3 – As impressões que os fantasmas produzem nos an imais;4 – Os efeitos físicos que a visão produz;5 – Poderem as aparições ser fotografada, ou terem -no si<strong>do</strong>, quer fossem visíveis, quer não,às pessoas presentes.A teoria da alucinação telepática, provocada ou espontânea, só foi imaginada, cremos, paranão chocar muito de frente as idéias preconcebidas <strong>do</strong> público, ainda pouco familiariza<strong>do</strong> coro estesfenômenos naturais, mas que apresentam um la<strong>do</strong> misterioso, devi<strong>do</strong> a se produzirem de improvisoe às circunstâncias graves em que g<strong>era</strong>lmente se dão. Vejamos, com efeito, as reflexões <strong>do</strong> Sr.Gurney, redator <strong>do</strong>s Phantasms. (83)Perguntar-se-á, porventura, se nos assiste o direito de estabelecer qualquer ligação entre osresulta<strong>do</strong>s experimentais que temos discuti<strong>do</strong> (transmissão de pensamento) nos precedentescapítulos e os fenômenos que acabamos de descrever (aparições de experimenta<strong>do</strong>res). Já eu disseque <strong>era</strong>m fenômenos de transição, capazes de permitir se passe <strong>do</strong>s de transmissão experimental <strong>do</strong>pensamento aos casos de telepatia espontânea. Mas, poder -se-ia objetar que há um abismointransponível entre os fenômenos ordinários de transmissão de pensamento e essas aparições <strong>do</strong>agente (84). A diferença radical consiste em que o objeto que aparece não é aquele sobre o qual seconcentrara o pensamento <strong>do</strong> op<strong>era</strong><strong>do</strong>r. Nos casos que vimos de estudar, o agente não pensava em sipróprio, no seu contorno visível. O aspecto exterior de uma pessoa ocupa lugar relativamentepequeno na idéia que ela faz de si mesma; entretanto, o que o paciente percebe é somente esseaspecto exterior. Com essa mesma dificuldade. Esbarraremos. Nos casos de telepatia espontânea;enquanto a impressão produzida no espírito <strong>do</strong> paciente for apenas a reprodução de uma imagem oude uma idéia que exista no espírito <strong>do</strong> agente, pode -se conceber um fundamento fisiológico para osfenômenos de transmissão de pensamento. Mas, a interpretação <strong>do</strong>s fatos se torna muito maisdifícil, quan<strong>do</strong> o que aparece ao paciente já não é a imagem que o agente tem diante <strong>do</strong>s olhos.A... morre e aparece a B... que se acha a grande di stância dele. Não podemos descobrirnenhuma ligação entre esses <strong>do</strong>is fenômenos, pelo menos no <strong>do</strong>mínio da consciência clara.Poderíamos, entretanto, conceber a ação <strong>do</strong> agente sobre o paciente, fazen<strong>do</strong> intervir os fenômenosinconscientes. Mas, talvez seja me lhor reconhecer a dificuldade e dizer que, na aproximação quetentamos entre a transmissão experimental <strong>do</strong> pensamento e a telepatia espontânea, unicamentelevam em conta o aspecto fisiológico <strong>do</strong>s fenômenos.São de to<strong>do</strong> legítimos os escrúpulos <strong>do</strong> Sr. Gurney ; a leitura <strong>do</strong>s Proceedings amplamente osjustifica. A transmissão <strong>do</strong> pensamento, aliás, difícil de produzir -se, é um fato relativamentesimples, em face <strong>do</strong> com que nos ocupamos. Pode -se, com efeito, verificar, em se proceden<strong>do</strong> auma série longa de experiências, que, quase sempre, o número de vezes em que se obtém aadivinhação exata de um algarismo, pouco acima fica <strong>do</strong> que é indica<strong>do</strong> pelo cálculo dasprobabilidades. Uma figura geométrica ainda mais difícil é de ser percebida pelo paciente e, paraque ordens mentais se cumpram, é preciso, as mais das vezes, que, como quan<strong>do</strong> se trata datransmissão de sensações, as pessoas submetidas à experiência se achem mergulhadas em sonohipnótico.Vê-se, pois, que há um abismo entre essas modalidades rudimentares de uma inteligênciainfluenciada por outra e as aparições, fenômeno este complexo, que põe em jogo as faculdades <strong>do</strong>espírito.Todavia, em certos casos, pode sustentar -se que a aparição é uma alucinação pura e simples,produzida pelo pensamento <strong>do</strong> agente. As circ unstâncias que acompanham a visão é que devemservir de critério para julgar-se da objetividade da aparição.Aliás, examinan<strong>do</strong> os fatos, apreciaremos o fundamento da explicação alucinatória. Naimpossibilidade de citar to<strong>do</strong>s os casos, tomaremos um exemplo em cada classe de fenômenos,recomendan<strong>do</strong> ao leitor, para mais amplas informações, os <strong>do</strong>cumentos originais.Aparição espontâneaA Sra Pole Carew, de Antony, Torpoínt, Devonport, nos enviou o relato seguinte (85)31 de dezembro de 188342
