12.04.2013 Views

A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

135<br />

estão em declínio, mas novas identidades – híbridas – estão tomando seu<br />

lugar.<br />

Hall explicita três formas de relação/tensão entre o global e o local, que terminam por<br />

evidenciar nos encontros entre o universalismo e particularismo; centralização e<br />

descentralização; conflito e conciliação; uma dialética das identidades na globalização.<br />

Nenhuma dessas conseqüências citadas acima pode ser descartada ou mesmo imposta como<br />

realidade predominante.<br />

Como conclusão provisória, parece então que a globalização tem, sim, o<br />

efeito de contestar e deslocar as identidades centradas e ‘fechadas’ de uma<br />

cultura nacional. Ela tem um efeito pluralizante sobre as identidades,<br />

produzindo uma variedade de possibilidades e novas posições de<br />

identificação, e tornando as identidades mais posicionais, mais políticas,<br />

mais plurais e diversas; menos fixas, unificadas ou trans-históricas.<br />

Entretanto, seu efeito geral permanece contraditório. Algumas identidades<br />

gravitam ao redor daquilo que Robins chama de ‘Tradição’, tentando<br />

recuperar sua pureza anterior e recobrir as unidades e certezas que são<br />

sentidas como tendo sido perdidas. Outras aceitam que as identidades estão<br />

sujeitas ao plano da história, da política, da representação e da diferença e,<br />

assim, é improvável que elas sejam outra vez unitárias ou ‘puras’; e essas,<br />

consequentemente, gravitam ao redor daquilo que Robins (seguindo Homi<br />

Bhabha) chama de ‘Tradução’. (HALL, 2005, p. 87)<br />

Os processos migratórios voluntários ou forçados com saídas dos países periféricos ao<br />

centro; a mercantilização da etnia e da alteridade pelo globalismo; a reação das identidades<br />

locais dominantes à diferença, a diversidade cultural; a desterritorialização da mobilidade<br />

cultural através das indústrias de cultura e mídia, potencializadas pelas novas tecnologias de<br />

informação e comunicação; a universalização dos direitos humanos em contraponto ao<br />

relativismo cultural; são alguns dos fenômenos gerados a partir das conseqüências<br />

contraditórias da globalização. Nesse universo de mais dissensos que consensos, em meio ao<br />

que pode ou não ser negociado, nascem alternativas emancipatórias. Surgem alguns caminhos<br />

como o multiculturalismo, termo muito utilizado nas duas últimas décadas do século XX, e a<br />

diversidade cultural, expressão que estrutura um dos alicerces conceituais do Direito Humano<br />

à comunicação, no atual debate internacional. Como outros inúmeros conceitos, estes também<br />

“[...] procuram jogar com as tensões entre a diferença e a igualdade, entre a exigência de<br />

reconhecimento da diferença e de redistribuição que permita a realização da igualdade”<br />

(SANTOS; NUNES, 2003, p.25). É o caso dos conceitos de homogeneidade,<br />

heterogeneidade, multicomunitarismo, sociedade policultural, tradução intercultural, tradição<br />

cultural, interculturalidade, enfim algumas tentativas de respostas aos paradoxos modernos.<br />

Especificamente no caso do multiculturalismo e da diversidade cultural, como possíveis

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!