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A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

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Uso das mídias para repressão Uso das mídias para emancipação 7<br />

Programa de controle centralizado Programas descentralizados<br />

<strong>Um</strong>a emissora, vários receptores Todo receptor: um emissor potencial<br />

Imobilização de indivíduos isolados Mobilização das massas<br />

Abdicação passiva do consumo Interação dos participantes, feedback<br />

Processo de despolitização Processo de aprendizagem política<br />

Produção por agentes especializados Produção coletiva<br />

Gerenciamento por proprietários ou<br />

burocratas<br />

Auto-organização<br />

Para compreender melhor todo esse processo - o desenvolvimento da indústria<br />

cultural, até antes das novas tecnologias digitais, e das indústrias culturais, era das mídias em<br />

rede, ambas tendo como foco principal o uso da comunicação e da cultura para fins<br />

emancipatórios e/ou repressores - é também necessário identificar as reais necessidades de<br />

suas existências, ou apenas constatar seus usos equivocados. O capitalismo atual poderia ter<br />

se estruturado explorando necessidades erradas ou atendido a reais demandas, mas de forma<br />

falseada.<br />

A força de atração exercida pelo consumo em massa, porém, não reside na<br />

imposição de necessidades falsas, mas na falsificação e exploração de<br />

necessidades muito reais e legítimas, sem as quais o processo parasitário da<br />

publicidade seria inofensivo. [...] Isso vale também para a indústria da<br />

consciência. O fato das mídias eletrônicas serem irresistíveis não se deve a<br />

um truque refinado qualquer, mas a força imprescindível de necessidades<br />

sociais profundas, que mesmo na atual organização corrompida dessas<br />

mídias mantêm sua evidência (ENZENSBERGER, 2003, p.60).<br />

Pensar profundamente a cultura como um fenômeno social foi a missão dos<br />

pensadores dos Cultural Studies. Esses estudiosos, como Raymond Williams, Terry Eagleton,<br />

Frederic Jamenson, e Stuart Hall, ampliam a análise metodológica marxista para o universo<br />

da cultura. As novas investigações científicas buscaram compreender as relações entre<br />

cultura, comunicação, política, economia; a formação das identidades; os fluxos entre o centro<br />

e as periferias; as ligações entre as culturas locais e a globalidade. O determinismo econômico<br />

da teoria Marxista não mais dava conta de explicar fenômenos como a violência doméstica<br />

contra as mulheres, o racismo norte-americano, a homofobia, a xenofobia, enfim uma série de<br />

modificações que levavam consigo um forte conteúdo cultural.<br />

7 (ENZENSBERGER, 2003, p.67).<br />

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