fantasma se apresentou, oscilan<strong>do</strong> o seu peso entre 83 e 84 libras. São muito concludentes estasexperiências de pesagens, a menos que as forç as ocultas zombem de nós.Contu<strong>do</strong>, seria interessante saber o que restará <strong>do</strong> médium no gabinete, quan<strong>do</strong> o fantasmatem o mesmo peso que ele. Compara<strong>do</strong>s aos de outras experiências <strong>do</strong> mesmo gênero, ainda maisinteressantes se tornam estes resulta<strong>do</strong>s.Numa sessão de controle com a Srta. Fairlamb, esta foi, por assim dizer, cosida numa maca,cujos suportes <strong>era</strong>m provi<strong>do</strong>s de um registra<strong>do</strong>r que marcava todas as oscilações <strong>do</strong> seu peso,passan<strong>do</strong>-se tu<strong>do</strong> sob as vistas <strong>do</strong>s assistentes. Após breve expectativa, comprovo u-se umadiminuição gradual <strong>do</strong> peso, até que, por fim, uma figura apareceu e passou por diante <strong>do</strong>sassistentes. Enquanto isso, o registra<strong>do</strong>r indicava uma perda de 60 libras no peso da médium, ouseja, de metade <strong>do</strong> seu peso normal. Quan<strong>do</strong> o fantasma começou a desmaterializar-se, entrou opeso da médium a aumentar e, ao termo da sessão, como resulta<strong>do</strong> final, ela perd<strong>era</strong> de três a quatrolibras. Não é uma prova de que, para as materializações, uma parte da matéria é fornecida peloorganismo <strong>do</strong> médium? (215)Isto nos parece certo, mas, há casos em que uma parte é também tomada aos que assistem àexperiência. Num livro intitula<strong>do</strong>: Um caso de desmaterialização parcial <strong>do</strong> corpo de um médium(pág. 15), o Sr. Aksakof relata que a Sra. d'Espérance a<strong>do</strong>ecia depois da se ssão, se algum <strong>do</strong>sassistentes houvesse fuma<strong>do</strong> ou ingeri<strong>do</strong> bebida alcoólica. Nesse livro, responde -se à perguntarelativa ao que resta <strong>do</strong> médium, quan<strong>do</strong> tão grande quanto o seu é o peso das aparições. Restaapenas o perispírito, que é, por sua natureza, in visível, de sorte que, se alguém penetrar no gabinete,o encontrará vazio. É, pelo menos, o que afirma o Sr. Olcott, em virtude das suas experiências coma Sra. Compton (216). Com a Sra. d'Espérance, a desmaterialização observada numa sessão emHelsingfors, no ano de 1893, não foi tão completa; mas, como resulta<strong>do</strong> das investigações rigorosasa que procedeu ao sábio russo, ficou prova<strong>do</strong> que a metade inferior <strong>do</strong> corpo da médiumdesaparec<strong>era</strong>. O engenheiro Seiling diz:É extraordinário: vejo a Sr` d'Espérance e ouço-a falar; apalpan<strong>do</strong>, porém, a cadeira que elaocupa, encontro-a vazia; ela ai não está; estão, apenas, as suas roupas.A mesma comprovação chegaram o gen<strong>era</strong>l Toppélius e cinco <strong>do</strong>s assistentes. Os que seachavam mais próximos da Sra. d'Espérance, dista ntes dela poucos centímetros, lhe viram o vesti<strong>do</strong>,que pendia à frente da cadeira, como de um cabide, ao passo que seu busto se mantinha visível talqual <strong>era</strong>, entufar-se insensivelmente, até retomar o volume normal, ao mesmo tempo em que seuspés se tornaram visíveis.Nem sempre é tão completa a desmaterialização <strong>do</strong> médium, pois há casos em que aaparição e o médium são simultaneamente tangíveis, por to<strong>do</strong> o tempo de duração <strong>do</strong> fenômeno.Resulta <strong>do</strong> que temos exposto que reveste a alma um envoltório físico in visível eimponderável, mas que possui a força organiza<strong>do</strong>ra da matéria, pois que esta, tirada <strong>do</strong> médium, semodela segun<strong>do</strong> o desenho corpóreo <strong>do</strong> Espírito. No esta<strong>do</strong> atual da ciência, não nos é, de mo<strong>do</strong>algum, fácil explicar estes fenômenos. Todavia, se é c erto que ainda não os podemos compreender,não menos certo é que eles nada têm de sobrenaturais e talvez seja possível que, examinan<strong>do</strong> -secom atenção as ciências em sua filosofia, se formulem pareceres, cujo valor, maior ou menor, ofuturo patenteará. Seja, porém, como for, pelo que toca à explicação, não há contestar que os fatossão verdadeiros e se acham bem comprova<strong>do</strong>s. Ora, isto é o essencial.A imortalidade da almaNada se pode acrescentar à Natureza, diz Tyndall, e nada se lhe pode subtrair. É cons tante asoma das suas energias e tu<strong>do</strong> o que o homem pode fazer, na pesquisa da verdade, ou na aplicaçãodas ciências físicas, é mudar de lugar as partes constituintes de um to<strong>do</strong> que nunca varia e com umadelas formar outra.A lei de conservação exclui rigo rosamente a criação e a nulificação; o número podesubstituir a grandeza e a grandeza o número; asteróides podem aglom<strong>era</strong>r -se em sóis; podem sóisresolver-se em floras e faunas; faunas e flores podem dissipar -se em gases; a potência em circulaçãoé perpetuamente a mesma. Rola em ondas de harmonia através das idades e todas as energias da132
