Esp<strong>era</strong>! há uma carta nessa fumaça. — Como podes tu enxergar uma carta na fumaça? — Vais ver,replica ele; ai está o carteiro que a traz. Com efeito, pouco depois o carteiro entregava uma cartavinda de Londres, em que seus amigos lhe censuravam o haver esta<strong>do</strong> naquela cidade no <strong>do</strong>mingoprecedente e não ter i<strong>do</strong> vê-lo-a. Sabiam-no, porque uma pessoa das relações deles o haviaencontra<strong>do</strong>. Possuo, como já lhe disse, essa carta, pela qual se prova que não estou inventan<strong>do</strong> coisaalguma.Este relato mostra a possibilidade de produzir -se artificialmente o des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> serhumano. Veremos mais longe que esse processo foi utiliza<strong>do</strong> por alguns magnetiza<strong>do</strong>res.Eis aqui o terceiro fato, que tomamos aos anais da Igreja Católica.Santo Afonso de LiguoriA história g<strong>era</strong>l da Igreja, pelo barão Henrion (Paris, 1851, t omo II, pág. 272) (103), narra<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> seguinte o fato miraculoso que se deu com Afonso de Liguori:Na manhã de 21 de setembro de 1774, Afonso, depois de haver dito missa, atirou -se numsofá. Estava abati<strong>do</strong> e taciturno. Ficou sem fazer o menor movimento, s em articular uma só palavrade qualquer oração e sem se dirigir a pessoa alguma e assim passou o dia to<strong>do</strong> e a noite que se lheseguiu. Nenhum alimento ingeriu durante to<strong>do</strong> esse tempo e ninguém notou que manifestasse odesejo de que lhe dispensassem qualque r cuida<strong>do</strong>. Logo que se aperceb<strong>era</strong>m da situação em que elese encontrava, os cria<strong>do</strong>s se colocaram próximos <strong>do</strong> seu quarto, mas não ousaram entrar.A 22, pela manhã, verificaram que Afonso não mudara de posição e não sabiam o quepensar disso. Temiam fosse mais <strong>do</strong> que um êxtase prolonga<strong>do</strong>. Entretanto, quan<strong>do</strong> o dia já ia alto,Liguori tocou a campainha, para anunciar que queria celebrar missa.Ouvin<strong>do</strong> aquele sinal, não só o irmão leigo que lhe ajudava a missa, como todas as pessoasda casa e outras de fora acorr<strong>era</strong>m pressurosas. Com ar de surpresa, pergunta o prela<strong>do</strong> por quetanta gente. Respondem-lhe que havia <strong>do</strong>is dias ele não falava, nem dava sinal de vida. E verdade,replicou; mas, não sabíeis que eu fora assistir o papa que acaba de morrer?Uma pessoa que ouviu essa resposta, no mesmo dia, a foi levar a Santa Ágata e a notícia alise espalhou logo, como em Arienzo, onde Afonso residia. Julgaram que aquilo fora apenas umsonho; não tar<strong>do</strong>u, porém, chegasse a noticia da morte de Clemente XIV, que a 22 de setemb ropassara a outra vida, precisamente às 7 horas da manhã, no momento mesmo em que Liguorirecup<strong>era</strong>ra os senti<strong>do</strong>s.O historia<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s papas, Novaes, faz menção desse milagre, ao narrar a morte de ClementeXIV. Diz que o sob<strong>era</strong>no pontífice deixou de viver a 22 de setembro, às 7 horas da manhã (a décimaterceira hora para os italianos), assisti<strong>do</strong> pelos g<strong>era</strong>is <strong>do</strong>s Agostinhos, <strong>do</strong>s Dominicanos, <strong>do</strong>sObservantinos e <strong>do</strong>s Conventuais e, o que mais interessa, assisti<strong>do</strong> miraculosamente, pelo bem -aventura<strong>do</strong> Afonso de Liguori, se bem que desprendi<strong>do</strong> de seu corpo, conforme resultou <strong>do</strong>processo jurídico <strong>do</strong> mesmo bem -aventura<strong>do</strong>, processo que a Sagrada Congregação <strong>do</strong>s Ritosaprovou.Podem citar-se casos análogos ocorri<strong>do</strong>s com Santo Antônio de Pádua, S. Francisco Xaviere, sobretu<strong>do</strong>, com Maria de Agreda, cujos des<strong>do</strong>bramentos se produziram durante muitos anos.56
