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A ALMA E IMORTAL - a era do espírito

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que essa proposição reclama estu<strong>do</strong> mais acura<strong>do</strong>. Sabemos que os Espíritos, para se expri mirem,não precisam da linguagem articulada. Eles se compreendem sem o recurso da palavra, pela sótransmissão <strong>do</strong> pensamento, linguagem essa universal que to<strong>do</strong>s apreendem. Resulta, porém, daíque to<strong>do</strong>s os Espíritos vêem to<strong>do</strong>s os pensamentos, uns <strong>do</strong>s outros ? Não, conforme a experiência odemonstra.Do mesmo mo<strong>do</strong> que o paciente magnético mais ricamente <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> não penetra ospensamentos de to<strong>do</strong>s os circunstantes, também, no espaço, muitos desencarna<strong>do</strong>s sãoabsolutamente incapazes de apreender os pensamentos <strong>do</strong> s demais Espíritos, tanto que estes nãoentram em comunicação com eles. A faculdade da clarividência está em relação com a elevaçãomoral e intelectual <strong>do</strong> Espírito. Isso ressalta bastante das comunicações que se recebem, porquanto,se o conteú<strong>do</strong> intelectual <strong>do</strong> Espírito de um Newton, de um Vergílio, ou de um Demóstenesestivesse ao alcance de qualquer um, muito menos banalidades se assimilariam em grande númerodas mensagens que nos chegam <strong>do</strong> Além. A verdade é que a morte não confere à almaconhecimentos que ela não adquiriu pelo seu trabalho. Lá, no espaço, o Espírito vai encontrar -se talqual se fez pelo seu labor pessoal e se, uma ou outra vez, um Espírito se revela, depois da morte,superior ao que parecia ser neste mun<strong>do</strong>, é que manifesta aquisições anter iores, obnubiladastemporariamente na sua última existência corpórea.Admitamos, contu<strong>do</strong>, por um instante, que um Espírito A conheça os acontecimentos davida terrestre de um Espírito B. Bastará isso para lhe dar o caráter de B e a maneira por que este seexprime? Evidentemente, não. E, se o Espírito A se encontrar em presença de um observa<strong>do</strong>r sagazque haja conheci<strong>do</strong> suficientemente B, não custará ser desmascara<strong>do</strong>. Diz -se: o estilo é o homem. Équase impossível que alguém simule o mo<strong>do</strong> por que se exprime u m indivíduo, mesmo que conheçaepisódios de sua passada existência. Reflitamos igualmente em que, se um Espírito A pudesseimprimir ao seu envoltório físico os caracteres exteriores <strong>do</strong> Espírito B, poden<strong>do</strong> ao mesmo tempodispor <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> intelectual da ex istência terrena deste último, os <strong>do</strong>is seriam idênticos eindistinguíveis, o que é impossível, porquanto se A possuísse esse poder, B, C, D... X Espíritostambém o teriam. Existiriam, pois, inumeráveis exemplares <strong>do</strong> mesmo tipo, sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong> de umhomem que se houvesse distingui<strong>do</strong> num ramo qualquer da Ciência, da Arte, ou da Lit<strong>era</strong>tura, o quenão acontece.Se acontecesse, haveria na erraticidade indescritível confusão que as comunicaçõesrecebidas desde há cinqüenta anos nunca nos d<strong>era</strong>m a conhecer.Há, decerto, Espíritos vai<strong>do</strong>sos que, nas suas relações conosco, gostam de pavonear -se comgrandes nomes; g<strong>era</strong>lmente, porém, o estilo de que usam faculta sejam para logo classifica<strong>do</strong>s nolugar que lhes compete. Entretanto, também se podem imitar mais ou menos habilm ente os grandesescritores, de sorte que se torna difícil estabelecer a identidade das personagens históricas. Mas, omesmo já não sucede, quan<strong>do</strong> se trata de um parente ou de um amigo a quem conhecemos bem,cujo estilo, agudeza de espírito, mo<strong>do</strong>s de ver so bre diferentes assuntos nos são muito familiares.Tem-se aí uma mina rica a explorar. Quan<strong>do</strong> o Espírito responde corretamente a todas as questõesque se lhe propõem, reconhecem -se-lhe as expressões favoritas e, então, parece -nos indubitável quea sua identidade resulta tão perfeitamente formada, quanto se poderia desejar.Pretendeu-se que a consciência sonambúlica <strong>do</strong> médium pode ler no inconsciente <strong>do</strong>evoca<strong>do</strong>r, de mo<strong>do</strong> a fornecer todas as particularidades que parecem provar a identidade e que,assim, há sempre possibilidade de ilusão. Mas, semelhante fato nunca foi demonstra<strong>do</strong>rigorosamente e bem longe estão de ser probantes as pesquisas <strong>do</strong>s Srs. Binet e Janet sobre apersonalidade sonambúlica que coexistiria com a personalidade normal (209). Nas experiência sfeitas por esses sábios, aquela dupla consciência não se mostra senão quan<strong>do</strong> a ação hipnótica aindase está exercen<strong>do</strong>. O Sr. Pierre Janet quis imitar por sugestão as comunicações automáticas <strong>do</strong>smédiuns, mas muito vaga é a analogia das suas experiências com o processo <strong>do</strong>s médiunsescreventes (210); nunca o seu paciente lhe revela alguma coisa ignorada cuja exatidão ele verifiquea propósito de uma pessoa falecida, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> que espontaneamente não dará comunicaçõesverificáveis.Os trabalhos <strong>do</strong>s hipnotiza<strong>do</strong>res modernos absolutamente não demonstram – na nossaopinião – que haja no homem duas individualidades que se ignoram mutuamente. O inconsciente129

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