A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet
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segunda fase da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI), em 2003 e 2005. Na<br />
voz de organizações não-governamentais internacionais, como a Associação Mundial de<br />
Radiodifusão Comunitária (AMARC), o tema do direito à comunicação, nos termos<br />
defendidos por Jean D’Arcy, é reivindicado como pauta imprescindível à Cúpula, mas, ainda,<br />
não consegue ressonância suficiente para ser inserido nos documentos finais.<br />
O pensamento teórico sobre a comunicação lança-se sobre o universo do mais<br />
festejado e aclamado meio: a internet. As investigações abordam as transformações<br />
determinadas e condicionadas pela rede internacional de computadores; suas possibilidades<br />
para, finalmente, o mundo poder vivenciar uma comunicação livre, sem obstáculos de<br />
nenhuma natureza; o fluxo livre de informação; os intercâmbios culturais e o livre acesso ao<br />
conhecimento, como uma realidade finalmente tangível; a ressignificação dos papéis de<br />
emissor e receptor; o estabelecimento de novos padrões de socialização cultural, com a<br />
presença do multilingüismo na rede; a criação de novos paradigmas de comunicação como o<br />
ciberespaço e a cibercultura; enfim, infinitas dúvidas, muitas profecias, e preocupações com a<br />
função, os conteúdos, e principalmente em garantir o acesso. E mais questionamentos: tudo<br />
estará resolvido quando a internet chegar a todos os lares do mundo? A tecnologia, por si, é<br />
garantidora da emancipação? “A utopia de Wiener ter-se-á concretizado? Vivemos hoje numa<br />
‘sociedade de comunicação’?” (BRETON, 1992, p.117). Algumas visões sobre a presente<br />
realidade, que não são respostas as perguntas:<br />
<strong>Um</strong>a outra:<br />
E por último:<br />
A emergência da internet a partir do final da década de 1980 e o surgimento<br />
da Worl Wide Web em 1994 prolongaram a precedente evolução da esfera<br />
pública, introduzindo ao mesmo tempo elementos radicalmente novos: a<br />
interconexão geral, a desintermediação e a comunicação de todos com todos.<br />
Eu levanto a hipótese de que a revolução do ciberespaço vai reestruturar<br />
profundamente a esfera pública mundial, o que terá profundas repercussões<br />
sobre a vida democrática. (LÈVY, 2004, p. 369)<br />
Considero grave o fato de convivermos com uma abundância de dados, sons<br />
e imagens que se originam, na maior parte das vezes, de fontes de emissão<br />
controladas por superempresas que se movimentam pela terra sem prestar<br />
contas a ninguém, exceto a seus acionistas. Os globalófilos poderiam objetar<br />
que jamais a humanidade se deparou com tantas informações, imagens e<br />
sons. Mas quem comanda e centraliza a disseminação dos bens simbólicos?<br />
Quem define o que vai ser produzido e como e onde vai ser divulgado?<br />
(MORAES, 2004, p. 208)<br />
O entusiasmo com o potencial de inserção na rede das redes precisa ser<br />
tomado com o devido senso de limites em decorrência da desigualdade de<br />
acesso à internet e capacitação para seu uso, como explicitado anteriormente.<br />
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