A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet
A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet
A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Aos que acusavam a UNESCO veio o fim do confronto de idéias e a justificativa de<br />
encerramento de uma era profundamente crítica, de um debate global multilateral, que<br />
vislumbrava uma revolução nos paradigmas sobre a comunicação e a informação. Aos<br />
defensores ficou o alento do Programa Internacional para o Desenvolvimento da<br />
Comunicação (PIDC).<br />
1.5.1 O Relatório MacBride – “<strong>Um</strong> Mundo, Muitas Vozes”.<br />
Em 1964, em um encontro promovido pelo Instituto Internacional de Filosofia,na<br />
Itália, Noberto Bobbio afirmou que “o problema grave de nosso tempo em relação aos<br />
Direitos Humanos não é o de fundamentá-los, senão o de efetiva-los”(BOBBIO, 1992, p. 25).<br />
O relatório MacBride apostou em novas fundamentações, atitude bem explicada pelo então<br />
Diretor Geral da UNESCO, em 1980, Amadou-Mahtar M´Bow, ao apresentar o documento:<br />
108<br />
É mister desenvolver harmoniosamente as idéias novas e multiplicar as<br />
iniciativas para lutar contra as forças da inércia. Com o estabelecimento de<br />
uma nova ordem mundial da comunicação, cada povo deve poder aprender<br />
com os demais, informando-os ao mesmo tempo sobre como concebe sua<br />
própria condição e a visão que tem dos assuntos mundiais. Quando isso for<br />
atingido, a humanidade terá dado um passo decisivo em direção à liberdade,<br />
à democracia e à solidariedade. (UNESCO, 1983, p.viii - ix)<br />
E quatro direções nortearam as reflexões e os trabalhos do informe da UNESCO nos<br />
anos de 1970: precisavam estudar a então situação da comunicação e informação,<br />
determinando quais problemas poderiam requerer uma ação nova em um plano nacional, com<br />
enfoque global e unificado a um plano internacional. Esta análise deveria ter em conta a<br />
diversidade das condições sócio-econômicas, dos níveis e tipos de desenvolvimento. Outro<br />
ponto seria dedicar especial atenção aos problemas relativos a uma circulação livre e<br />
equilibrada da informação no mundo, assim como as necessidades específicas dos países em<br />
desenvolvimento. Não se poderia deixar de lado os diferentes aspectos dos problemas da<br />
comunicação, sobretudo aqueles que pediam o estabelecimento de uma nova ordem<br />
econômica internacional e de iniciativas pertinentes para facilitar a instauração de uma nova<br />
ordem da informação. E por último, redimensionar a função da comunicação “para conseguir<br />
com que a opinião pública chegasse a perceber claramente os grandes problemas que se<br />
colocam para o mundo, sensibiliza-la quanto a esses problemas e contribuir para resolve-los<br />
progressivamente mediante uma ação coesa, nos planos nacional e internacional” (UNESCO,<br />
1983, p. 68).