar, a deslocar -se, a atuar sobre a matéria e que os assistentes tomam porum habitante <strong>do</strong> Além não passa, afinal de contas, <strong>do</strong> duplo <strong>do</strong> médium, que assim se caracterizoupara aquela circunstância.Notemos, antes de tu<strong>do</strong>, quão estranho seria que por toda parte os médiuns se desse minconscientemente a semelhante mascarada e que invariavelmente afirmassem ter vivi<strong>do</strong> na Terra.E, acrescentam os Espíritos, aonde irá o médium buscar o modelo para o seu disfarce, uma vez quejá não existe o ser que ele macaquearia?Duas explicações oferecem os opositores.PRIMEIRA – O desenho da forma <strong>do</strong> ser se encontra no inconsciente <strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res.Quan<strong>do</strong> mesmo estes já se não lembrem de to<strong>do</strong>s os trespassa<strong>do</strong>s que eles conhec<strong>era</strong>m, existe nelesuma imagem exata e indelével desses trespassa<strong>do</strong>s e é por esse desenho inconsciente que o duplo semodela. O próprio fato de ser reconhecida a aparição, dizem os nossos adversários, basta paramostrar que ela subsistia, ignorada, no inconsciente de um <strong>do</strong>s assistentes. É maravilhosa aclarividência <strong>do</strong> paciente em transe e lhe permite ler o que se passa nos outros, como em livroaberto. Por possuir ele essa faculdade, como o mostram os exemplos <strong>do</strong> sonambulismo, é quetendes a ilusão de estar em presença de uma personagem de outro mun<strong>do</strong>.SEGUNDA – Quan<strong>do</strong> ninguém conhece a aparição, é que a sua imagem foi tomada aoastral. Chama-se assim à ambiência fluídicas que cerca a Terra, e que teria a propriedade deconservar uns como clichês inalteráveis de tu<strong>do</strong> o que existe.A primeira hipótese – leitura no inconsciente – seria admissível, se faltassem experiências aque ela não se pode aplicar. É bem certo que guardamos impressões imperecíveis de tu<strong>do</strong> o que nosafetou os senti<strong>do</strong>s. Mesmo quan<strong>do</strong> a lembrança já se tenha enfraqueci<strong>do</strong>, a ponto de não ser capazde reproduzir um perío<strong>do</strong> da nossa vida passada, ainda possível é conseguir -se renasçam assensações então experimentadas, com uma frescura e um brilho tão vivo quanto no momento emque as tivemos. (196)Não somos nós próprios, porém, que temos essa faculdade; preciso se torna um hipnotiza<strong>do</strong>rque a revele e ele mesmo só o alcança em certos pacientes especiais. Nunca ficou demonstra<strong>do</strong> queum médium a possuísse, tanto mais que, como o afirmam to<strong>do</strong>s os que hão estuda<strong>do</strong> a mediunidade,é absolutamente passivo o concurso <strong>do</strong> médium.Se, realmente, a faculdade deste fosse tão potente, conforme o querem tais teorias, possívellhe fora atender sempre a to<strong>do</strong>s os pedi<strong>do</strong>s e fazer que à visão <strong>do</strong>s assistentes aparecessem to<strong>do</strong>s osseus mortos queri<strong>do</strong>s. h o que pond<strong>era</strong> Aksakof (197)119
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