Tem-se dito que o Espírito é uma chama, uma centelha, etc. Assim, porém, se deve entendercom relação ao espírito propriamente dito, como princípio intelectual e mo ral, ao qual não sepoderia atribuir forma determinada. Em qualquer grau que ele se encontre na animalidade, estásempre intimamente associa<strong>do</strong> ao perispírito, cuja eterização corresponde ao seu adiantamentomoral, de sorte que, para nós, a idéia de espírit o é inseparável de uma forma qualquer, de maneira anão podermos conceber um sem a outra.O perispírito, pois, faz parte integrante <strong>do</strong> Espírito, como o corpo faz parte integrante <strong>do</strong>homem. Mas, o perispírito, por si só, não é o Espírito, como o corpo não é , por si só, o homem,visto que o perispírito não pensa, não age por si só. Ele é para o espírito o que o corpo é para ohomem: o agente ou instrumento da sua ação.Segun<strong>do</strong> o ensino <strong>do</strong>s Espíritos, essa forma fluídica é extraída <strong>do</strong> fluí<strong>do</strong> universal, sen<strong>do</strong>deste, como tu<strong>do</strong> o que existe materialmente, uma modificação. Justificaremos, dentro em pouco,essa maneira de ver.Malgra<strong>do</strong> à tenuidade extrema <strong>do</strong> corpo perispirítico, ele se mantém constantemente uni<strong>do</strong> àalma, que se pode consid<strong>era</strong>r um centro de força. Su a constituição lhe permite atravessar to<strong>do</strong>s oscorpos com mais facilidade <strong>do</strong> que a que tem a luz para atravessar o vidro; <strong>do</strong> que o calor ou osraios-X para atravessar os diferentes obstáculos que se lhes oponham à propagação. A velocidade<strong>do</strong> deslocamento da alma parece superior à das ondulações luminosas, diferin<strong>do</strong> destas, porém,essencialmente, em que nada a detém, deslocan<strong>do</strong> -se ela pelo seu próprio esforço. Por ser muitorarefeito o organismo fluídico, a vontade atua sobre o fluí<strong>do</strong> universal e produz o de slocamento.Concebe-se facilmente que, sen<strong>do</strong> quase nula a resistência <strong>do</strong> meio, a mais fraca ação físicaacarretará uma translação no espaço, cuja direção estará submetida à vontade <strong>do</strong> ser.O perispírito se nos afigura imponderável, pelo que a ação da gravi dade parece inteiramentenula sobre ele; mas, daí não se deverá concluir que, desprendi<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo, possa o Espíritotransportar-se, segun<strong>do</strong> a sua fantasia, a todas as partes <strong>do</strong> Universo. Veremos, daqui a pouco, que oespaço é pleno de matérias variadas, e m to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s de rarefação, de mo<strong>do</strong> que, para oEspírito, existem certos obstáculos fluídicos de tanta realidade, quanta a que para nós pode ter amatéria tangível.Nos seres muito evolvi<strong>do</strong>s, o perispírito carece, no espaço, de forma absolutamente fix a; nãoé rígi<strong>do</strong>, nem está condensa<strong>do</strong>, como o corpo físico, num tipo particular. Regra g<strong>era</strong>l, pre<strong>do</strong>mina nocorpo fluídico as formas humanas, à qual ele naturalmente retorna, quan<strong>do</strong> haja si<strong>do</strong> deforma<strong>do</strong>pela vontade <strong>do</strong> Espírito.Por intermédio <strong>do</strong> envoltório f luídico é que os Espíritos percebem o mun<strong>do</strong> exterior; mas,suas sensações são de outra ordem, diversas das que tinham na Terra. A luz deles não é a nossa; asondulações <strong>do</strong> éter, quais as ressentimos, como calor ou luz, são por demais grosseiras para osinfluenciar normalmente. São, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>, insensíveis aos sons e aos o<strong>do</strong>res terrestres.Referimo-nos aqui aos Espíritos adianta<strong>do</strong>s. Mas, todas as nossas sensações terrestres têm, paraeles, equivalentes mais apura<strong>do</strong>s. Dá -se, a esse respeito, uma como trans posição para mais eleva<strong>do</strong>registro da mesma gama. Além disso, eles percebem vibrações em muito maior número <strong>do</strong> que asque nos chegam diferenciadas pelos senti<strong>do</strong>s e as sensações determinadas por esses diferentesmovimentos vibratórios criam uma série de per cepções de ordem diversa das de que temosconsciência.Os Espíritos inferiores, que formam a maioria no espaço que circunda a Terra, podem s<strong>era</strong>cessíveis às nossas sensações, sobretu<strong>do</strong> se seus perispírito são grosseiros de to<strong>do</strong>, porém, isso sedá de maneira atenuada. A sensação neles não é localizada: experimentam -na em todas as partes <strong>do</strong>corpo espiritual, enquanto que, nos homens, é experimentada no ponto <strong>do</strong> corpo onde teve origem.Estes os da<strong>do</strong>s g<strong>era</strong>is que se encontram na obra de Allan Kardec, a mais comp leta e a maisracional que possuímos sobre o Espiritismo. A bem dizer, é mesmo a única que trata, em todas assuas partes, da filosofia espírita e fica -se espanta<strong>do</strong> de ver com que sabe<strong>do</strong>ria e prudência esseinicia<strong>do</strong>r traçou as grandes linhas da evolução es piritual.A dedução rigorosa é o caráter distintivo desta <strong>do</strong>utrina. Em vez de forjar seres imagináriospara explicar os fatos mediúnicos, o Espiritismo deixou que o fenômeno se revelasse por si mesmo.Em todas as partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, há 70 anos, são as almas d os mortos que, vin<strong>do</strong> confabular conosco,98