CAPITULO V – O CORPO FLUIDICO DEPOIS DA MORTESUMARIO: O perispírito descrito em 1804. – Impressões produzidas pelas aparições sobreos animais. – Aparição depois da morte. – Aparição <strong>do</strong> Espírito de um Índio. – Aparição a umacriança e a uma sua tia. – Aparição coletiva de três Espíritos. – Aparição coletiva de um morto. –Algumas reflexões.O perispírito descrito em 1804Sob o título: Aparição real de minha mulher dep ois de morta – Chemnitz, 1804 –, o Dr.Weetzel publicou um livro que causou grande sensação nos primeiros anos <strong>do</strong> século dezenove. Emmuitos escritos foi ele ataca<strong>do</strong>. Wieland, sobretu<strong>do</strong>, o meteu a ridículo na Enthauesia. (104)Woetzel pedira à sua mulher, quan<strong>do</strong> enferma, que, se viesse a morrer, lhe aparecesse. Elaprometeu; porém, mais tarde, a pedi<strong>do</strong> seu, o <strong>do</strong>utor a desobrigou <strong>do</strong> prometi<strong>do</strong>. Todavia, algumassemanas depois de ter ela morri<strong>do</strong>, sentiu ele no quarto, que se achava fecha<strong>do</strong>, uma forte rajada devento, que quase lhe apagou a luz e abriu uma janelazinha <strong>do</strong> aposento. A branda claridade reinanteWoetzel viu a forma de sua esposa, que lhe disse com voz meiga: Carlos, sou imortal; um diatornaremos a ver-nos A aparição e essas palavras se repetiram se gunda vez, mostran<strong>do</strong>-se vestida debranco a morta e com o aspecto que tinha antes de morrer. Um cão, que da primeira vez não d<strong>era</strong>sinal de perceber coisa alguma, da segunda se pôs a farejar e a descrever um círculo, como se ofizesse em torno de alguma pessoa sua conhecida.Noutra obra sobre o mesmo assunto (Leipzig, 1805), o autor fala de solicitações que lheforam feitas no senti<strong>do</strong> de desmentir toda aquela história – porque, <strong>do</strong> contrário, muitos sábios serãoforça<strong>do</strong>s a repudiar o que, até então, tinham t i<strong>do</strong> como opiniões verdadeiras e justas e a superstiçãoencontraria naquilo farto alimento. Ele, porém, já pedira ao conselho da Universidade de Leipzigque lhe permitisse formular sobre o caso um juramento judiciário. O Dr. Wastzel desenvolveuassim a sua teoria: Depois da morte, a alma ficaria envolta num corpos etéreos, luminosos, por meio<strong>do</strong> qual poderia tornar-se visível, poden<strong>do</strong> também pôr outras vestes em cima desse invólucroluminoso. A aparição não atuara, com relação a ele, sobre o seu senti<strong>do</strong> inte rior, mas, unicamente,sobre o seu senti<strong>do</strong> exterior.Temos, nesta observação, uma prova da objetividade da aparição, pela haver visto ereconheci<strong>do</strong> o cão. Indubitavelmente, uma imagem subjetiva, isto é, existente no cérebro <strong>do</strong> sábio,não houv<strong>era</strong> podi<strong>do</strong> exercer aquela influência sobre um animal <strong>do</strong>méstico.Impressões produzidas pelas aparições sobre os animaisNo que escreveu sobre a vidente de Prévorst, Justinus Kerner alude a uma aparição que elateve durante um ano inteiro. De cada vez que o Espírito lhe aparecia, um galgo negro, que havia nacasa, como que lhe sentia a presença. Logo que a aparição se tornava perceptível à vidente, o cãocorria para junto de alguém, como a pedir proteção, muitas vezes uivan<strong>do</strong> forte. Desde o dia em queviu o vulto, nunca mais quis ficar só durante a noite.No terrível episódio de casa mal -assombrada, que a Sra. S. C. Hall narrou a Robert DaleOwen (105), se vê que foi impossível fazer -se que um cão permanecesse, nem de dia, nem de noite,no aposento onde as manifestações s e produziam. Pouco tempo depois destas começarem, ele fugiue não mais o encontraram.John Wesley, funda<strong>do</strong>r da seita que lhe tomou o nome, deu publicidade aos ruí<strong>do</strong>s que seouviam no curato de Epworth. Depois de descrever esses sons estranhos, semelhantes aos queproduziriam objetos de ferro ou de vidro cain<strong>do</strong> ao chão, acrescenta ele:Pouco mais tarde, o nosso grande mastim correu a refugiar -se entre mim e minha mulher.Enquanto duraram os ruí<strong>do</strong>s, ele ladrava e pulava de um la<strong>do</strong> para outro, abocanhan<strong>do</strong> o ar e isso,as mais das vezes, antes que alguém, no aposento, houvesse escuta<strong>do</strong> coisa alguma. Ao cabo de trêsdias, tremia e se esgueirava rastejan<strong>do</strong>, antes que começassem os ruí<strong>do</strong>s. Era, para a família, o sinalde que estes iam principiar, sinal que nunca fa lhou.57
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