Em outubro de 1880, lorde e lady Waldgrave vi<strong>era</strong>m com a sua criada de quarto, a escocesaHelena Alexander, passar alguns dias em nossa casa. (A narrativa diz como descobriram que Helenafora atacada de febre tifóide.) Ela, contu<strong>do</strong>, não parecia muito <strong>do</strong>ente e, como ninguém j ulgassehaver qualquer perigo e lorde e lady Waldgrave tinham de partir no dia seguinte (quinta -feira) parauma longa viagem resolv<strong>era</strong>m deixá -la aos cuida<strong>do</strong>s da amiga que os hospedara.A enfermidade seguiu seu curso habitual e Helena parecia ir muito bem, até ao <strong>do</strong>mingo dasemana seguinte. O médico me disse então que a febre a deixara, mas que o seu esta<strong>do</strong> de fraquezao inquietava muito. Mandei vir imediatamente uma enfermeira, não obstante haver em casa a minhacriada de quarto Reddell, que, muito dedicada a Helena, cuidara dela durante toda a enfermidade.Entretanto, como a enfermeira não pudesse vir no dia imediato, eu disse a Reddell que ainda poraquela noite tomasse conta de Helena, a fim de lhe administrar o remédio e os alimentos. Comefeito, <strong>era</strong> necessário alimentá-la freqüentemente.Por volta das 4 horas e meia dessa noite, ou, antes, na madrugada de segunda -feira, Reddellconsultou o relógio, deitou a poção num cálice e se debruçava sobre a cama de Helena para lhe daro remédio, quan<strong>do</strong> a campainha da porta de entrada tocou. Disse ela para consigo: Lá está essaaborrecida campainha com os fios baralha<strong>do</strong>s. (Ao que parece, a campainha já tocara algumas vezesdesse mo<strong>do</strong>, sozinha.) No mesmo instante, porém, ouviu abrir -se a porta e, como lançasse o olharem torno de si, viu entrar uma velha muito gorda, vestin<strong>do</strong> uma camisola de <strong>do</strong>rmir e uma saia deflanela vermelha e trazen<strong>do</strong> na mão um castiçal de cobre, de modelo antigo, com uma vela acesa.Havia um buraco na saia da mulher. Esta entrou no quarto e fez m enção de encaminhar-se para otouca<strong>do</strong>r, a fim de colocar ali o castiçal. Era inteiramente desconhecida de Reddell que, todavia,pensou imediatamente fosse a mãe de Helena que vinha visitá -la. Notou que a velha tinha um ar deenfa<strong>do</strong>, talvez porque não na ho uvessem preveni<strong>do</strong> mais ce<strong>do</strong>. Reddell deu a poção a Helena e,quan<strong>do</strong> se voltou, a aparição se sumira, estan<strong>do</strong> fechada à porta. Nesse meio tempo, o esta<strong>do</strong> deHelena piorara muito e Reddell me foi chamar. Mandei buscar o médico e, enquanto oesperávamos, aplicamos cataplasmas quentes na enferma; mas... esta morreu, pouco antes de chegaro <strong>do</strong>utor. Meia hora antes de falecer, estava perfeitamente lúcida. Morta, parecia apenasa<strong>do</strong>rmecida.Logo em começo da sua enfermidade, Helena escrev<strong>era</strong> a uma de suas irmãs. Di zia na cartanão se sentir bem, mas sem insistir nisso. Como nunca falara senão de sua mãe, to<strong>do</strong>s da nossa casa,para quem ela <strong>era</strong> inteiramente estranha, supunham que não tivesse outros parentes vivos. Reddellse lhe oferecia sempre para escrever em seu lu gar; respondia que não precisava, que dentro de umou <strong>do</strong>is dias escreveria com sua própria mão. Ninguém, pois, da sua família a sabia tão <strong>do</strong>ente, peloque é muito de notar-se que sua mãe, nada nervosa, haja dito aquela noite, quan<strong>do</strong> se ia deitar:Tenho a certeza de que Helena está muito <strong>do</strong>ente.Reddell me falou da aparição, assim como à minha filha, cerca de uma hora após a morte deHelena. Não sou supersticiosa, nem nervosa, disse -nos, ao principiar a narrativa <strong>do</strong> caso, e não meassustei nem um pouquinho. O certo, porém, é que sua mãe veio aqui à noite passada. E contou,então, toda a história, descreven<strong>do</strong> com precisão a figura que vira.Os parentes foram avisa<strong>do</strong>s, para que pudessem assistir aos fun<strong>era</strong>is. Vi<strong>era</strong>m a mãe e o pai,bem como a irmã, e Reddell rec onhec<strong>era</strong>m naquela a velha que lá estiv<strong>era</strong>. Eu, a meu turno, areconheci, tão exata fora à descrição feita, com a mesma expressão fisionômica que Reddellindicara, devida, não à inquietação, mas à surdez. Acharam to<strong>do</strong>s que não se lhe devia falar <strong>do</strong> fato;mas, à irmã, Reddell referiu tu<strong>do</strong>, dizen<strong>do</strong> -lhe aquela que a sua descrição correspondia com muitaexatidão às vestes que sua mãe teria posto, se levantasse durante a noite; que na sua casa havia umcastiçal em tu<strong>do</strong> semelhante ao da aparição; que existia um bu raco na saia de sua mãe, buraco essedevi<strong>do</strong> à maneira por que ela punha aquela peça <strong>do</strong> vestuário. E curioso que nem Helena, nem suamãe parecem ter-se apercebi<strong>do</strong> da visita. Em to<strong>do</strong> caso, nenhuma jamais disse haver uma aparecidaà outra, nem sequer em sonho.F. A. POLÉ CAREW.Francis Reddell, cuja narrativa confirma a da Sra Pole Carew, declara que jamais vira outraaparição. A Sra a Lyttleton, <strong>do</strong> Colégio Selwyn, Cambridge, que a conhece, diz que ela parece umapessoa muito positiva (matter of fact) e que o que acima de tu<strong>do</strong> a impressionara fora o ter visto, na43
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