afirmam ter vivi<strong>do</strong> na Terra e dão dessas afirmativas provas que os evoca<strong>do</strong>res verificam mais tardee reconhecem exatas. Numa palavra, achamo -nos em presença de um fato real, visível, palpável,que coisa alguma poderia infirmar. Não há negações que prevaleçam contra a luminosa evidênciada experiência moderna. Não há demônios, nem vampiros, nem lêmures, nem elementais ou outrosseres fantásticos, imagina<strong>do</strong>s para aterrorizar o vulgo, ou desviar, em proveito de obscurosengrimanços, a atenção <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res a alma <strong>do</strong>s mortos que se revela pela mesa, pela escritadireta e pelas materializações.O que é preciso se estudePela observação e pela experiência, fomos leva<strong>do</strong>s a comprovar que o invólucro da alma ématerial, pois que pode ser visto, toca<strong>do</strong>, fotografa<strong>do</strong>. Mas, é evidente que essa matéria difere, pelomenos quanto ao seu esta<strong>do</strong> físico, da matéria com que estamos diariamente em contacto.O perispírito existente no corpo humano não nos é visível; não tem peso apre ciável e,quan<strong>do</strong> saí <strong>do</strong> corpo para se mostrar longe deste, verifica -se que nada lhe pode opor obstáculo.Destas observações, temos de concluir que é forma<strong>do</strong> de uma substância invisível, imponderável ede tal sutileza, que coisa alguma lhe é impenetrável. O ra, estes são caracteres que parecem emabsoluta contradição com os que a Física nos revela como sen<strong>do</strong> os da matéria.Temos, pois, que procurar saber o que se deve entender pelo termo matéria e, para isso, urgeconhecer o que são o átomo, o movimento e a e nergia. Adquiridas estas noções, poderemos inquirircomo é que uma matéria fluídica tem a possibilidade de conservar forma determinada e, sobretu<strong>do</strong>,como é que a morte não acarreta a dissolução desse corpo espiritual, uma vez que ocasiona a <strong>do</strong>corpo físico.Tornar-se-á então necessário nos familiarizemos com a idéia da unidade da substância,porquanto, admitida essa idéia, claro fica que, se o perispírito é forma<strong>do</strong> da matéria primordial, nãopoderá decompor-se em elementos mais simples e, como a alma já se acha revestida dele antes denascer, isto é, anteriormente à sua entrada no organismo humano, Irá com ele, ao deixar o seu corpoterreno.Se for verdadeiramente possível demonstrar que as concepções científicas atuais nospermitem conceber semelhante matér ia, poder-se-á empreender, racionalmente, o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>perispírito, estu<strong>do</strong> que então sairá <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> empirismo para entrar no das ciências positivas.Vejamos, pois, desde já, como é constituída a matéria.CAPITULO II – O TEMPO, O ESPAÇO, A MATÉRIA PRIM ORDIAL.SUMARIO: Definição <strong>do</strong> espaço, dada pelos Espíritos. – Justificação dessa teoria. – Otempo. – Justificações astrológicas e geológicas. – A matéria. – O esta<strong>do</strong> molecular. – A isomeria. –As pesquisas de Lockyer.O que, em definitivo, importa saber é o que somos, <strong>do</strong>nde viemos e aonde vamos. Afilosofia é impotente para nos esclarecer a esse respeito, porquanto umas às outras se opõem asconclusões a que chegaram as diferentes escolas. As religiões, proscreven<strong>do</strong> a razão e fazen<strong>do</strong>exclusivamente questão da fé, pretenden<strong>do</strong> impor a crença em <strong>do</strong>gmas imagina<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> osconhecimentos humanos ainda se achavam na infância, vêem afastar -se delas os espíritosindependentes, que preferem as realidades tangíveis e sempre verificáveis da experiência a todas asafirmações autoritárias e cominatórias. Vamos justificar os principais ensinos <strong>do</strong> Espiritismo,mostran<strong>do</strong> que decorrem de minuciosos estu<strong>do</strong>s, harmônicos com as concepções modernas econstituin<strong>do</strong> uma filosofia religiosa de imponente realidade. (173)EspaçoE infinito o espaço, pela razão de ser impossível supor -lhe qualquer limite e porque,malgra<strong>do</strong> à dificuldade que encontramos para conceber o infinito, mais fácil nos é, contu<strong>do</strong>, ir99
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