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A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

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comunicação assumem papéis de protagonistas como atividades hipervalorizadas pelo capital<br />

do livre mercado, e o olhar dos pesquisadores se volta para as indústrias culturais. A total<br />

ausência de regulamentação, é chamada por Mattelart (2002, p. 146-155) de capitalismo sem<br />

atritos, mundo sem leis e sem mediadores.<br />

A passagem ao plural, indústrias culturais, não era certamente um mero efeito<br />

semântico, embora um estudo mais aprofundado do léxico desvele a razão de ser do termo.<br />

Além das questões meramente ideológicas e de dominação política, diga-se de passagem<br />

fundamentais, as pesquisas trazem um teor de análise econômico e social, preocupado com o<br />

acúmulo de capital, como fonte absoluta de poder. A crítica é também do lucro. A dimensão<br />

econômica da globalização, definitivamente, emprega a lógica do mercado livre aos bens<br />

culturais, ao conhecimento e a informação. Tudo são produtos e serviços geradores de um<br />

capital cada dia mais imaterial. Conhecer a engenharia das complexas indústrias de cultura,<br />

saber como funciona o seu esquema de produção e distribuição, como se articulam<br />

politicamente, e como atua o Estado nessa nova conjuntura passou a ser o ponto nevrálgico.<br />

[...] No que se refere às análises marxistas que adotam esse ponto de vista,<br />

tem sido comum a crítica às abordagens mais antigas dos meios de<br />

comunicação de massa, que os entendiam fundamentalmente do ponto de<br />

vista dos processos de dominação política e de reprodução ideológica. A<br />

economia da comunicação e da cultura, na sua vertente crítica, ao contrário,<br />

tem procurado indagar-se sobre as funções dos meios no próprio processo de<br />

acumulação de capital, com o que prioriza, ora a problemática da<br />

publicidade, ora a dos meios de comunicação de massa como locus<br />

privilegiado da acumulação do capital no atual estágio de desenvolvimento<br />

do capitalismo. [...] Não obstante, defendo a necessidade de uma<br />

compreensão do fenômeno da Indústria Cultural que dê conta, tanto de suas<br />

funções no processo de acumulação do capital, quanto das relacionadas à<br />

reprodução ideológica do sistema (BOLAÑO, 2000, p. 17).<br />

A conjuntura política do início dos anos de 1990, com a queda do muro de Berlim,<br />

simbolizando o sepultamento do socialismo real, impulsiona o discurso dos fins: da história,<br />

das ideologias, das utopias, das macroteorias, dos universalismos. A partir daí, os governos<br />

neoliberais na defesa de um novo mediador, o mercado de bens e serviços de uma economia<br />

cada vez mais globalizada através das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC),<br />

intensificam outro discurso: o da sociedade da informação, da inteligência global, da<br />

interatividade global, revolução global das comunicações, convergência tecnológica, do<br />

tecnoglobal. O uso das TIC torna-se a grande promessa de liberdade, a comunicação é tudo<br />

para a sociedade da informação.<br />

No lugar da UNESCO, o porta-voz agora é a União Internacional de<br />

Telecomunicações, um organismo técnico das Nações Unidas, que organiza a primeira e a<br />

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