12.04.2013 Views

A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Apesar de não se aprofundar nas questões teóricas da comunicação e da informação, a<br />

todo o momento o relatório pontua, principalmente a partir da terceira parte, o que seria uma<br />

verdadeira comunicação, quais os fatores que poderiam efetivá-la e os principais entraves.<br />

Quando fala dos defeitos da circulação de informação: problemas na liberdade de circulação,<br />

na circulação de sentido único, a circulação vertical, dominação do mercado, está referindo-se<br />

a um exercício de comunicação falseado, onde a relação entre interlocutores não considera a<br />

alteridade. O próprio relatório registra a complexidade que é definir, univocamente, o que seja<br />

comunicação e adota vários significados. Mas destaca que apesar de divergências conceituais<br />

sobre o que seja comunicação e informação, fundamentalmente, se considera, em geral, que o<br />

conceito de informação se refere aos signos ou mensagens codificadas, transmitidos<br />

unilateralmente por um emissor (fonte) a um receptor, enquanto que a comunicação<br />

corresponde mais a complexidade dos fenômenos de intercambio, de todo tipo, que se<br />

produzem por meio de signos e símbolos entre os indivíduos e os grupos.<br />

A base crítica de todas as questões colocadas no informe é a disparidade antiga e nova<br />

entre o Norte (Países desenvolvidos) e o Sul (Países em desenvolvimento). “Centenas de<br />

milhões de pessoas padecem fome, ao passo que um pequeno número de países ricos<br />

consomem em massa[...]. (UNESCO, 1983, p.300). Que também se espraiam pelo poder<br />

político, pelos avanços científicos e tecnológicos, interferem nas identidades culturais e, por<br />

conseguinte, na própria estrutura da comunicação. Não se pode pensar em novas políticas de<br />

comunicação sem vinculá-las a outros setores, como cultura, ciência, economia e o mais<br />

contundente, sem também cogitar um câmbio nas próprias estruturas do poder. O que está em<br />

debate é a relação entre a infra-estrutura (modelo econômico, avanços tecnológicos e relações<br />

de produção) e a superestrutura (poder político, cultura, ideologia) do processo da<br />

comunicação em um tempo e espaço em transformação.<br />

109<br />

Na verdade, as disparidades são cada vez maiores e mais graves. Isto indica<br />

que existem outras necessidades que não são unicamente as de assistência: a<br />

eliminação das estruturas injustas e opressoras, a revisão da divisão atual do<br />

trabalho e o estabelecimento de uma nova ordem econômica mundial. A<br />

comunicação é um fiel reflexo das disparidades que caracterizam o mundo<br />

internacional e, por conseguinte, necessita de algumas mudanças que tenham<br />

esse mesmo alcance. Essas são as razões fundamentais que advogam em prol<br />

do estabelecimento de uma nova ordem mundial da comunicação.<br />

(UNESCO, 1983, p. 302-303)<br />

Todas as reflexões, orientações e diretrizes colocadas para o reconhecimento e<br />

efetivação de um outro modelo de comunicação global – com um fluxo de informação e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!