Terra, todas as manifestações da vida, tanto quanto o des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong>s fenômenos não são mais<strong>do</strong> que modulações ou variações de uma melodia celeste.Vemos, pois, que temos de consid<strong>era</strong>r tu<strong>do</strong> o que existe atualmente, matéria e força, comorigorosamente eterno; o que muda é a forma. As palavras criação e destruição perd<strong>era</strong>m o senti<strong>do</strong>primitivo; significam unicamente passagem de uma forma a outra. Quan<strong>do</strong> um ser nasce ou umcorpo se produz, diz-se que há criação; chama-se destruição ao desaparecimento desse ser ou dessecorpo, mas, a matéria e a força que o formavam nenhuma alt<strong>era</strong>ção experimentaram e prosseguem ocurso de suas metamorfoses infinitas. A alma inteligente conserva a substância de sua forma etérea,que é imperecível, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> que a matéria. Um ser vivo, quan<strong>do</strong> nasce, apod<strong>era</strong> -se, emproveito seu, de certas combinações químicas que constituem o seu alimento. É um empréstimo quetoma ao grande capital disponível da Natureza. Desenvolve-se, assimilan<strong>do</strong> uma quantidade cadavez maior de matéria, até completar o seu desenvolvimento. Depois, mantém -se estável durante aidade viril e, em chegan<strong>do</strong> a velhice, com o tornar -se maior a desassimilação <strong>do</strong> que a regen<strong>era</strong>çãopela nutrição, ele restitui à terra o que lhe tomara. Pela morte, restitui integralmente o que receb<strong>era</strong>.Em suma, que é o que desaparece? Não é a matéria, é a forma que individualizava essamatéria. E essa forma é destruída? Não, responde o Espiritismo, e o pro va, demonstran<strong>do</strong> que elasobrevive à destruição <strong>do</strong> envoltório carnal e, o que ainda mais é, demonstran<strong>do</strong> ser absolutamenteimpossível o seu aniquilamento. Eis como:Se o corpo físico se decompõe por ocasião da morte, isso se dá por ser ele heterogêneo, ist oé, forma<strong>do</strong> pela reunião de muitas partes diversas. Quanto mais elementos um corpo contém, tantomais instável é ele quimicamente. Os compostos quaternários <strong>do</strong> reino animal são essencialmenteproteiformes, porque neles o movimento molecular – muito complica<strong>do</strong>, pois resulta <strong>do</strong>s de seuscomponentes – pode mudar sob a influência de fracas forças exteriores. Nos corpos vivos, osteci<strong>do</strong>s são comparáveis a esses pós -explosivos que a menor centelha basta para inflamar. Estãoconstantemente a decompor-se por efeito das ações vitais e a reconstituir -se por meio <strong>do</strong> sangue(217). O organismo humano é um perpétuo laboratório, onde as mais complicadas ações químicasse executam incessantemente, sob as mais fracas excitações exteriores.No mun<strong>do</strong> min<strong>era</strong>l já não é assim. M uito mais estáveis são as combinações, sen<strong>do</strong> às vezesnecessário o emprego de meios enérgicos para separar <strong>do</strong>is corpos que muito facilmente se unemum ao outro. Assim, sem dificuldade alguma, um pedaço de carvão se combina com o oxigênio,para formar o áci<strong>do</strong> carbônico. Pois bem: faz-se mister uma temp<strong>era</strong>tura de 1.200 graus para, emseguida, separar <strong>do</strong> carbono o oxigênio. Vê -se, pois, que quanto menos fatores entram numacombinação, tanto mais estável é ela.No que concerne aos corpos simples, tem -se verifica<strong>do</strong> que nenhuma temp<strong>era</strong>tura, nestemun<strong>do</strong>, é capaz de os decompor. Unicamente o enorme calor <strong>do</strong> Sol o consegue com relação aalguns deles. Fácil então se nos torna compreender que a matéria primitiva, <strong>do</strong>nde eles provi<strong>era</strong>m, éabsolutamente irredutível e, com o não pode aniquilar-se, é rigorosamente indestrutível. Essamatéria primordial, em que a alma se acha individualizada, constitui a base <strong>do</strong> universo físico,gozan<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo esta<strong>do</strong> de perenidade o perispírito, que é dela forma<strong>do</strong>.Por outro la<strong>do</strong>, a alma é uma unidade indivisível.Vimos, na primeira parte deste volume, que as almas de Pascal e de Vergílio se mostraram amédiuns sob uma aparência física que reproduzia a que ambos tiv<strong>era</strong>m neste mun<strong>do</strong>. Não está aíuma prova positiva de que nada se perde <strong>do</strong> envol tório fluídico e que, assim como aqui na Terrauma lembrança não pode desaparecer, também no espaço nenhuma forma pode aniquilar -se? Todasas que a alma revestiu se conservam em esta<strong>do</strong> virtual e são imperecíveis.A alma se encontra unida à substância peris pirítico, que coisa nenhuma pode destruir, vistoque, pelo seu esta<strong>do</strong> físico, ela é o último termo das transformações possíveis: ela é a matéria em si.Nem os milhões de graus de calor <strong>do</strong>s sóis ardentes, nem os frios <strong>do</strong> espaço infinito têm ação sobreesse corpo incorruptível e espiritual. Somente a vontade o pode modificar, não, porém, mudan<strong>do</strong> -lhe a substância, mas expurgan<strong>do</strong> -a <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s grosseiros de que se satura no começo de suaevolução. É a grande lei <strong>do</strong> progresso, que tem por fim depurar essa massa, despojar esse diamante,a alma, da ganga impura que a contém. As vidas múltiplas são o cadinho purifica<strong>do</strong>r. A cadapassagem por ele, o Espírito sai <strong>do</strong> invólucro corpóreo mais purifica<strong>do</strong> e, quan<strong>do</strong> há venci<strong>do</strong> as133
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